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Carlos Alberto Sicupira: quem é o bilionário no centro do escândalo da Americanas (AMER3)?

Carlos Alberto Sicupira: quem é o bilionário no centro do escândalo da Americanas (AMER3)?

Tido como a maior fraude da história corporativa brasileira, o caso Americanas (AMER3) chocou o país desde o primeiro momento – e com os desdobramentos, o nome de Carlos Alberto Sicupira ganhou novos holofotes.

Quinto nome no ranking dos maiores bilionários brasileiros de 2023 da revista Forbes, Sicupira sempre foi tido como um dos mais notórios empresários do Brasil.

Mas com recentes acusações e desdobramentos do escândalo da varejista, muitos que antes não o conheciam passaram a se perguntar: afinal, quem é Carlos Alberto Sicupira?

Quem é Carlos Alberto Sicupira?

Carlos Alberto da Veiga Sicupira nasceu em 1 de maio de 1948, na cidade do Rio de Janeiro.

Também conhecido como Beto, o empresário cresceu em uma família de classe média relativamente modesta, filho de uma dona de casa e um funcionário público que fez carreira no Banco do Brasil e no Banco Central.

Quando adolescente, Sicupira começou a trabalhar negociando carros usados. Depois, começou a revender calças jeans que comprava nos Estados Unidos. 

Aos 17 anos, antes mesmo de começar a faculdade, se emancipou dos pais para poder comprar uma carta-patente de uma distribuidora de valores.

O carioca é formado em administração de empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também possui um MBA na Harvard Business School.

Enquanto cursava administração, Beto vendeu a distribuidora de valores e passou a atuar como funcionário público, passando pelo Departamento Nacional de Estradas de Ferro, o Porto do Rio de Janeiro e o Serviço Federal de Processamento de Dados.

Aos 20 anos, o empresário – com um grupo de sócios – adquiriu uma segunda distribuidora de valores, onde permaneceu por quatro anos.

Além de empreendedor, Sicupira também é um grande pescador. O carioca, apaixonado pelo mar, possui quatro recordes mundiais e seis brasileiros de pesca submarina.

Foi através do esporte que o carioca se conectou com seus futuros parceiros de negócios – Marcel Telles e Jorge Paulo Lemann.

Beto foi apresentado a Lemann aos 30 anos de idade e a amizade entre os dois foi praticamente instantânea. 

Apesar da amizade, a parceria profissional só viria quatro anos depois, em 1973, quando o carioca deixou o banco Marine Midland, em Londres, para entrar no Garantia – banco de investimentos que Lemann havia aberto no Rio de Janeiro, em 1971. 

Sicupira no Garantia

Nos anos 80, o Garantia tinha seis principais sócios: Jorge Paulo Lemann, Luiz Cezar Fernandes, Fred Packard, Hercias Lutterbach, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

Sicupira, Marcel e Lemann viriam a formar um trio que nunca mais se separaria.

Em 1982, o Garantia adquiriu a Americanas.

Carlos Alberto Sicupira deixaria o banco para assumir o controle da varejista, com o intuito de transformar as Lojas Americanas em um negócio lucrativo.

Ao iniciar suas atividades no escritório das Americanas, o empresário levou consigo um jovem executivo e um auditor. Autor da frase “custo é como unha, tem que cortar sempre”, seu objetivo era identificar os talentos da empresa e determinar quais áreas poderiam ser alvo de redução de despesas.

Beto também criou a São Carlos Empreendimentos Imobiliários, uma empresa que ficaria responsável por gerir os imóveis da varejista. A empresa possui um portfólio de mais de R$3,5 bilhões, dos quais menos de 10% são pontos de venda da Lojas Americanas.

Em 1989, o Garantia adquiriu a Brahma, maior fabricante da bebida no Brasil naquela época, e aplicou a mesma estratégia utilizada na Americanas – mas dessa vez sob o comando de Marcel Telles.

De 1993 a 2003, Sicupira deixou a direção das Lojas Americanas e se dedicou à criação do GP Investimentos, ou Garantia Partners Investimentos, o primeiro fundo de private equity do Brasil. 

Em 1999, adquiriram a Antarctica e criaram a Companhia de Bebidas das Américas (AmBev).

3G Capital

Em 2004, foi criada a 3G Capital, um fundo de private equity com o objetivo de investir em empresas de fora do Brasil. As operações se iniciaram com a compra da empresa belga, produtora de cerveja, Interbrew. 

A fusão da AmBev com a Interbrew deu origem à InBev, e, em 2008, a Anheuser-Busch – responsável pela Budweiser – foi adquirida pelo grupo, resultando na maior produtora de cerveja do mundo.

Entre 2010 e 2013, a 3G Capital também adquiriu o Restaurant Brands International, proprietário das redes de fast food Burguer King e da cafeteria Tim Hortons. 

Sicupira também investiu em empresas como a Dr. Consulta, que oferece serviços médicos, e a startup Hypercubes, que produz nanossatélites com capacidade de medir a qualidade do solo.

Filantropia

Além de seu sucesso nos negócios, Sicupira também é um filantropo engajado. 

Ele trouxe para o Brasil a Endeavor, uma organização internacional de apoio ao empreendedorismo, e criou a Fundação Brava, que investe em projetos de melhoria da gestão pública e organizações sem fins lucrativos. 

Junto a Telles e Lemann, Beto também é um dos investidores da Fundação Estudar, que oferece bolsas de estudo para estudantes talentosos nas melhores universidades do mundo.

O caso Americanas

O escândalo da Americanas veio à tona em janeiro de 2023, quando a empresa relatou inconsistências contábeis de R$ 43 bilhões nos balanços – inicialmente o rombo era de R$ 20 bilhões. 

Em 19 de janeiro de 2023, oito dias depois do anúncio do rombo financeiro, a Americanas entrou em recuperação judicial.

As investigações sobre a fraude ainda estão em andamento.

Entre os envolvidos estão Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa, e outros executivos de alto escalão, como Sérgio Rial, que sucedeu Gutierrez e denunciou a fraude.

Acusações

O ex-diretor-presidente da Americanas, Miguel Gutierrez, afirmou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Polícia Federal que o trio de acionistas controladores da varejista — os chamados 3G (Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira) — participavam ativamente da gestão financeira da empresa.

Segundo Gutierrez, nenhuma decisão estratégica na empresa era tomada sem o conhecimento de Sicupira, mesmo depois que o sócio deixou a presidência do conselho de administração da companhia, em 2020. 

De acordo com o depoimento, a Americanas tinha uma linha de comando na qual o acionista de referência e sócio da 3G Capital dava aval a todas as decisões.

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