O que acontece com a Light (LIGT3)? Assim como a Americanas (AMER3), de repente a companhia de energia elétrica do Rio de Janeiro se viu envolvida em uma polêmica.
No fim da noite de segunda-feira (6), o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, havia publicado que a empresa estaria prestes a pedir recuperação judicial.
Mas nesta terça-feira (7), por meio de nota divulgada à imprensa, a companhia negou que estivesse perto disso.
O fato é que a distribuidora fluminense tem tido problemas para conseguir rolar as dívidas junto aos credores. Em nota, a Light informou que contratou a consultoria Laplace para “avaliar estratégias financeiras que viabilizem a melhoria de sua estrutura de capital e de alternativas para tanto”. Vale lembrar que a Laplace é a mesma que atuou na recuperação judicial da Oi (OIBR3).
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Recentemente, a agência de avaliação de risco Standard & Poor’s rebaixou o rating da empresa, tanto para a distribuidora quanto para a geração ligada a ela. A justificativa da agência foi um risco associado ao financiamento.
O que acontece com a Light (LIGT3): necessidade de investimentos e fim da concessão próximos
Segundo a matéria do jornal O Globo, a empresa precisaria de uma injeção de aproximadamente R$ 3,3 bilhões para os próximos dois anos. A companhia tem, entre seus acionistas, o empresário Beto Sicupira, com 10% de participação. Sicupira é um dos acionistas de referência da Americanas (AMER3), ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. Outro complicador para a Light é que a empresa está próxima do fim do prazo de concessão do grupo, previsto para se encerrar em 2026.
O mais recente relatório do banco BTG Pactual (BPAC11) sobre a empresa cortou o preço-alvo para R$ 6,7/ação, enquanto manteve a recomendação neutra para o papel.
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Segundo o relatório, a ação caiu quase 55% nos últimos 12 meses e 80% nos últimos 2 anos devido à suposta incapacidade da empresa em enfrentar perdas de energia, aumento das taxas de juros e decisões fiscais desfavoráveis, tudo contribuindo para uma queima de caixa sem fim.
“Acreditamos que a empresa chegou a uma encruzilhada: devolver sua concessão de distribuição – prevista para expirar em 2026 – ou esperar por uma ‘renúncia regulatória’ sobre perdas de energia que lhe permitiria finalmente começar a operar a concessão de maneira sustentável”, disse o BTG.
No ano passado, o banco de investimentos realizou uma reunião com a nova diretoria da Light, onde eles reforçaram que preservar o fluxo de caixa da Light seria sua principal prioridade.
Revisão das estratégias: uma necessidade?
Assim, até que haja alguma visibilidade sobre os prazos de renovação das concessões, o BTG espera que a Light reduza o capex e reveja sua estratégia para conter as perdas de energia, especialmente após a recente decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) de devolver R$ 1,847 bilhão em créditos tributários (que já foram usados pela Light) aos consumidores.
“Sem melhorias em sua área de concessão ou na frente regulatória, acreditamos que a melhor alternativa para a Light é devolver sua concessão no vencimento em 2026. Ao mesmo tempo, acreditamos que a última coisa que o governo deseja é retomar o controle de uma concessão tão grande e complexa”, avaliou o BTG.
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Por fim, o BTG avalia que, se a empresa não teve sucesso mesmo nas mãos de executivos de alto nível, por que seria diferente como uma empresa estatal? E encontrar um comprador sem abordar as questões específicas da concessão também seria altamente desafiador.
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