Até sexta-feira (22), a EQI Investimentos realiza a Money Week 6ª edição, evento totalmente online e gratuito, que aproxima o grande público aos grandes nomes do mercado de investimentos.
E o terceiro dia de evento já está no ar e você confere tudo aqui! Acompanhe.
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Money Week dia 3: “Para liberdade financeira, tudo parte de um novo hábito”

Abrindo o terceiro dia de Money Week, o painel “Para liberdade financeira, tudo parte de um novo hábito”, convidou Conrado Navarro, fundador do site e canal do YouTube, Dinheirama.
Elias Wiggers, assessor de investimentos na EQI Asset, participou como anfitrião.
A conversa abordou a importância da educação financeira e os caminhos para se ter uma vida com maior potencial realizador.
Acompanhe agora os principais pontos desta conversa!
O blog Dinheirama foi criado em 2007 e sempre se apoiou na construção de exemplos simples sobre educação financeira.
De acordo com o fundador, Conrado Navarro – que também é Secretário Municipal de Gestão de Itajubá-SC – desde o princípio, o canal defende que a educação financeira se estrutura em conceitos classificados por ele como básicos e “atemporais”, que nunca serão superados.
Além disso, ele destaca outro ponto importante. “A liberdade proporcionada pelo dinheiro é mais importante do que a rentabilidade da carteira de investimentos. Não se trata de uma competição”, esclarece.
Mas, qual é o melhor conceito que define o que é a liberdade financeira?
O que é liberdade financeira?
“As pessoas confundem o conceito. Ter liberdade financeira não significa ficar sem fazer nada, principalmente, na aposentadoria. Isso não faz sentido dentro do horizonte temporal que temos hoje’, comenta Navarro.
Para ele, a melhor definição para o termo deve considerar a liberdade para criar novos projetos e possibilidades, com foco na geração de renda que proverá os recursos para construir um processo sustentável a curto, médio e longo prazo.
“Gosto da seguinte definição: ‘liberdade financeira é ter uma quantia de dinheiro suficiente para fazer qualquer coisa. Mas, não precisa ser tanto a ponto de que você não precise mais fazer nada”, define.
Ele lembra que este é um processo, que mensura o quanto, onde e de que forma uma pessoa irá gastar o seu tempo e, assim, se dedicar aos seus projetos de vida.
A educação financeira não precisa ser reinventada
De acordo com Navarro, o “básico” sempre funciona. Contudo, o básico precisa ser feito sempre, se trata de um esforço contínuo.
“Tudo envolve controlar o dinheiro, gastar menos do que ganha, entender a importância da reserva de emergência. Nada disso é novo. No entanto, esses fundamentos são lembrados apenas quando as coisas dão errado”, observa.
A criação do Dinheirama: compartilhando experiências
Navarro, se recorda que quando começou com o blog Dinheirama, em 2007, o mercado financeiro era diferente. A oferta de conteúdo era restrita e acessível, basicamente, em forma de livro.
“Tive uma necessidade pessoal que me despertou para pensar sobre a possibilidade de compartilhar minhas experiências de forma despretensiosa. Hoje, os receios das pessoas são os mesmos, embora a quantidade de conteúdos seja maior. Isso mostra que o problema não é financeiro e nem está relacionado ao acesso aos conteúdos”, destaca.
Para o educador, a falha está no processo. “É preciso dar um passo atrás para que seja possível criar um novo hábito. São coisas pequenas que devem ser feitas, mas que no longo prazo, darão muito resultado”.

Não é preciso ter dinheiro para ter educação financeira
“A educação financeira é importante para a sustentação de um estilo de vida sustentável como cidadãos. Isso não é opcional”, ressalta Navarro.
De acordo com ele, o tema deve começar a ser ensinado em casa, junto à família. Mas é preciso também ter uma abordagem nas escolas. “As palavras ensinam, mas o exemplo arrasta”, ele reforça.
Cédulas x cartão: o racional x emocional
O painelista trouxe um ponto de vista interessante sobre como o cérebro humano percebe a relação com o dinheiro.
“Pegue uma nota de R$ 100,00 e coloque na carteira. Veja quanto tempo a nota se mantém intacta. Depois, faça uma comparação com notas de menor valor. O cérebro cria uma grande diferença na atribuição de valor a uma nota maior. Dessa forma, ela tende a se manter preservada por mais tempo. Já no cartão, não conseguimos ter essa perceção, há apenas a sensação de prazer da compra, por isso, gastamos mais”, constata.
