Um dia depois de tumultuar o mercado com a retomada das negociações para comprar o Twitter (TWTR34), o bilionário Elon Musk voltou a movimentar seus perfis nas redes sociais com o anúncio de uma nova ideia: a criação do X, um “app pra tudo” (“everything app”), na tradução livre.
Em resposta a um seguidor na rede social, o bilionário disse que aproveitar a plataforma do Twitter para apresentar o X poderia acelerar o processo “em cerca de 3 a 5 anos, mas eu posso estar errado”. Essas foram as únicas manifestações do empresário em seu perfil no próprio Twitter desde a confirmação de que ele pretende retomar a compra da rede social.
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O processo foi iniciado em maio, quando Musk apresentou à SEC (órgão que controla o mercado norte-americano de capitais) a oferta de pagar US$ 54,20 por ação e em seguida fechar o capital da empresa, e interrompido em julho, quando Musk disse que ia desistir do negócio por considerar ter recebido informações inverídicas a respeito da quantidade de usuários falsos e automatizados da rede.
O Twitter abriu um processo contra o empresário, que está em tramitação na justiça do estado de Delaware e tem audiências previstas para novembro. Em agosto, durante a reunião anual de acionistas da Tesla (TSLA34), sua empresa que carros elétricos, Musk havia dito que estudava possibilidades de tornar o Twitter “potencialmente melhor”.
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Mas o que exatamente seria o X, o “app pra tudo”?
As redes sociais já são consideradas uma espécie de super-aplicativos, por concentrarem no mesmo espaço a possibilidade de enviar mensagens instantâneas, debater assuntos com outras pessoas e postar textos, imagens e vídeos, entre outras ações que, nos primórdios da internet, eram espalhadas por diferentes sites e programas.
O Facebook (M1TA34) é hoje a maior dessas redes, com mais de 2,5 bilhões de usuários, o equivalente a um terço da população do mundo. Mas, enquanto a rede de Mark Zuckerberg tem como foco principal de seus planos futuros o Metaverso, espécie de representação virtual da sociedade, as ideias de Musk parecem convergir para outra rede, o WeChat, até hoje usado exclusivamente na China.
O WeChat é um aplicativo que permite tudo o que uma rede social faz e outras ações, como pedir um carro para uma viagem, como faz o Uber, ou pedir comida, como no iFood, sem sair da plataforma, graças a miniaplicativos que são conectados à interface do programa principal. Também é possível fazer pagamentos e transferir dinheiro entre usuários, funcionalidade que o WhatsApp, da Meta, adotou desde o ano passado, além de ler e assistir a noticiários.
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Censura x liberdade de expressão
Ou seja, a ideia é juntar todas as necessidades de um usuário de telefone celular precisa numa só plataforma. Mas há uma questão importante: tudo o que é publicado no WeChat é fortemente monitorado e censurado pelo governo chinês, com moderados humanos e suporte de robôs de inteligência artificial e moderadores que banem qualquer conteúdo considerado indesejável pelo Partido Comunista, de críticas ao governo até posts obscenos.
Musk, por sua vez, se coloca como “defensor extremista da liberdade de expressão” – uma das razões que ele usou para explicar a compra do Twitter, incomodado pela política de retirada de posts adotada pela empresa. Resta vez como ele e seu “app pra tudo” lidarão com os dados que seus futuros usuários produzirão.
Cotações estáveis em alta à espera de novos passos
Enquanto as palavras de Musk ficam apenas no Twitter, as ações da rede social seguem valorizadas, Na Nasdaq, os papéis da companhia oscilaram para a faixa de US$ 51, depois de fechar em US$ 52,04 na terça-feira, uma alta de 13% provocada pela revelação de que Musk voltou a se interessar pela empresa e que provocou até a interrupção das negociações por mais de três horas, durante o pregão.
Na B3, os BDRs do Twitter, papeis atrelados a ações do Twitter na Nasdaq, mas sem vinculação direta com a companhia, oscilaram entre R$ 130,76 e R$ 135,26 durante o pregão, depois de subir mais de 10% na terça-feira, acompanhando a valorização nos Estados Unidos.
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