O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu, na noite desta sexta-feira (6), o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, após o surgimento de denúncias de assédio sexual. A decisão foi comunicada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que classificou como “insustentável” a permanência do ministro no cargo diante da gravidade das acusações.
Segundo a nota oficial, divulgada pela Agência Brasil, “o governo federal reitera seu compromisso com os direitos humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”.
O comunicado também destacou que as investigações sobre o caso já foram iniciadas pela Polícia Federal, enquanto a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu um procedimento preliminar para apurar os fatos.
Entenda as acusações contra Silvio Almeida
As acusações contra Silvio Almeida vieram à tona na tarde de quinta-feira (5), por meio de uma reportagem do portal Metrópoles, e foram confirmadas pela organização Me Too, conhecida por apoiar vítimas de violência sexual. Embora os nomes e detalhes das denúncias não tenham sido revelados, a entidade afirmou que mulheres que alegam ter sido assediadas sexualmente pelo ministro procuraram a organização em busca de apoio.
Em nota, a Me Too explicou que as vítimas enfrentaram dificuldades em obter suporte institucional para que suas denúncias fossem validadas, uma situação comum em casos que envolvem figuras de poder. “Autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, declarou a entidade, ressaltando a importância de garantir voz às vítimas em situações como essa.
Trajetória de Silvio Almeida
Silvio Almeida havia assumido o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania em janeiro de 2023, marcando presença como um dos mais destacados intelectuais do país nos últimos anos. Advogado e professor universitário, Almeida ganhou notoriedade ao escrever sobre temas como direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.
Sua obra mais conhecida, Racismo Estrutural (2019), foi um dos livros mais vendidos em 2020 e é considerada fundamental para compreender como o racismo se manifesta nas estruturas sociais e econômicas do Brasil.
Almeida também desempenhou um papel relevante como um dos fundadores do Instituto Luiz Gama e, em 2021, foi relator da comissão de juristas da Câmara dos Deputados encarregada de propor melhorias na legislação contra o racismo institucional.
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