A crise da Americanas ($AMER3) continua com mais um capítulo. O ex-CEO ao longo de 20 anos, Miguel Gutierrez, jogou parte da responsabilidade da fraude na companhia nos ombros do trio de acionistas de referência da companhia, formada pelos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, dizendo que eles participavam ativamente da gestão financeira da empresa.
Segundo matéria do Valor Econômico, o executivo estaria tentando se colocar com “bode expiatório” da história. Além disso, ele ainda citou o seu sucessor, Sergio Rial, dizendo supostamente que ele teria mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada investigar as irregularidades na gestão da empresa. As afirmações foram feitas em longa carta enviada à comissão.
Gutierrez havia sido chamado a depor na CPI anteriormente, mas alegou não poder ir por estar em tratamento médico na Espanha. Posteriormente, ele havia pedido por enviar depoimento via teleconferência, mas tal pedido foi rejeitado pela comissão.

Crise da Americanas (AMER3): trio refuta acusações
Gutierrez encaminhou uma longa carta à CPI e disse ainda que dedicou 30 anos de sua vida à rede e alegou ainda que seria o maior acionistas pessoa física e que ele mesmo teria perdido bilhões na fraude contábil na empresa.
A série de acusações da Gutierrez também se voltou contra Rial. Ele disse que seu sucessor participou de diversas reuniões no âmbito da sucessão do comando em encontros que diz “nem sequer ter sido convidado”.
A LTS Investments, que agrupa os investimentos do trio de referência nega todas as acusações e chamou de “ilações” as informações dadas por Gutierrez. Diz ainda que não há nenhuma prova apresentada do que ele falou.
A própria administração atual da Americanas, por sua vez, afirmou que refuta de forma veemente os argumentos do ex-CEO enviados à CPI e que ele não teria contestado em nenhum momento documentos apresentados em junho que demonstram sua suposta participação na fraude.
Já Rial afirmou que aguardará o curso das investigações sobre a responsabilização dos autores da fraude que criou a crise da Americanas (AMER3).
CPI encerra trabalhos no dia 14
A CPI da Americanas (AMER3) já tem data para terminar: dia 14 de setembro, data que é uma prorrogação da data anterior, no fim do mês passado. Mas a comissão ainda ouvirá, nesta terça-feira (5), a ex-diretora da empresa Anna Christina Ramos Saicali.
Com relação ao relatório final, a CPI deverá indicar que “não há” uma forma precisa de indicar quem seriam de fato os autores da fraude contábil na empresa. O documento cita uma possível participação da antiga diretoria da empresa, mas o teor evita qualquer afirmação direta, segundo o Estadão.
Além disso, o relatório final estaria citando que esta seria uma das maiores fraudes da história no cenário corporativo nacional. O relatório final das investigações sobre a crise da Americanas (AMER3) é preparado pelo deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), indicado como relator.