Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Negócios
Notícias
Investimentos no exterior entram em nova fase, diz Roberto Lee, da Avenue

Investimentos no exterior entram em nova fase, diz Roberto Lee, da Avenue

Antes considerado inacessível para investidores comuns ou uma estratégia especulativa, os investimentos no exterior estão se tornando uma opção cada vez mais confiável e interessante para os brasileiros. 

Embora esses ativos ainda representem uma parcela limitada das carteiras dos investidores médios brasileiros, eles estão passando por uma transformação e ascensão, de acordo com Roberto Lee, CEO da Avenue, e Jeff Spiegel, Diretor da BlackRock.

Em uma entrevista à Bloomberg Línea, os executivos falaram sobre o surgimento de um novo perfil de investidor, que busca diversificação geográfica e favorece estratégias que se alinham com suas vidas cotidianas.

“As pessoas estão enviando agora o dinheiro ‘de verdade’, por isso precisam ter confiança e bons produtos. Vinte anos atrás só víamos essa confiança na poupança. Depois, passamos a vê-la nos CDBs, nos títulos públicos, nos fundos e agora vemos uma maior confiança com o offshore”, explicou Lee.

A ascensão dos ETFs

Uma das maneiras mais populares de alocação de fundos no exterior é por meio dos fundos de índice negociados na bolsa, conhecidos como ETFs (Exchange Traded Funds). 

Desde dezembro de 2020, o número de investidores com contas de ETF na bolsa de valores brasileira mais do que dobrou, chegando a 596.000 em setembro deste ano, com 84% sendo investidores individuais, enquanto a maior parte do volume de negociação (cerca de 47%) pertence a investidores institucionais.

Os ativos da indústria cresceram em um ritmo mais lento devido à desvalorização de muitos ativos, aumentando de R$ 38 bilhões no final de 2020 para R$ 43 bilhões em setembro de 2023, em comparação com R$ 4 bilhões em 2016. 

O mercado também se expandiu para oferecer mais fundos de renda fixa e variável internacionais, juntamente com produtos de renda fixa locais.

Na percepção de Roberto Lee, os investidores agora têm mais confiança em “crenças próprias” ao tomar decisões de alocação, concentrando-se em temas que vão desde tecnologia e inclusão financeira até energia verde.

Lee também comentou que muitos investidores da Avenue que compram ETFs relacionados à Inteligência Artificial (IA) trabalham na indústria de tecnologia ou estão diretamente envolvidos com ela. 

“No passado, os clientes seguiam as carteiras recomendadas. Hoje em dia é diferente, eles querem incluir componentes de IA ou de outros setores que estejam ligados ao seu dia-a-dia”, afirma o executivo.

Para o diretor da BlackRock, uma das principais vantagens dos ETFs é a capacidade de diversificar portfólios entre diferentes empresas, setores e países. 

Segundo Spiegel: “Não importa onde você esteja, é fundamental ficar investido e não tentar cronometrar o mercado. No caso dos ETFs, é uma oportunidade de três a cinco anos que ajuda o investidor a ficar alocado e é crítico do ponto de vista das finanças comportamentais”.

As tendências mudam, mas o interesse permanece

De ouro a cannabis, jogos, veículos elétricos e agora Inteligência Artificial (IA), os interesses dos investidores tendem a evoluir ao longo do tempo, e, para acompanhar essas mudanças, novos produtos de ETFs são criados para atender a essas tendências. 

No entanto, apesar de muitos desses fundos temáticos perderam a popularidade, a expectativa de alguns especialistas de que as pessoas retirassem seus investimentos dessa estratégia não veio a se tornar realidade.

Segundo Spiegel, isso se dá devido ao fato dos investidores entenderem que essas são oportunidades de longo prazo, e que, em média, esses produtos temáticos com foco no longo prazo tendem a ter uma demanda até três vezes maior pelo investidor individual.

“As tendências podem variar ao longo do tempo, mas são de longo prazo; as pessoas continuam investindo por cinco a dez anos no produto”, afirmou o diretor da BlackRock.

Roberto Lee ainda acrescentou que o interesse dos investidores da corretora na Ásia está aumentando, com uma alta na demanda por parte dos clientes para a região, principalmente aqueles que investem em ETFs.

Os investidores brasileiros estão entrando em uma nova era de investimentos no exterior, impulsionados por uma paisagem de investimento em mudança e pelo surgimento de estratégias inovadoras como os ETFs. 

À medida que a confiança cresce e as opções de investimentos no exterior se expandem, essa tendência provavelmente continuará a crescer nas carteiras dos investidores brasileiros nos próximos anos.