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Payroll: EUA criam 428 novos empregos em abril, superando as previsões

Payroll: EUA criam 428 novos empregos em abril, superando as previsões

Os Estados Unidos geraram 428 mil empregos em abril, segundo o relatório Payroll (folha de pagamento não-agrícola), publicado hoje (6) pelo Departamento do Trabalho americano. 

Esse número supera as previsões dos especialistas (391 mil) e apresenta o mesmo patamar de março, quando o país criou 428 mil postos de trabalho (revisados de 431 mil).

De acordo com o órgão, a geração de empregos no último mês foi liderada pelos setores de lazer, hospitalidade, manufatura, transporte e armazenagem. 

Department of Labor

Payroll: taxa de desemprego e média salarial

Já a taxa de desemprego permanece inalterada em relação ao mês de março, marcando 3,6% e registrando 5,9 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. O resultado, porém, está um pouco acima da projeção, que era de 3,5%. 

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Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, a taxa de desemprego é maior entre os adolescentes (10,2%), negros (5,9%) e hispânicos (4,1%).  

Quanto à média salarial, o relatório aponta que os ganhos médios por hora de trabalho em empresas privadas aumentaram US$ 0,10 em abril, chegando a US$ 31,85, o que representa uma elevação de 0,3%. 

No comparativo anual, a média salarial do trabalhador estadunidense teve um salto de 5,5% em relação ao mesmo período de 2021.

Análise da equipe de Macro & Estratégia do BTG 

E equipe de Macro & Estratégia do BTG destaca que os resultados do payroll surpreenderam positivamente às projeções do banco e do mercado, diferindo mais uma vez da leitura do ADP (Automatic Data Processing) indicador americano considerado “a prévia do payroll de abril, que registrou 247 empregos. Segundo os analistas, esse fato reforça  “a redução do poder preditivo do indicador”.  

No que diz respeito à média salarial, a equipe do BTG frisa que “o ganho médio por hora desacelerou na margem para 0,3% no mês, atingindo 5,5% na comparação anual, levemente abaixo do esperado, resultado da revisão altista no mês anterior (de 0,4% para 0,5%) mas que somado a mais um dado de forte criação de vagas, pode servir como um catalisador adicional para o consumo das famílias”.

Já quanto à avaliação dos setores, o time destaca que “o resultado foi bem disseminado, mas com destaque para o aumento em transportes e armazenagem (52 mil) e Lazer e Hotelaria (78 mil)”. 

No entanto, aponta para a desaceleração do setor de serviços que afrouxou na margem, em linha com a queda de 50 pontos dos dados apresentados pelo ISM de Serviços. 

Entretanto, os analistas explicam que “a desaceleração do índice não se deu por conta de uma deterioração na contratação e sim por ausência de pessoas qualificadas para preencher as vagas abertas”.

Payroll: e daqui para frente?

Em relação aos próximos meses, a equipe ressalta que “os dados divulgados hoje reafirmam que o mercado de trabalho norte-americano está apertado, com as pressões salariais exemplificadas pela taxa anual do índice de ganho médio por hora”. 

Além disso, enfatiza que o “cenário desenhado é de um mercado de trabalho tão aquecido que começa a ser menos saudável, com a taxa de participação ainda abaixo do nível pré-pandemia (com leve recuo em abril) e com mais vagas do que trabalhadores disponíveis”. 

Quanto à estabilidade da taxa de desemprego, o time acredita que “ainda temos um ambiente de 1,94 vagas abertas por desempregado – ou seja, com demanda por trabalhador maior do que a oferta. Nesse ambiente, enquanto o Fed não consegue atuar pelo lado da oferta, que não deve retomar no curto prazo por questões estruturais e conjunturais, é necessário reduzir o apetite da demanda (setor privado) via política monetária”.

O aperto monetário e o fim dos auxílios governamentais também foram fatores levantados pelo banco. 

Segundo os analistas da instituição financeira, “o presidente do FOMC vocalizou que espera que a taxa de participação acelere e o excesso de vagas seja preenchido, mantendo a taxa de desemprego próxima dos patamares atuais (3,6%)”.

Ademais, salienta que o “maior ponto de atenção no curto prazo é a evolução dos salários e seus repasses aos preços nos próximos meses. Além disso, observaremos os discursos dos dirigentes do FOMC nesta 6ªF, podendo trazer mais detalhes sobre seus posicionamentos com relação aos próximos movimentos de alta do comitê. A curva americana ainda não precificou completamente nosso cenário base de alta de juros, portanto, ainda vemos risco de abertura”.

  • Quer saber mais sobre o Payroll? Então, leia este texto e entenda por que esse indicador é tão importante.