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Venda da íris do olho: como funciona esse projeto polêmico?

Venda da íris do olho: como funciona esse projeto polêmico?

Um projeto polêmico, e com ares de história de ficção científica, surgiu nos últimos dias: trata-se da venda da íris do olho. Mas afinal, como funciona? O projeto World ID recompensa voluntários com criptomoedas em troca do escaneamento da íris.

Essa proposta tem ganhado grande popularidade no Brasil desde sua implementação em novembro do ano passado. Desenvolvido pela Tools for Humanity e cofundado por Sam Altman, CEO da OpenAI, o sistema busca criar uma “Identidade Global” única, à prova de fraudes digitais. 

Nas últimas semanas, a iniciativa viralizou no TikTok, com milhares de usuários compartilhando vídeos sobre o processo, apelidado de “vender a íris”. Em São Paulo, centros de verificação têm registrado longas filas de interessados em participar do projeto, atraídos pela promessa de recompensas em criptomoedas.

Conforme dados da plataforma Coinbase, os voluntários podem receber até 77 Worldcoins (WLD), o equivalente a aproximadamente R$ 992, em valores aproximados. 

Venda da íris do olho: como funciona o escaneamento

O projeto World ID utiliza um dispositivo chamado Orb, que realiza a leitura da íris dos participantes. A empresa alega que essa biometria gera um código único e anônimo, usado para validar que o usuário é um ser humano e não um bot. O objetivo da iniciativa é criar um sistema seguro de identidade digital, uma necessidade crescente com o avanço da inteligência artificial. 

A World Foundation, organização responsável pelo funcionamento do projeto, afirma que mais de 150 mil brasileiros tiveram a íris escaneada no último mês. No total, mais de 400 mil pessoas já aderiram à iniciativa no país. 

Apesar do sucesso, o projeto tem sido alvo de críticas e preocupações, especialmente sobre privacidade e segurança dos dados biométricos. O escaneamento da íris coleta informações únicas e imutáveis, o que gera riscos caso esses dados sejam vazados ou mal utilizados. 

A Tools for Humanity garante que as imagens capturadas são criptografadas e convertidas em um código anônimo, sendo excluídas do dispositivo de coleta após o processo. Além disso, a empresa afirma que não armazena informações pessoais, como nome ou telefone, e que os usuários podem excluir permanentemente seus dados pelo aplicativo. 

Ainda assim, especialistas alertam para as implicações éticas da troca de dados biométricos por dinheiro, especialmente em países onde populações vulneráveis podem ser incentivadas a participar sem plena compreensão dos riscos. Por conta dessas preocupações, países como Espanha e Portugal já proibiram práticas semelhantes. 

O interesse no Brasil

O crescimento do World ID no Brasil mostra o interesse dos usuários por novas formas de identidade digital e ganhos com criptomoedas. No entanto, o projeto também abre um debate sobre o uso de dados biométricos, privacidade e regulamentação. 

Segundo Nathan Paschoalini, pesquisador da área de governança e regulação da Data Privacy Brasil, mais de um milhão de pessoas já baixou o aplicativo do projeto, e um número crescente tem aderido ao processo de verificação biométrica. 

A proposta do sistema é comprovar que os usuários são humanos e não robôs, utilizando a íris como identificador único. Assim como as impressões digitais, essa biometria apresenta padrões exclusivos para cada indivíduo. No entanto, segundo Paschoalini, a íris oferece ainda maior precisão na identificação. 

“A íris é dotada de uma característica muito específica, que é a unicidade. Ou seja, cada indivíduo tem uma íris única, cujas características são preservadas ao longo de toda a sua vida de forma estável. A não ser que aconteça algum tipo de acidente, ela mantém suas propriedades ao longo dos anos. Por conta disso, podemos dizer que ela é um identificador extremamente preciso”, explicou o pesquisador, de acordo com a Agência Brasil.

Com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial, iniciativas como essa podem se tornar cada vez mais comuns. A questão que permanece é: o benefício de uma identidade digital única compensa os riscos de compartilhar informações tão sensíveis?

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