Um conceito muito difundido no mundo das criptomoedas é o de prova de trabalho, do inglês proof of work. Trata-se de uma prova de consenso que evita o gasto duplo e confere autenticidade para uma rede blockchain.
Confira no artigo abaixo uma explicação mais detalhada sobre essa metodologia. Lendo o texto, você saberá mais sobre o conceito, como ele funciona e qual é o futuro esperado.
Confira!
O que é uma prova de consenso?
Como já é de conhecimento geral atualmente, as moedas digitais existem somente no mundo virtual. Tratam-se de ativos que não existem no meio físico, sendo transacionados exclusivamente pelos meios eletrônicos.
Sendo assim, é imprescindível garantir que esses valores não sejam duplicados. Ora, se pensarmos em arquivos digitais, como uma planilha de Excel, bem sabemos que podem haver infinitas cópias desse mesmo arquivo.
Com dinheiro não isso não pode acontecer. Basta pensarmos nas notas físicas que precisam ser únicas. Do contrário, o sistema financeiro em si perde a validade e o dinheiro circulante não possui qualquer valor.
É nesse cenário que surge a prova de consenso. Ela é necessária para validar uma criptomoeda e evitar o que se convencionou chamar de gasto duplo.
Caso não existisse a prova de consenso, um mesmo “dinheiro” poderia ser gasto mais de uma vez. Ou então poderia ser replicado infinitas vezes e, novamente, o sistema perderia a validade.
Nesse sentido, temos a prova de trabalho, termo traduzido do inglês proof of work. Trata-se de um método de validações de transações para dar autenticidade ao sistema como um todo, conforme veremos a seguir.
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O que é o proof of work?
O proof of work (PoW), ou prova de trabalho, é um dos mecanismos de validação de consenso utilizado em algumas redes de criptomoedas.
Conforme já explicado, é preciso que as transações sejam verificadas e validadas para que tenham autenticidade.
A principal (e maior) rede que utiliza o sistema de PoW é a rede Bitcoin. Ela foi a primeira a usar esse tipo de mecanismo e continua sendo seu principal representante.
As transações ocorridas em uma rede de criptomoedas devem ficar registradas em uma espécie de “livro público”, podendo ser consultadas por qualquer um que assim deseje.
Esse arquivo público recebe o nome de Blockchain. Cada criptomoeda tem a sua própria, podendo ser de desenvolvimento próprio ou de uso terceiro tomado como emprestado de outra criptomoeda.
O mecanismo de prova de trabalho foi divulgado juntamente com o famoso white paper do Bitcoin no ano de 2008. Sua autoria é atribuída a Satoshi Nakamoto, que até hoje não se sabe se é um pseudônimo ou uma pessoa verdadeira.
No entanto, esse conceito não surgiu nesse momento. Ele é anterior até mesmo à própria existência das criptomoedas.
Um dos exemplos mais conhecidos é o algoritmo de hashcash, desenvolvido por Adam Back.
Nesse sistema, ele propôs que fosse feito uma prova de validação antes do envio de simples e-mails. A intenção era reduzir (ou eliminar) o envio de e-mails em massa, ato caracterizado popularmente como spam.
Como o PoW funciona?
As transações em uma rede blockchain não funcionam como acontecem em uma transação bancária comum. É até natural esperar por isso.
No entanto, o ponto principal é que elas devem ser validadas em bloco, em vez de serem confirmadas uma a uma, como acontece no sistema financeiro tradicional.
Sendo assim, é preciso “juntar” várias operações feitas pelos usuários da rede antes de proceder ao processo de validação.
Isso é necessário porque entra em cena um processo conhecido como mineração. É por meio da mineração dos blocos de transações que as operações são validades por meio da prova de consenso em questão.
Nesse caso, uma prova de trabalho.
Esse mecanismo acontece dessa forma porque o custo de validação de uma prova de trabalho é extremamente considerável. Fazer a validação uma a uma é simplesmente inviável.
O ponto central de toda essa questão é que a prova de consenso no PoW é feita de maneira majoritariamente física. Ou seja, é preciso poder computacional para fazer os cálculos e validar os blocos.
É por isso que os mineradores são conjuntos de grandes máquinas computacionais com grande poder de processamento.
Ora, a energia necessária para manter esse sistema ligado é altíssima. Assim, seu custo acaba sendo bastante elevado. Vem daí a necessidade de proceder à validação apenas por blocos de transações e não por transações individuais.
Vale ressaltar que os mineradores não estão nessa apenas por caridade. Eles são recompensados a cada bloco minerado na rede. É isso que faz valer o retorno feito em máquinas bastante caras para realizar todo o processo de mineração.
Qual é o futuro do Pow?
A modelo de prova de consenso de PoW foi o primeiro a ser amplamente utilizado. Ainda hoje tem ampla aplicação. No entanto, muitos vêem esse método com os dias contados.
As razões disso são três basicamente: a primeira delas é o alto custo energético requerido. Não á toa, vários mineradores mudam constantemente suas bases de trabalho para países onde o custo de energia é menor.
Em segundo lugar vem o fato de que é cada vez mais difícil conseguir minerar blocos em uma rede de criptomoedas pelo método da prova de trabalho.
O Bitcoin mesmo sofre o processo de “halving”, no qual a recompensa aos mineradores cai pela metade a cada 4 anos. Assim, o retorno sobre o investimento vale cada vez menos.
Por fim, temos o surgimento de outros métodos de prova de consenso que se mostram mais eficientes e menos oneroso.
Uma das razões disso é o menor uso de poder computacional, com a aplicação de nós da rede compostos pelos próprios usuário. É o que se chama de proof of staking.
O proof of work foi um mecanismo que possibilitou o início da validação das redes de criptomoedas. É necessário muito poder computacional e, por isso, ele pode ser abandonado com o tempo. Até lá, ainda há muito trabalho a ser feito, pois a maior rede de criptomoedas se baseia nele: nada menos que o Bitcoin.
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