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Morre Giorgio Armani, aos 91 anos

Morre Giorgio Armani, aos 91 anos

O estilista italiano Giorgio Armani faleceu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos, em Milão, “rodeado da família”, segundo nota oficial divulgada pelo Grupo Armani. A empresa destacou que ele “trabalhou até os últimos dias de sua vida, dedicado às coleções e a novos projetos”, reforçando sua incansável entrega ao trabalho.

Conhecido como “Re Giorgio” (Rei Giorgio), Armani construiu um império avaliado em 2,3 bilhões de euros. Mais do que roupas, ele simbolizava elegância atemporal, disciplina e visão empresarial. Seu perfeccionismo era reconhecido por todos que trabalhavam ao seu lado, já que supervisionava desde os cortes das peças até o penteado das modelos.

O adeus em Milão

O velório será realizado no espaço L’Armani/Teatro, em Milão, no sábado e domingo, das 9h às 18h. Em respeito à vontade de Armani, a despedida terá caráter privado. A cerimônia reunirá familiares, amigos próximos, colaboradores e algumas das personalidades que acompanharam sua trajetória.

Sua morte acontece poucos meses antes de um momento simbólico: em setembro, a Semana da Moda de Milão celebraria os 50 anos da marca com um desfile na Pinacoteca di Brera. A empresa ainda não confirmou se o evento será mantido, mas, para muitos, a comemoração já representava um “testamento em vida” do estilista.

Um legado que ultrapassou a passarela

Armani nasceu em 1934, em Piacenza, interior da Itália. Filho de uma família simples, recordava com frequência como sua mãe costurava roupas para os filhos, criando uma “elegância interna” que o inspiraria no futuro.

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Curiosamente, antes de se tornar o famoso estilista italiano, quis ser médico e até cogitou o cinema como carreira — paixão que mais tarde se expressaria em figurinos para filmes como American Gigolo e em parcerias com Martin Scorsese, que dirigiu o documentário Made in Milan.

Aos 41 anos, já com experiência como comprador e designer, fundou sua própria marca ao lado de Sergio Galeotti, em 1975. Rapidamente ganhou prestígio global, vestindo Hollywood, a realeza europeia e divas da música, como Beyoncé e Lady Gaga. Sua estética minimalista, voltada tanto para homens quanto para mulheres, quebrou paradigmas na alfaiataria e marcou gerações.

A sucessão da marca Armani

Com sua morte, a atenção se volta para o futuro da grife. Armani já havia preparado cuidadosamente esse momento. Em entrevistas, o estilista italiano deixou claro que desejava uma transição “orgânica e sem rupturas”. O escolhido para liderar a parte criativa é Pantaleo (Leo) Dell’Orco, braço direito e responsável pela linha masculina, que já substituiu o estilista em recentes desfiles.

A sucessão foi planejada há quase uma década, com a criação da Fundação Giorgio Armani, em 2016. A instituição tem como missão preservar os valores da marca, manter os postos de trabalho e garantir que a empresa não seja vendida ou aberta ao mercado financeiro por pelo menos cinco anos após a morte do fundador.

Diferente de outras casas de luxo absorvidas por conglomerados como LVMH (LVMH) e Kering (KER), o Grupo Armani permanece independente. Esse modelo deve continuar, com a participação de sobrinhas, sobrinhos e colaboradores próximos, sempre respeitando a identidade construída por Armani.

Um império de sofisticação atemporal

Além da moda, Giorgio Armani expandiu seu nome para áreas como design de interiores, hotéis de luxo e até figurinos de shows e espetáculos internacionais. Em cada projeto, manteve a mesma assinatura: linhas limpas, sofisticação silenciosa e um compromisso com a qualidade.

Mesmo aos 91 anos, não cogitava a aposentadoria. Em entrevistas, dizia que “trabalho é vida” e que não tinha interesse em descansar.

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