Separe um tempo da sua semana para fazer o seu controle financeiro
“É preciso olhar periodicamente o que está sendo feito com o seu dinheiro. Para isso, se desligue de tudo. Converse com o seu “eu” financeiro e compare com seus objetivos. A fotografia que está vendo é aquela que você gostaria de ver?”, ele provoca.
O educador ainda destaca: “Não precisa de muito tempo, basta uma hora semanal para se organizar”.
Assessoria de investimentos: como buscar ajuda
Navarro dá a dica: “Quando for buscar um influenciador ou um assessor de investimentos, por exemplo, é preciso perceber se essa pessoa está genuinamente interessada na pessoa e não na carteira de investimentos. Não se trata em ter o melhor retorno, mas sim, o mais adequado aos seus projetos”, destaca.
Dicas de ouro da educação financeira
Para finalizar, Conrado Navarro destaca duas dicas de ouro sobre educação financeira:
“Viva sempre ‘um degrau abaixo’ e lembre-se de que não se trata de uma corrida. Educação financeira é mais um estilo de vida do que algo a se provar para alguém. A sua liberdade financeira depende mais do tempo que você passa consigo mesmo, do que ouvindo outras pessoas”, alerta.
Money Week dia 3: Investimentos alternativos, de Venture Capital a fundos de investimentos

Os investimentos alternativos são aqueles que não se encaixam nas categorias tradicionais de ativos.
Isso porque, eles são ligados a projetos específicos, nos quais o investidor consegue financiar ou se tornar sócio de empreendimentos em diversas áreas.
Para falar sobre esse tema, a Money Week convidou para esse painel Renato Abissamra, sócio da Spectra Investiments.
A mediação foi de Luiz Razia, host da EQI Investimentos.
O que são os investimentos alternativos e quem pode investir
Renato Abissamra, esclarece que os investimentos alternativos são aqueles conhecidos como “ilíquidos”, ou seja, aqueles que devem permanecer no portfólio do investidor no longo prazo.
Dessa forma, o perfil investidor para essa modalidade é formado por pessoas que possam dispor do capital durante esse período.
“A relação mais comum para essa classe de investimento se dá entre ‘single family office’, gestores de patrimônio, fundo de pensão institucionais e investidores estrangeiros”, esclarece Abissamra.
O sócio da Spectra informa ainda que os investimentos alternativos são diversificados e estão presentes em todas as fases de uma empresa.
“É possível encontrar ativos em subclasses que compreendem desde o nascimento, crescimento, maturidade, até a fase de morte, conhecida como ‘distressed equity’ – empresas que estão em dificuldades financeiras ou operacionais, inadimplência ou estão em falência”, explica.
Investimentos alternativos: quais os cuidados?
Para Abissamra, o investidor deve abordar o mercado de investimentos alternativos com o conceito de ‘programa de investimento’.
“Ele deve buscar uma exposição diversificada e balanceada ao longo de todas as subclasses, além de observar a especialização dos gestores e seus grupos de competência. Quanto mais especializado um gestor, maiores são as chances de ganhar dinheiro”, ressalta o sócio da Spectra.
Em um cenário de juros altos, como ficam os investimentos alternativos?
“O cenário de juros altos não é uma novidade na América Latina, mas sim, no mundo. O investidor daqui já está acostumado a essa ciclicidade que envolve PIB positivo e negativo e troca de mão na política. Isso não nos afeta diretamente”, reforça o painelista.
Ele completa: “São nos momentos em que os investidores estão atrás de juros que os investimentos alternativos ficam mais atraentes. Portanto, esse é um bom momento para investir”, avalia.
Crowdfunding: quais são os riscos?
Abissamra adverte que no crowdfunding – financiamento coletivo – o investidor deve atuar de maneira não concentrada, escolhendo apenas algumas teses para investir.
“O risco de investir em uma empresa em estágio inicial é altíssimo. É preciso ter um racional correto, para não se ‘machucar’”, alerta.
Qual é o prazo do investimento alternativo?
De acordo com Abissamra, no Brasil, a média dos ativos alternativos é de quatro anos entre o investimento feito e o desinvestimento.
