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Money Week: perfil do investidor global está mudando? Educação e acesso impulsionam internacionalização

Money Week: perfil do investidor global está mudando? Educação e acesso impulsionam internacionalização

A democratização dos investimentos no exterior e o crescente interesse dos brasileiros por ativos globais foram os temas centrais do painel “Perfil do investidor global está mudando?”, realizado nesta sexta-feira (1º) durante a Money Week 2025, evento promovido pela EQI Investimentos.

O debate contou com a participação de Caio Tuca, head internacional da EQI Investimentos, e Alexandre Artmann, sócio e COO da Avenue, que compartilharam experiências e perspectivas sobre o processo de internacionalização do investidor brasileiro, os desafios ainda existentes e o papel da educação financeira nesse movimento.

Do fax à plataforma: acesso global com identidade brasileira

Abrindo o painel, Artmann relembrou o início da Avenue e o cenário de dificuldade que marcava os investimentos internacionais antes da chegada da plataforma:

“Investir fora do país parecia algo quase ilegal. Era tudo muito burocrático. Chegamos a viver a era do fax. Por isso, a ideia foi tropicalizar ao máximo a experiência para o investidor brasileiro”, contou.

A proposta, segundo ele, sempre foi conectar o brasileiro ao mercado global de forma simples, segura e intuitiva — e com um portfólio desenhado especialmente para o público local.

Tuca destacou o papel da educação nesse processo:

“A EQI nasceu de um blog. A gente entende que, para investir fora, é preciso entender o contexto. O conhecimento é o primeiro passo.”

Brasil ainda investe como país com baixa educação financeira

O painel trouxe dados que revelam a baixa diversificação geográfica da carteira do brasileiro médio: 99% dos investimentos ainda estão no mercado local.

Artmann explicou que esse cenário é bastante distinto do que se vê em grandes potências econômicas e até mesmo em países emergentes mais financeiramente maduros.

“O Brasil tem acesso limitado a produtos financeiros. A B3, os títulos de renda fixa e outras opções disponíveis aqui não se comparam ao que existe lá fora.”

Para os especialistas, o fenômeno da internacionalização não é exclusivo do Brasil, mas está se acelerando por aqui graças à maior disponibilidade de informação e à digitalização de processos.

CDI x Dólar: o custo de pensar só em reais

Um dos momentos mais provocativos do painel foi a comparação entre retornos nominais e reais — e a ilusão de rentabilidade baseada apenas em reais. Tuca foi direto:

“Se o CDI fosse realmente tão bom, o Warren Buffett investiria tudo nele.”

Artmann apresentou uma simulação que mostrava o CDI dolarizado gerando apenas 4% de retorno, contra mais de 140% de valorização de um título do Tesouro americano no mesmo período — além de contar com a força e estabilidade do dólar.

Tuca complementou com uma provocação que pegou muitos de surpresa:

“Você já teve um ativo que caiu 80%? A maioria diz que não, mas quando eu explico que todos que investem só em real já passaram por isso, ficam surpresos. O real perdeu cerca de 80% frente ao dólar.”

Investir fora é investir no mundo — e não só nos EUA

Com mais de R$ 2 bilhões já enviados ao exterior pela Avenue, os dados mostram que o movimento está ganhando força. Mas o receio ainda existe entre parte dos investidores. Para Tuca, isso acontece por falta de compreensão do que significa investir internacionalmente:

“Abrir uma conta na Avenue é se abrir para o mundo. Não é só sobre investir nos EUA. É sobre investir globalmente.”

Artmann reforçou que a curadoria de produtos da plataforma é feita com foco no brasileiro:

“Um americano não consegue investir na Avenue. Tudo é pensado para quem vive aqui. A ideia não é oferecer o mundo inteiro, mas sim as melhores opções para preservar e multiplicar capital.”

UCITS: os ETFs europeus que complementam os americanos

Na parte final do painel, o tema dos UCITS ETFs (Exchange Traded Funds com base regulatória europeia) ganhou espaço. Artmann explicou que, embora comumente associados à Irlanda, esses fundos não são necessariamente irlandeses — e tampouco concorrentes dos ETFs americanos.

“Eles se complementam. A grande vantagem dos UCITS é o modelo de acumulação, que permite reinvestir automaticamente os dividendos, algo não permitido nos EUA.”

Além disso, ele destacou os benefícios tributários para investidores brasileiros e a possibilidade de crescimento mais acelerado do patrimônio no longo prazo.