Empresas familiares muitas vezes são questionadas no mercado, seja por métodos de gestão pouco ortodoxos, seja pelo risco de embates entre os gestores que possam causar problemas operacionais e financeiros. Mas a Weg (WEGE3), fabricante de equipamentos eletroeletrônicos com matriz em Santa Catarina, tem passado à parte de tais problemas.
A empresa colocou nada menos que 29 acionistas na lista de bilionários brasileiros atualizada pela revista Forbes. Apenas um nome foi revelado, o de Anne Werninghaus, neta de um dos fundadores e empresária do ramo de moda, com fortuna estimada em R$ 6 bilhões. Ela não atua na empresa, mas é acionista. O patrimônio conjunto desses familiares fica em torno de R$ 58 bilhões.
A empresa não divulga a participação específica dos familiares. Na composição acionária atualizada no site da Weg, o número de 607,9 milhões de ações, ou 14,48% do capital, é creditado de forma simplificada a “famílias dos fundadores”. Outros 2,7 bilhões, ou 64,57%, aparecem na rubrica “controladores”.

Fundada em 1961, na cidade de Jaraguá do Sul (SC), por um trio formado pelo eletricista Werner Ricardo Voigt, pelo administrador Eggon João da Silva e pelo mecânico Geraldo Werninghaus, cujos primeiros nomes formam a sigla usada até hoje.
A partir da década de 1980, ampliou a atuação para componentes eletroeletrônicos, produtos para automação industrial, transformadores de força e distribuição, tintas líquidas e em pó e vernizes eletroisolantes. O capital foi aberto em 1971, a empresa passou a exportar seus produtos na mesma década e, 30 anos depois, tornou-se bilionária.
No segundo trimestre deste ano, o lucro líquido da Weg (WEGE3) atingiu R$ 1,368 bilhão, um avanço de 49,9% na comparação com o mesmo período de 2022, de R$ 912,9 milhões. Em agosto, a empresa distribuiu R$ 609,3 milhões em dividendos intermediários.