No entanto, segundo ele, a janela de liquidez por aqui é caracterizada por ser curta e intermitente.
“Tivemos em 2020 e 2021 uma janela importante com muitos IPOs, fusões e aquisições”, destaca.
Mas, ele observa que a abordagem do investimento privado deve ser entendida como estrutural, sem tentar acertar o ‘market timing’.
“A alocação deve ser construída ao longo de alguns anos para estabelecer a exposição desejada. A pulverização nesse mercado é algo extremamente desejado e que pode proteger o investidor”, finaliza.
Money Week dia 3: Mercado Bitcoin – Blockchain e investimentos

O Bitcoin é uma moeda virtual e com ela é possível comprar produtos, serviços ou itens que aceitem essa forma de pagamento.
Já o blockchain, é o banco de dados em que todas as transações feitas com Bitcoin são registradas entre os usuários.
Para debater o comportamento deste mercado, em especial, neste momento em que bancos centrais ao redor do mundo estão discutindo sua regulação, a Money Week convidou Fabricio Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin.
A mediação do painel é de Júlia Wazlawick, hostess da EQI Investimentos.
Veja a seguir alguns trechos desta conversa.
Quais são as diferenças entre mercado cripto e tradicional?
Atuando no mercado cripto desde 2018, Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, aponta algumas das principais diferenças deste com o mercado tradicional.
“O mercado de cripto funciona 24×7, ou seja, ocorrem negociações entre os player 24 horas por dia, 7 dias por semana. Além disso, a negociação do mesmo ativo é feita globalmente, o que traz uma característica bastante dinâmica”, explica.
Tota destaca também a questão da emissão dos ativos acontecer de forma descentralizada, sem a figura de um Banco Central. “Esse é o ponto mais interessante, mas que, também, é o mais complicado de entender”, destaca.
Bitcoin e Blockchain: como explicar esses conceitos?
Com este objetivo, Tota relembra a história do Bitcoin, que foi lançado em 2008, por uma pessoa sob o pseudônimo de ‘Satoshi Nakamoto’.
Seu marco de criação está contido no white paper, no qual foram descritos os fundamentos do que viria a ser um novo sistema de dinheiro eletrônico, transacionado sem a participação de terceiros tradicionais, como por exemplo os bancos.
Esse documento foi enviado por e-mail para uma lista de pessoas interessadas em criptografia e reunia quatro aspectos principais:
- Característica de rede peer-to-peer: para evitar o envio das mesmas moedas mais de uma vez;
- Sem intermediários tradicionais;
- Uso do anonimato entre os participantes;
- Uso de Prova de Trabalho, processo algorítmico que ganhou o nome de ‘mineração’.
“Ao longo desses anos, o negócio descrito no white paper funcionou e deu origem à criação de outras moedas e outros projetos. O mercado de criptos é considerado incensurável, ou seja, ninguém consegue proibir, mas o mais interessante é que ainda estamos no começo dessa história”, empolga-se.
Quais são os fundamentos das criptomoedas?
Para Fabrício Tota, essa análise deve partir da tecnologia, de seu uso e, consequentemente, dos ativos. Mas, o mais importante de todo o processo é compreender que não é possível dissociar o Blockchain dos ativos, pois, neste caso, ambos se descaracterizariam.
“Existem métricas próprias do mercado cripto usadas para observar a adoção, o uso e o comportamento dos investidores. Essa tecnologia é aberta e transparente na qual é possível ver como as carteiras estão transacionando ao longo do tempo”, esclarece o diretor da Mercado Bitcoin.
Já com relação aos projetos, ele faz uma analogia aos parâmetros que um investidor de Venture Capital faria antes de apostar em uma startup.
“A análise fundamentalista passa pelo escopo do projeto, na qual se avalia onde se pretende chegar e em quanto tempo. É preciso saber, também, quantas pessoas já estão usando a tecnologia, assim como as projeções futuras para o uso”, comenta.
Volatilidade no mercado cripto em 2022: o que está acontecendo?
O diretor do Mercado Bitcoin avalia que o ciclo de alta vivido em 2020 e 2021, impulsionado pela pandemia, pelo excesso de liquidez e pela taxa de juros baixa, fez o mercado cripto explodir, atraindo o dinheiro institucional, tanto para alocação direta em criptoativos, quanto para as iniciativas de projetos.
