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Trump arrecada quase US$ 900 mil com sua memecoin

Trump arrecada quase US$ 900 mil com sua memecoin

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aliados arrecadaram cerca de US$ 900 mil em taxas de negociação nos últimos dois dias com o token de memecoin $TRUMP, segundo dados da empresa de análise blockchain Chainalysis. O crescimento repentino nas receitas ocorreu após o anúncio de um jantar exclusivo com Trump, reservado aos 220 maiores detentores da moeda digital.

De acordo com o site oficial do token, o evento será realizado no clube privado do ex-presidente, na região de Washington, no dia 22 de maio. A recepção será ainda mais restrita para os 25 principais compradores do ativo, que também participarão de um “Tour VIP pela Casa Branca” no dia seguinte. O site do projeto exibe um ranking com os maiores detentores da moeda, incentivando a disputa por posições mais altas.

A promessa de acesso pessoal a Trump impulsionou o valor da memecoin, que saltou mais de 50% e atingiu um valor de mercado de US$ 2,7 bilhões. O episódio, porém, provocou críticas severas de opositores políticos. O senador democrata Chris Murphy, de Connecticut, classificou a ação como “a coisa mais descaradamente corrupta que um presidente já fez”, em publicação na rede social X (antigo Twitter).

Em fevereiro, a Public Citizen, um grupo de defesa do consumidor, formalizou uma queixa ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, pedindo uma investigação sobre possíveis violações de leis federais e éticas cometidas por Donald Trump em relação à promoção e solicitação de dinheiro para sua memecoin

Memecoin Trump: 80% está sob controle da organização do presidente

Segundo a Chainalysis, cerca de 80% do fornecimento do token está sob controle da Organização Trump e suas afiliadas. Desde o lançamento da moeda em janeiro, as negociações geraram US$ 324,5 milhões em taxas para insiders, por meio de um mecanismo que destina uma porcentagem de cada transação a carteiras vinculadas ao projeto.

Essas características são típicas das chamadas memecoins — criptomoedas baseadas em cultura da internet e impulsionadas por hype nas redes sociais, como dogecoin e fartcoin. Apesar de sua popularidade crescente como ativos especulativos, elas são frequentemente alvo de críticas por falta de transparência e risco de manipulação de mercado.

Apesar de parte das moedas $TRUMP estar bloqueada sob um plano de aquisição de três anos — prática comum para evitar o chamado rug pull, quando criadores liquidam suas participações e desvalorizam o ativo — a campanha do jantar tem levantado preocupações sobre ética e uso político de criptomoedas.

Senadores democratas como Adam Schiff (Califórnia) e Elizabeth Warren (Massachusetts) pediram ao Escritório de Ética Governamental dos EUA que investigue a promoção, sugerindo que ela possa configurar um esquema de “pagar para jogar”.

Para Delaney Marsco, diretora de ética do Campaign Legal Center, a ação representa uma violação sem precedentes de normas éticas presidenciais. “Embora não seja ilegal, já que estatutos de conflito de interesse não se aplicam ao presidente, essa prática rompe com a tradição de transparência financeira adotada por todos os presidentes modernos desde Jimmy Carter”, afirmou à NBC News.

A Casa Branca e os responsáveis pelo token $TRUMP não comentaram o caso até o momento.