O comitê de política monetária do banco central americano saiu de mais uma reunião ontem. E o resultado foi mais uma alta de 0.75% … Para quem gosta de estatística, história, etc… (e americano adora isso), foi a maior sequência de aperto monetário, desde os longínquos anos 80 (a chamada era Paul Volker)… Faz tempo.
Todos alinhados
A decisão foi unânime. Na declaração emitida após a reunião, os membros do FOMC já avisaram que irão perseguir a meta de 2% de inflação anual. Lembrando que a última leitura mostrava algo bem distante deste objetivo, acima dos 9% nos últimos 12 meses.
Algo de errado não está certo
O aumento da taxa de juros nos Estados Unidos deveria trazer o USD para cima. Porém, a moeda americana se desvalorizou (como assim produção?).
Pois bem… O mercado ainda acredita em um “soft landing” da economia. Em outras palavras, sem grandes solavancos, recessão, busca por liquidez, etc. Por isso, o otimismo, apesar da decisão.
Recessão técnica nos EUA
A notícia de hoje que já movimenta os mercados. Acabou de sair o PIB do segundo tri e agora é oficial: os EUA entraram em recessão técnica, que é quando a economia tem “crescimento negativo” (se é que isso existe) por dois trimestres consecutivos. A missão de Jerome Powell ficou ainda mais difícil agora…
Tá, mas e o USDBRL?
O meu call é de que essa calmaria possa, sim, ser temporária, ainda mais quando colocamos o fator eleição presidencial brasileira na equação. Nem começamos a comentar sobre os programas de governo, eventuais ajustes de percurso ou mesmo quem deve trabalhar no Planalto em 2023. Ou seja, o Real pode sim voltar a sofrer com oscilações importantes ainda em 2022.
O meu muito obrigado e até semana que vem.
Forte abraço, câmbio desligo!
Por Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior da EQI Investimentos
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