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Money Week: como ficam “Dólar, juros e small caps” no novo cenário global e local?

Money Week: como ficam “Dólar, juros e small caps” no novo cenário global e local?

A pandemia obrigou os bancos centrais a adotarem uma política monetária expansionista, estimulando artificialmente a economia. Agora, o mundo vive uma subida de juros global, com inflação e dólar em alta, como consequência desse movimento. No Brasil, as incertezas aumentam com o pós-eleição e as indefinições econômicas do novo governo. Como investir nesse cenário?  

Para debater como ficam “Dólar, juros e small caps”, a Money Week recebeu nesta segunda-feira (7) Werner Roger, CIO e sócio-fundador da Trigono Capital, e Frederico de Souza Lima, sócio-fundador da Angá Asset, especializada em crédito privado. O painel teve como mediador o assessor de investimentos, apresentador e colunista do EuQueroInvestir, Denys Myiabara.

“Dólar, juros e small caps”: o novo cenário global

O segredo para ser bem-sucedido como gestor de fundos é criar portfolios descorrelacionados, ensina o sócio-fundador da Angá.

“Gastamos boa parte do nosso esforço, fazendo portfolios descorrelacionados. Porque acertar exatamente como os mercados vão se comportar é impossível, especialmente quando há pouca informação para se basear. Nesses momentos, é importante atravessar bem o deserto e chegar são e salvo do outro lado. É preciso aproveitar as oportunidades mais aparentes e há muita coisa sendo negociada descontada”, diz.

“Mas o momento é de calma, não há motivo para desespero. Quem se sentir com muita vontade de fazer alguma coisa, recomendo preencher o ‘bolão da Copa’! Não é hora de se arriscar no mercado financeiro”, enfatiza.

Ele cita como exemplo da necessidade de manter a calma, a própria pandemia, que, apesar do cenário adverso, pode ser ultrapassada com estratégias bem pensadas.

“Na pandemia, com os incentivos dos bancos centrais sem precedentes e as taxas de juros muito baixas, nosso foco era construir carteiras defensivas sob a ótica do crédito, entregando qualidade de crédito. Olhamos para classes de ativos anticíclicas, e tentamos surfar os incentivos fiscais dados. Foi um período muito bom para nossas carteiras, passamos ao longo de 2020 com o mercado chacoalhando bastante, muita volatilidade, mas conseguimos atravessar muito bem”, relembra.

Momento de incertezas: regra é não tentar adivinhar cenário

Werner Roger aponta que o momento atual, de incerteza, pede que ao gestor e também ao investidor não tentar adivinhar cenários.

“Nós seguimos com a mesma estratégia desde 2017. Incertezas, eleições, crises, pandemia, juros subindo, recessão, novas eleições no Brasil… o filme vem se repetindo há sete anos. E há sete anos mantemos a mesma estratégia, o que explica em grande parte nosso sucesso. Não tentamos adivinhar o mercado. Nós nos concentramos em 10 posições que representam 90% dos nossos fundos. E são empresas que têm receita vinculada ao dólar, que dependem muito pouco do Brasil. É uma relação de ganha-ganha. Se o dólar subir, estamos protegidos. Se o dólar cair, é porque as coisas aqui estão indo muito bem, então também ganhamos. Isso tem se mostrado muito positivo. O momento é de incerteza e não acho que seja hora de mudar estratégia alguma”, afirma.

O que aguardar do novo governo?

O que vai acontecer com o cenário externo é mais importante do que o que vai acontecer no cenário doméstico, avaliam os gestores.

“O presidente eleito tem pouquíssima margem de manobra, tem orçamento bastante engessado, as variáveis estão dadas e vai ter que negociar com Congresso. O cenário externo, ao contrário, vai ser de extrema relevância”, pondera Souza Lima.

Vale lembrar que o Federal Reserve (Fed) vem promovendo uma alta de juros, cuja expectativa de teto é, atualmente, de 5,25% ao ano. Paralelamente, EUA e Europa vivem o receio de uma recessão. A guerra prolongada entre Rússia e Ucrânia continua e a China segue com sua política de Covid zero, impactando no crescimento.

Juros altos e small caps

Com o cenário externo conturbado, o Brasil tende a ser um destino bom para os estrangeiros. Neste contexto, com a taxa de juros caindo, as small caps podem se favorecer fortemente, apesar de os estrangeiros tradicionalmente buscarem ações com mais liquidez.

“O gestor estrangeiro quer a alternativa de poder sair do mercado se alguma turbulência ocorrer. Ele gosta de small caps, mas ele quer liquidez para poder sair com rapidez”, explica Roger.

A taxa de juros caindo dos atuais 13,75%, ele avalia, o mercado de small caps pode ter novo boom.

Por que ter fundos com small caps?

Small caps têm muito risco e muita volatilidade e, por isso, não valem a pena? Para Werner Roger, a “fama” não condiz com a realidade.

“Vale a pena incluir essas empresas no portfólio através de fundos. São mais de 300 small caps e é difícil separar, escolher. Se você tiver uma boa gestora, com dois ou três fundos, você diversifica e consegue retorno bem acima que o Ibovespa”, diz, citando Unipar e Ferbasa como opções interessantes entre as small caps.

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Acompanhe na íntegra o painel “Dólar, juros e small caps” no vídeo abaixo.