“Uma vez que o dinheiro institucional entrou neste mercado, este passou a ser mais impactado pelas questões globais, diferentemente do que acontecia no passado, em que os inputs que faziam preço eram bem mais específicos e próprios do universo cripto”, comenta Tota.
Ainda de acordo com ele, em um momento de juros altos, como o que estamos vivendo atualmente no Brasil e no mundo, a saída de ativos de risco é esperada, dessa forma, o mercado cripto vem sendo impactado.
“De modo geral, as criptomoedas ainda são vistas como um ativo de risco. Além disso, nesse período, também tivemos questões específicas do universo cripto que contribuíram para a piora desse cenário de volatilidade”, pondera.
Tota cita o colapso da Terra-Luna, que, de acordo com ele, teve um impacto equivalente à quebra do Lehman Brothers, em 2008. “Foram quase 50 bilhões de dólares que evaporaram em semanas. Isso causou um efeito em cadeia”, ressalta.
O mercado cripto vai continuar caindo ou tem janela para entrada?
Fabrício Tota, adverte que o momento atual é bom para quem visa o longo prazo.
“É preciso pensar que as valorizações mais significativas irão acontecer ao longo do tempo. Dessa forma, não faz tanta diferença comprar hoje ou na semana que vem. Ainda estamos tendo muita volatilidade, que deve continuar por algum tempo”, prevê.
No entanto, ele recomenda ao investidor dar o primeiro passo para conhecer o investimento. “É importante sentir o apetite de risco para esse tipo de ativo”, observa.
Como dissolver o medo de investir em criptos?
Para o painelista, as criptos são as tecnologias mais relevantes criadas na atualidade, e que abrigam um imenso potencial transformador da sociedade.
“Este é um mercado muito poderoso e quando olhamos para ativos de longo prazo, quem chega antes, se beneficia muito”, reforça.
Ainda sob a perspectiva de longo prazo, de acordo com o Tota, as criptos seriam investimentos interessantes para quem pensa na aposentadoria.
“Esses ativos são bons para os investidores que sabem que vão ter de sustentar por muito tempo com seu próprio dinheiro. O mais importante para perder o medo é começar a investir para que seja possível se habituar a esse universo, que ainda tende a transformar muito a forma como vivemos globalmente”, finaliza.
Money Week dia 3: Mente empreendedora

O painel mostrou a história de Neto Scardovelli, o médico de alta performance, que é sócio de 18 empresas e que no passado sofria com obesidade e comorbidades, mas que, com uma mudança de hábito, transformou sua vida completamente.
A mediação é de Júlia Wazlawick, hostess da EQI Investimentos.
Vamos saber agora se esses novos hábitos combinam com investimentos.
O que mudou na sua trajetória?
“Eu pesava 150 kg e isso me limitava nos relacionamentos e até na forma como ganhava dinheiro. A partir disso, precisei tomar decisões sobre os rumos da minha vida. Estava em uma situação incômoda e entendi que precisava mudar.
Por recomendação de um professor, fiz especializações em endocrinologia e nutrição. Esse processo de transformação profissional foi meu dando subsídios para mudar também outras áreas da minha vida. Hoje sou médico e também investidor em diversas empresas”, conta Scardovelli.
Para você, o que é sucesso?
“A primeira coisa que vem à mente das pessoas é o sucesso financeiro. Mas, o real sucesso deve ser alicerçado em três pilares: o pessoal, o financeiro e a saúde. Não é possível ter sucesso sem abranger esses três lugares. Também é preciso lembrar que esse é um cuidado diário”.
Como começar a se autocuidar?
“Assim como nos investimentos, o primeiro passo é entender para onde se quer ir. O caminho do sucesso passa pelo desenvolvimento de soft skills e a perspectiva de longo prazo.
Minha dica é olhe para o lugar em que você está, deseje, queira, conheça e se ampare em pessoas que podem lhe auxiliar para só, então, tomar uma ação. Essa fórmula vale para tudo”, destaca.
Quais os maiores desafios para investir? Como fugir de promessas milagrosas?
“Ser empreendedor no Brasil, embora seja um desafio, é um mundo de oportunidade. A parte tributária é muito difícil, mas ainda sim, há muitas áreas para desbravar. Gosto de destacar que a ação deve ser sempre seguida de conhecimento”.
