A inteligência artificial está transformando profundamente diversos setores, sobretudo o financeiro. Com os avanços no aprendizado de máquinas e análise de dados, há uma revolução na maneira de aprender e gerenciar finanças. Dessa forma, a inteligência artificial na educação financeira pode provocar uma transformação positiva para quem souber utilizar a inovação.
“A inteligência artificial entrou no mercado com muita força. É uma solução que pode gerar muitas oportunidades, mas que precisa contar com a educação por trás, como base”, diz Jaime de Paula, head de inovação da AAA Inovação, na 9ª Money Week, realizada entre segunda (14) e quinta-feira (17).
E a educação financeira, por sua vez, é estruturada nos primeiros seis anos de vida de uma criança, como explica Andrea Mansano, economista e administradora de empresas. Segundo ela, é na infância que a criança forma a consciência sobre o que significa dinheiro.
“Isso tem início em casa, muitas vezes de acordo com a realidade financeira da família e seus gastos”, aponta.
Avanço promissor da IA
Os especialistas avaliaram, durante a Money Week, que, apesar dos avanços tecnológicos, ainda hoje há no mercado financeiro a necessidade do contato humano, para o estabelecimento de uma relação de confiança, como, por exemplo, entre investidores e seus assessores de investimento. E isso é verificado, especialmente, junto ao público mais velho. A tendência, explicam, é que a tecnologia avance nas atividades repetitivas, mas que há um espaço que só o humano consegue ocupar.
“A inteligência artificial substitui tudo o que é repetitivo. As próximas gerações vão se interessar em contatos que vão entregar apenas o que a IA não replica”, resume Mansano.
“A inteligência artificial deve ser uma aliada, principalmente porque a tecnologia só deve continuar crescendo. A próxima sempre deve ser ainda maior do que a atual”, considera.
O head de inovação da AAA deu o exemplo do novo computador quântico do Google (GOOGL; $GOGL34), o Sycamore. A nova edição, de 2023, pode realizar cálculos instantâneos que, normalmente, demorariam 47 anos para serem realizados pelo Frontier, o atual supercomputador mais poderoso do mundo, de 2019.
Inteligência artificial na educação financeira: aliada ou inimiga?
O mundo não será apenas das máquinas, no entanto. Para Jaime de Paula, o ser humano vai se diferenciar da tecnologia com inovação, criatividade e emoção – fatores que as máquinas não conseguem substituir.
Mansano completa a ideia de aliança entre inteligência artificial na educação financeira com a filosofia de que desafios e oportunidades andam juntos. “A IA não irá destruí-lo se o seu pensamento for de oportunidade, de como aproveitar a solução. Estamos em um ponto em que a alienação não adianta: a inovação continuará surgindo”, diz.
“Quem for resistente às inovações vai sofrer muito. A próxima geração, que terá muito mais acesso à informação do que qualquer outra, se não souber perguntar da maneira correta, não conseguirá tirar proveito disso”, completa Andrea.
Jaime conclui dizendo que o ser humano é criativo e a IA consegue “nos ajudar nesse desenvolvimento, inclusive educacional”.
