Eça Correia, co-head de Agronegócio da EQI Asset, foi o mediador de debate na Money Week sobre O papel do Agronegócio na retomada econômica do Brasil, que contou com a participação de Thierry Soret, CFO (Chief Financial Officer) na Usina Coruripe, e Michel Torteli, COO (Chief Operating Officer) da FinPec.
A Money Week é um evento online e gratuito da EQI Investimentos, que acontece nestas terça e quarta-feiras (2 e 3 de maio).
Correia inicia o painel falando sobre os eventos de cauda que o Agro e toda a economia enfrentaram nos últimos anos, como pandemia, guerra na Ucrânia e crise de crédito. Para os convidados, apesar desses eventos, o setor se mostrou bastante resiliente.
“O setor já vinha com pressão de preço muito grande, com a demanda de etanol caindo, não a de açúcar, além de todos os desafios que a pandemia trouxe, com contingente de colaboradores em home office, sendo que você trata de lavouras. Depois a guerra. Foram três anos bastante desafiadores”, conta Soret.
Já Tortelli destaca que o setor de proteína sofreu ainda impactos com gripe suína. Sua empresa, a FinPec, é a primeira fintech de pecuária do país.
“Tivemos muita volatilidade, mas a pecuária está voltando a ter margem. O mundo está com contração de oferta de gado e o Brasil está em uma crescente”, afirma.
O papel do Agronegócio na retomada econômica do Brasil: Fase boa de diplomacia internacional
O Agronegócio, que respondeu no ano passado por praticamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, vive uma fase boa de diplomacia internacional com o Governo atual, avaliam os convidados da Money Week.
“Em termos de política internacional, o momento é favorável para o Agro. Não temos mais tanto embate com China, que é o maior exportador do Brasil, e só tivemos boas notícias com abertura de novos mercados”, diz Tortelli. Ele enxerga que o ano de 2023 baterá todos os recordes de embarque de animais, sem que isso afete o consumo interno de carne.
A pecuária, lembram Tortelli e Correia, passa por uma transformação, com migração da prática extensiva para o confinamento, o que deve impactar no espaço disponível para a lavoura no país e, consequentemente, também na produção de grãos.
Já no setor sucroenergético especificamente, afirma Soret, houve impacto do Governo na reoneração dos combustíveis, mas que veio mais favorável ao etanol. “O Governo dá sinais de que quer ajudar os biocombustíveis”, diz, salientando que a renovação do Programa RenovaBio, de incentivo aos biocombustíveis, é mostra disso.
Os convidados também falaram sobre a evolução do etanol de milho, que deve ganhar escala no país. “O fato é positivo para o setor no geral”, avalia Soret.
“Na questão da diplomacia, o mundo passa a olhar para o etanol como uma matriz de mobilidade sustentável. Temos muitas montadoras apostando nos veículos híbridos e a Europa importando mais etanol”, avalia.
“Há, ainda, muita incerteza, por exemplo, quanto a como o novo Conselho da Petrobras (PETR3; PETR4) vai direcionar a política de preços dos combustíveis”. Mas, ele avalia, hoje o mercado está olhando com mais atenção para a empresa e para a questão da governança.
Eça Correia destaca que o novo Ministério do Meio Ambiente, com Marina Silva à frente, se mostra mais atento à preservação, e que essa imagem de Agronegócio sustentável precisa ser mais explorada no exterior.
“Precisamos melhorar nosso marketing. Nosso café é o melhor e somos o maior produtor, mas a Colômbia é mais famosa lá fora. Etanol tem que ser a mesma coisa, pecuária também. Nosso Agro é extremamente sustentável e competente. O Governo tem que entrar nisso, na promoção positiva do nosso Agro”, diz Soretx.
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