Como se não bastasse ter comprado o Twitter, autoridades chinesas avaliam a alternativa de Elon Musk comprar as operações do TikTok caso a companhia não consiga evitar a proibição do aplicativo, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
Segundo fontes, sob o olhar do mercado, os funcionários da plataforma de vídeos preferem que o TikTok siga nas mãos da ByteDance. A companhia contesta a proibição com um recurso na Suprema Corte dos Estados Unidos. Entretanto, em meio a argumentos, os juízes indicam que provavelmente seguirão com a legislação.
Na China, as autoridades iniciaram debates de planos de contingência para o TikTok, com discussões sobre como lidar com o novo governo americano do presidente eleito Donald Trump. Entre as alternativas estaria o bilionário Elon Musk, segundo fontes não identificadas. O possível acordo seria apelativo para o governo chinês. Musk já gastou mais de US$ 250 milhões apoiando a reeleição do presidente e foi postulado para melhorar a eficiência do governo após a posse do republicano.
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O TikTok e o X se integrariam?
Na visão do governo chinês, o antigo Twitter (X) controlaria o TikTok nos EUA, integrando os negócios, segundo fontes. Atualmente o TikTok possui mais de 170 milhões de usuários em solo estadunidense e poderia fortalecer os esforços do X para anunciantes. Além disso, Musk possui a empresa de inteligência artificial (IA), A xAI, que se beneficiaria no volume de dados gerados pela plataforma de vídeos.
Entretanto, as discussões são preliminares e as autoridades chinesas ainda não chegaram a uma conclusão de como procederão. Também não está claro se a ByteDance está a par dessas discussões governamentais ou se o TikTok e Musk estão envolvidos.
Ainda não há informações sobre negociações entre Musk, TikTok e ByteDance.
Como ficaria o TikTok nas mãos de Musk?
A pedidos de comentários, representantes de Musk não comentaram o assunto. Anteriormente, em abril de 2024, o bilionário publicou que acreditava que o TikTok deveria seguir disponível nos EUA.
“Na minha opinião, o TikTok não deve ser proibido nos EUA, mesmo que tal proibição possa beneficiar a plataforma X”, escreveu ele no X. “Fazer isso seria contrário à liberdade de expressão e à liberdade de manifestação. Isso não é o que os EUA representam.”
Futuro da rede de vídeos
Do lado do TikTok, a ByteDance, a plataforma de vídeos, a Administração do Ciberespaço da China e Ministério do Comércio chinês também não responderam a pedidos de comentários.
Diante das discussões em Pequim, o futuro do TikTok não deve ser mais de controle exclusivo da ByteDance, apontam fontes. O governo chines reconhece que vai enfrentar negociações complexas com o governo Trump sobre controles de exportação, tarifas e outras pautas, e vê as conversas sobre a plataforma como uma forma de conciliação.
As autoridades chinesas contam com a “Golden share”, que garante o poder publico em cima de decisões da companhia que podem afetar o país, em uma afiliada da ByteDance. O controle se aplica somente à subsidiária chinesa Douyin Information Service e não afeta as operações fora da China. Entretanto as regras de exportação do país impedem que empresas chinesas vendam seus algoritmos de software, como o que é fundamental para o TikTok.
- Leia também: Fundador do TikTok é o mais rico da China
Quanto Elon Musk pagaria no TikTok?
Segundo analistas da Bloomberg Intelligence, no ano passado, as operações do TikTok poderiam alcançar um valor entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões. Até mesmo para o homem mais rico do mundo esse seria um valor relevante.
Também não está claro como seria feita a aquisição, se Musk financiaria, se exigiria a venda de outros ativos ou se o governo americano aprovaria o acordo. Na rede vizinha, o bilionário pagou US$ 44 bilhões pelo Twitter em 2022 e segue com empréstimos significativos.
ByteDance x Donald Trump
No momento, a prioridade da ByteDance é lutar contra a legislação dos Estados Unidos que exige a venda ou o encerramento das operações do TikTok nos EUA por preocupações de segurança nacional. A defesa da rede social argumenta que a legislação viola as leis de liberdade de expressão protegidas pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
A Suprema Corte apontou que as preocupações de segurança nacional podem ter prioridade sobre a liberdade de expressão, mas ainda não emitiu uma decisão formal. Trump, que assume seu posto na próxima segunda-feira (20), tentou adiar a proibição do TikTok para negociar um acordo. Ele declarou querer “salvar” o aplicativo.
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