Quando rever estratégia?
“É algo que sempre vale uma auto análise. Seja quem procura emagrecimento, seja quem busca resultados no investimento. Com o tempo, vamos esquecendo que o importante é o caminho.
A internet democratizou a informação e ficou mais fácil ver exemplos de pessoas e situações de sucesso. Mas, é preciso aprofundar o conhecimento. É necessário ouvir as pessoas certas”, observa o médico.
Qual foi seu maior desafio como empreendedor e investidor?
“Sempre fui ousado. Sempre planejo para onde quero ir, mas não tenho medo de agir. Minha maior dificuldade não está no ato de empreender. O desafio da vida sempre estará em equilibrar todos os pilares: vida pessoal, profissional e saúde”, reforça.
Quais são os caminhos do sucesso
“Minha principal dica é construir um roteiro: saiba onde você está, descubra para onde quer ir, forme um querer, adquira conhecimento para, então, agir. Se ampare em conhecimento para errar menos”, define Scardovelli.
Money Week dia 3: Liderança feminina no mercado financeiro: desafios e transformações

Segundo dados da B3, apenas 24% dos investidores brasileiros são mulheres. O número é considerado baixo, especialmente, se comparamos ao tamanho da população do gênero feminino do país.
Mas, esse cenário tem se transformado e já é possível ver grandes referências atuando no mercado financeiro.
Para debater essa temática, a Money Week convidou Fernanda Mansano, economista e Rafaela Vitória, economista-chefe no Banco Inter.
A mediação é de Júlia Wazlawick.
Veja abaixo os melhores momentos dessa conversa.

Qual o maior desafio para liderança feminina no mercado financeiro?
Para Rafaela Vitória, economista-chefe no Banco Inter, a trajetória no mercado financeiro é exigente por sua própria natureza.
“Trata-se de um mundo tenso, com muita volatilidade, que muda a toda hora. Para se dar bem, seja homem ou mulher, é preciso ter persistência e disciplina. O aprendizado virá com a prática”, destaca.
Ela completa: “É um mundo ainda muito masculino, mas já evoluiu bastante. Hoje estamos quase em igualdade, estamos mostrando que este é um mercado de trabalho para todos”.
Já Fernanda, reconhece que existem desafios, mas que, também, há muito espaço para conquistar.
“As lideranças ainda são majoritariamente ocupadas pela figura masculina. Mas, vejo muitas mulheres chegando ao mercado. O compartilhamento de exemplos bem sucedidos podem inspirá-las a ir cada vez mais longe”, observa.
Quais são as oportunidades para as mulheres no mercado financeiro?
“Na minha opinião, ser minoria traz oportunidades, pois ressaltam diferenciais. Existem alguns mitos de que mulheres não são boas de cálculo. Mas, isso precisa ser derrubado, pois essas são aptidões que podem ser aprendidas”, aponta Rafaela.
Fernanda concorda e destaca que, às vezes, as mulheres ainda têm barreiras psicológicas, que as impedem de se colocar em lugares de decisão.
“É preciso perder o medo, pois entregar resultados não é uma questão de gênero”, ressalta Fernanda.
Como será o futuro das mulheres no mercado financeiro?
“Um bom caminho para este mercado de trabalho é ver que as mulheres estão despertando, cada vez em maior número, para o cuidado de suas finanças pessoais”, comenta Rafaela.
Ainda de acordo com a economista do Banco Inter, a diversidade é o ponto-chave do sucesso das empresas. “Vejo que grupos diversos agregam muito nas análises financeiras e econômicas. Esses times produzem melhor, sem dúvida”, pondera.
Qual mensagem vocês dariam para as mulheres hoje?
“Acredite que é possível. O mercado financeiro não tem gênero. É possível buscar conhecimento e entrar nesse mercado, alcançando novos cargos”, destaca Fernanda.
“Tanto quem quer investir ou trabalhar, a boa atuação é algo que se aprende fazendo. Ter conhecimento é libertador para qualquer pessoa. Especialmente, para as mulheres, pois possibilita a liberdade de escolhas”, finaliza Rafaela.

Money Week dia 3: Investimentos quantitativos

Imagine investir no mercado de ações com mais de 400 ativos sem precisar se preocupar com cenário político, econômico ou com os detalhes de cada empresa.
