A Petrobras (PETR4) voltou a ser criticada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva que desde a campanha eleitoral do ano passado tem feito comentários acerca da petroleira.
Dentre os muitos pontos citados pelo chefe do Poder Executivo na quinta-feira (16), está a distribuição de proventos por parte da estatal.
“Qual é a lógica de dar R$ 106 bilhões em dividendos aos acionistas se você poderia pegar metade disso para investir?”, disse ele.
Esse ponto é um dos mais “batidos” tanto por Lula quanto por sua equipe ministerial. Na opinião do atual governo, a companhia deve privilegiar o investimento no lugar da distribuição de lucros.
Essa é a razão pela qual o presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, disse que a companhia deverá investir US$ 18 bilhões na Bacia de Campos nos próximos cinco anos, para revitalização de diversos campos maduros, entre eles Marlim e Voador. Das 18 plataformas previstas no Plano Estratégico 2023-2027, 15 serão instaladas no Estado do Rio.
A informação foi repassada de forma extraoficial – ou seja, sem fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Monetária (CVM). Ele conversou com parlamentares do Rio de Janeiro, a quem fez a explanação.
A fala de Prates mostra que ele está alinhado com Lula e deve direcionar a companhia para esse viés. Em entrevistas recentes, ele não se opôs à distribuição de proventos, mas destacou que esse recurso deve ser utilizado em parte no reinvestimento da Petrobras.

Lula critica importação pela Petrobras (PETR4)
O presidente Lula também criticou, ontem, o movimento de importação de gasolina e óleo diesel de outros países em dólar enquanto o petróleo é extraído no Brasil em reais.
Entretanto, ele não esclareceu, em sua fala, que o petróleo extraído pela estatal, em solo brasileiro, tem certas características que não o possibilitam ser usado pela indústria nacional sem um refino. Esta é a razão da importação do bem.
Lula também lembrou que os governos de sua base fizeram grandes investimentos para encontrar o pré-sal e, assim, dar um “salto de qualidade”, mas que isso não se concretizou. Neste ponto, ele também não esclareceu que a construção ou modernização de refinarias no país não avançou, caso do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Vale destacar, porém, que boa parte dos empreendimentos – como o próprio Comperj – não são de responsabilidade do Governo Federal, e, desta forma, ambos precisam estar alinhados para, em conjunto, definirem planos de modernização e investimentos.
Isto vale para a própria Petrobras que, chamada de estatal, na verdade se trata de uma companhia de capital misto e esta é a razão de muito “ruído” em torno da petroleira, dentre os quais o político.
“Exportando óleo cru”
Outro ponto elencado por Lula lembra que a Petrobras era tida por sua base como “passaporte para o futuro”, com o país, por meio dela, exportando derivados de Petróleo. Porém, disse, o país está exportando óleo cru e importando gasolina e óleo diesel de outro país pagando em dólar. “Viemos para mudar as coisas”, frisou.
Conforme Lula, rates deverá rever a política de preços da empresa quanto à chamada paridade de importação – que leva em conta custos como frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias.
Acontece que neste modelo os preços praticados no Brasil obedecem ao cálculo da importação mesmo quando a produção do combustível é nacional.
Investimentos previstos
Informações de Prates repassada de forma não oficial destaca que cerca de 150 novos poços serão perfurados e vão garantir a marca de 900 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2027 na Bacia de Campos. Com campos em declínio e os desinvestimentos feitos nos últimos anos, a Bacia de Campos perdeu o protagonismo para a Bacia de Santos e atualmente produz cerca de 700 mil boed.
A Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), a maior produtora de lubrificantes no Brasil, também será beneficiada.
No Polo Gaslub, em Itaboraí, já estão em curso o Projeto Integrado Rota 3, em fase final de construção, que inclui a construção da Unidade de Processamento de Gás Natural de Itaboraí (UPGN Itaboraí) para o processamento de até 21 milhões de m3/dia de gás do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos; e o projeto de engenharia para implantação de unidades de produção de combustíveis e lubrificantes em sinergia com a Reduc. Há também estudos para a construção de uma Usina Termelétrica a gás no Polo.
Ibovespa
A ação PETR3 encerrou o dia 16 de fevereiro de 2023 cotada em R$ 30,15, enquanto a ação petr4 encerrou cotada em R$ 26,85.
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