Empossado há menos de um mês, o presidente da Petrobras (PETR3, PETR4), José Mauro Coelho, disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não pretende intervir nos preços dos combustíveis e que ele “já entendeu” que a companhia, como empresa de capital aberto, deve praticar “preços de mercado”.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Coelho disse que não recebeu nenhum tipo de mensagem do presidente questionando a política de preços ou pedindo algum tipo de intervenção.
Coelho é o terceiro a comandar a Petrobras no governo Bolsonaro, depois de Roberto Castello Branco e Joaquim Luna e Silva – ambos demitidos em diferentes momentos por causa de queixas presidenciais envolvendo aumentos nos preços dos combustíveis.
“Conduzir a companhia”
Segundo Coelho, Bolsonaro lhe pediu apenas para “conduzir a companhia. É isso que nós estamos fazendo” e que em sua visão, “o presidente já entendeu muito bem a questão de preço de mercado”.
O presidente da Petrobras acredita que o governo pode criar mecanismos para controlar os preços de combustíveis “em momentos atípicos como este que vivemos”, citando especialmente o impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia como fator que amplia a volatilidade do preço do petróleo e de seus derivados.
Coelho diz ainda, na entrevista, que “é legítima a preocupação dos preços elevados de combustíveis” e que entende a possibilidade de o governo, na condição de acionista majoritário, utilizar sua parte nos dividendos da empresa como parte da constituição de um fundo de controle de preços., mas que isso “depende de avaliação do governo”.
E reiterou sua posição à frente da empresa, dizendo que “é muito claro para a Petrobras e para o governo que, como uma empresa de capital aberto, listada em bolsa, e por conta de toda legislação existente interna e externamente, a Petrobras deve praticar preços de mercado”.
Comunicação melhor para a Petrobras
Para o executivo, uma de suas missões à frente da Petrobras é aprimorar a comunicação da empresa com o público a fim de que todos entendam melhor as questões relacionadas ao preço dos combustíveis.
Coelho afirma que “o povo brasileiro tem que entender esse assunto complexo do petróleo até pela importância que a Petrobras tem” e defende o uso estratégico das redes sociais para melhorar esse processo.
Ele próprio é um usuário notório do Instagram, e defende que a empresa aprimore a atuação nessas ferramentas porque “muitas vezes falam que a Petrobras não entrega, só vê dividendo, só vê lucro. Não, a Petrobras está preocupada com a responsabilidade social”, diz.
Estratégias de longo prazo
Empossado depois da definição do plano estratégico da Petrobras para o período 2022-2026, Coelho acredita que a empresa, entre suas ações de longo prazo, precisa pensar na pesquisa para transição de matrizes energéticas “porque hoje se trata de uma questão de mudança climática”.
No entanto, pensa que a guerra na Ucrânia demonstrou que a transição para uma sociedade de baixo carbono e pouco uso de petróleo “deve ser feita com segurança energética”, até porque “petróleo não é só combustível, petróleo tem uma utilização vastíssima em toda a economia mundial”.
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