Tudo isso é possível através de um modelo quantitativo.
Para abordar o tema, a Money Week convidou os sócios da Daemon Investimentos, Sérgio Rhein Schirato e João Simões.
A mediação é de Luiz Razia.
Como surgiu a ideia de abrir os fundos quantitativos?
O sócio da Daemon Investimentos, Sérgio Rhein Schirato, explica que a iniciativa surgiu a partir de sua atuação no meio acadêmico.
“Tudo surgiu com um desejo de implementar técnicas de inteligência artificial em finanças, projeto que eu já vinha trabalhando na academia. A partir daí, convidamos outras pessoas para participar da pesquisa. Todo o conhecimento gerado culminou na combinação de diversas estratégias, gerando um portfólio que hoje é o ‘Daemon Nous Global’”, comenta Schirato.
O que é o Daemon Nous Global?
O Daemon Nous Global é um fundo quantitativo multimercado que tem como missão usar a inteligência artificial para entregar retornos consistentes, com risco controlado.
A tecnologia usa métodos científicos para identificar fatores de risco na negociação de centenas de ativos globais, que são combinados e diversificados dentro do portfólio.
O mix de investimentos contempla desde ações no Brasil e no exterior, passando por moedas das principais economias, índices globais, commodities agrícolas e industriais, até taxas de juros internacionais, descorrelacionados com o mercado brasileiro.
“Em 2019 decidimos abrir a estratégia do fundo ao público e a primeira cota foi vendida no dia 26 de fevereiro de 2020, uma semana antes da pandemia da Covid-19 estourar”, relembra Sérgio Schirato.
De forma inesperada, o cenário de 2020 foi um teste de fogo que colocou à prova a sistemática do fundo. “O mercado estava volátil, mas conseguimos ajustar os algoritmos e terminar aquele ano com um resultado excepcional de 22% de retorno”, observa.
O que está por trás do algoritmo dos investimentos quantitativos?
Conforme explica Schirato, dentro do universo de investimentos, um algoritmo funciona a partir de um conjunto de regras que são dadas ao computador, no qual são definidos parâmetros e ordens de ação.
“Esses modelos matemáticos acompanham os mercados buscando padrões. Quando esses são encontrados, imediatamente é emitida uma ação, seja para a compra ou a venda de um ativo. A partir daí, esse ativo passa a compor portfólio, mantendo o risco consistente”, ressalta.
Ainda de acordo com ele, a inteligência opera a partir de regras simples, sem grandes complexidades.
“O que acontece é que existe um grande conjunto de regras acontecendo simultaneamente em um conjunto muito grande de ativos, o que demanda capacidade computacional”, esclarece Schirato.
O que observar antes de aportar em um fundo quantitativo?
Sem um gestor, figura relevante para a análise do aporte em um fundo de investimento, os fundos quantitativos devem ser observados a partir de outras características, conforme observa Schirato.
“Antes de aportar em um fundo quantitativo, o investidor deve observar questões, correlação com o mercado, diversificação da carteira de ativos, infraestrutura instalada, qualificação do time de pesquisa e informação sobre o sistema”, orienta o sócio da Daemon Investimentos.

Money Week dia 3: visões de cenário econômico e perspectivas de mercado global por David Woo

David Woo, fundador e CEO da David Woo Unbound, é um estrategista global. Trabalhou no Bank of America e em outras instituições.
Hoje, em sua própria empresa, apresenta suas visões de cenário econômico e perspectivas de mercado global.
Veja agora alguns dos principais insights gerados durante a Money Week. A mediação é de Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.
Recessão nos EUA: risco ou cenário inevitável?
“Do meu ponto de vista, teremos um trimestre negativo. Essa é a razão pela qual os mercados estão precificando uma recessão, especialmente, nos próximos trimestres. A razão seria o choque de preços como resultado da guerra entre Rússia e Ucrânia.
O crescimento nominal do PIB ainda está forte. Acho que, tecnicamente, teremos uma recessão muito curta. Acredito que teremos um crescimento positivo do PIB no terceiro trimestre, o que deve incentivar o Fed a continuar subindo os juros.
Provavelmente, veremos uma recessão real no final do ano e somente em resposta ao aperto agressivo do Fed”.
O que esperar da inflação americana daqui para frente?
“Há muitas mudanças estruturais acontecendo com o mercado de trabalho nos EUA que ainda não foram 100% entendidas.
Por exemplo, a taxa de ocupação, que antes da pandemia, atingia os 65 anos, agora, chega aos 63.
Isso significa que muitas pessoas, que deixaram o emprego durante esse período, decidiram não voltar a procurar trabalho.
Mesmo uma taxa de desemprego muito baixa não pode explicar porque tantas pessoas estão deixando o trabalho.
A única explicação que encontrei é que a Covid-19 mudou a atitude das pessoas em relação ao trabalho e à vida.
Acho que muitos americanos agora estão colocando a qualidade de vida de suas famílias em primeiro lugar. Acredito que essa seja a razão pela qual a oferta de trabalho se torna menos elástica.
Isso significa que para que as pessoas saiam e trabalhem, é preciso contratá-las com salários mais altos.
Diante desse e de outros fatores, as chances são de que estaremos em recessão antes que a inflação volte a 2%. O que significa, basicamente, que entraremos em um ambiente de estagflação em 2023”.
Como a estagflação deve afetar os mercados?
“O ambiente de estagflação é obviamente uma notícia muito ruim para o mercado de ações. Na medida em que o mercado de ações dos EUA ainda é o maior do mundo, os investidores tendem a ficar ‘presos’. Isso pode ser um grande problema para os demais mercados”.
Guerra fria entre EUA e China
“Eu diria que estamos agora no início de uma guerra fria entre os EUA e a China.
Para mim, o que está acontecendo na Ucrânia é uma guerra por procuração entre os EUA e a China, não há dúvidas sobre isso. E acredito que os russos estão vencendo essa guerra até agora.
Mas, o ponto é que a China e a Rússia se aproximaram muito. O que se vê é um realinhamento entre EUA e a Europa de um lado e a China e a Rússia de outro”.
EUA ou China: qual partido tomar?
“Na minha opinião, os demais países irão se sair melhor se não se ‘arrastarem’ para nenhum dos dois lados.
Essa guerra pode durar muitas décadas e eu não tenho dúvidas de que os EUA não têm nada a oferecer a ninguém. Além disso, essa guerra é um desastre total para a Europa.
Por isso, todos os demais países não devem tomar partido”.
O cenário de estagflação será mundial? Como ficam os países emergentes?
“A estagflação, em geral, não é boa para os mercados emergentes em geral.
Teremos um ambiente de pouco crescimento global e muita inflação a uma taxa de juros real mais alta. Esse não é o pior cenário somente para os países emergentes, mas sim, para todos os países.
Se eu estiver certo sobre a guerra fria entre EUA e China, isso significa que teremos dois sistemas de comércio global e dois sistemas financeiros global.
Tudo sairá mais caro e, desse ponto de vista, não haverá vencedores”.
As criptomoedas podem oferecer alguma proteção contra a inflação? Esses ativos são valiosos para a economia?
“Grandes tecnologias são valiosas, porque mudam a sociedade e melhoram nosso padrão de vida, aumentando nossa produtividade.
Mas, até agora, as criptomoedas e o blockchain não fizeram nada disso. Há uma razão pela qual isso está acontecendo.
Pensando no blockchain, você pode adicionar coisas a ele, mas não pode tirar, porque tudo se torna permanente dentro deste ambiente.
Esse é o motivo pelo qual não vimos nenhuma inovação real alavancando o blockchain de uma maneira que faça sentido, fora a criptomoeda.
Acho que o Bitcoin tem sido maravilhoso, um catalisador que gerou inovação competitiva. Se pensarmos há 10 anos atrás, o sistema bancário não era muito eficiente. No entanto, hoje, essa realidade é bem diferente.
Além disso, mesmo pensando na questão da independência do sistema bancário, caso os governos queiram quebrar o blockchain e fechar o Bitcoin amanhã, eles poderão fazer isso.
Se uma pessoa quiser gastar seus Bitcoins, ela terá de convertê-los em uma moeda base. E os governos poderiam fechar as trocas de moeda amanhã, caso quisessem. Isso já foi feito na China e na Rússia e em muitos outros países.
Qualquer um que pense que o Bitcoin será a salvação, tentando impedir que os governos peguem o seu dinheiro, estão cometendo um grande engano”.
Veja o que vai rolar na quinta-feira

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