A renda fixa é cercada por muitos mitos e verdades. É bom saber o que pode ser realidade e o que não passa de conversa fiada. Para responder a esses questionamentos, este artigo traz alguns exemplos sobre o tema.
Siga na leitura e tire suas dúvidas agora mesmo!
Quais são os principais mitos sobre a renda fixa?
Ainda existem muitos mitos que cercam o mercado financeiro e com a renda fixa não poderia ser diferente. Para explicar melhor o assunto, explanaremos a seguir os principais mitos que rondam esse mercado. Confira!
A poupança é o investimento mais seguro que existe: MITO
Nem de longe essa afirmação pode ser considerada verdadeira. Não que a poupança não tenha sua segurança, pois ela tem. Mas não pode ser considerada o instrumento mais seguro do mercado financeiro brasileiro.
Uma das provas disso é o que ocorreu na década de 90, fato que a maioria dos brasileiros certamente ainda se lembra. O então presidente Collor simplesmente confiscou o dinheiro de toda a nação que estava aplicado nessa modalidade.
Como então o investimento dito mais seguro tenha sido o que sofreu o maior tombo em nossa história recente? Não faz sentido.
A razão mais provável para esse mito ter se propagado em nosso país deve ser por conta do spread bancário que se consegue praticar em relação ao dinheiro investido em poupança.
Os juros pagos nessa modalidade são muito pequenos, o mais baixo na verdade. Assim, o lucro de quem capta esse dinheiro aumenta quando ele é emprestado a uma taxa maior. É isso que se chama spread bancário.
Acreditando nesse mito, muitas pessoas deixam seu dinheiro aplicado na poupança, que costumeiramente rende abaixo da inflação.
Aqui vale destacar dois pontos: a poupança é garantida pelo FGC. Portanto, tem lá sua segurança sim, apesar de não ser o título mais seguro do mercado.
Outro aspecto são os títulos do Tesouro Nacional. Como são emitidos pelo Governo Federal e este pode imprimir dinheiro para pagar sua dívida, podem ser considerados os papéis de maior segurança do sistema financeiro.
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Preciso de muito dinheiro para começar a investir: MITO
Outro mito muito comum e que não condiz com a realidade. Uma prova disso é a própria poupança, que apesar de não ser a aplicação mais segura e render pouco, aceita investimentos de qualquer valor.
O restante do mercado financeiro também costuma seguir esse padrão. Os títulos do Tesouro Direto (outra forma de investir em renda fixa) aceitam aplicações com valores iniciais próximos de R$ 30,00.
Isso mesmo, apenas R$ 30,00. A maior delas geralmente pode ser feita a partir de R$ 115,00.
Há também alguns fundos de investimentos em renda fixa cujo valor pedido inicialmente gira em torno dos mesmos R$ 30,00. Ou seja, a partir dessa pequena quantia é possível ter um gestor qualificado cuidando do seu dinheiro.
E isso se repete por todo o mercado de renda fixa. Os CDBs bancários costumam exigir um pouco mais, a partir de R$ 1 mil. Mas há situações em que as emissões requerem valores próximos de R$ 100,00.
Enfim, há muitas opções e todos os bolsos disponíveis para fazer aplicações podem utilizar as alternativas postas na mesa. O capital inicial não é um impeditivo para investir, certamente.
O gerente do banco é o meu melhor amigo: MITO
Muito por conta de desconhecimento, diversas pessoas ainda acreditam que o melhor a ser feito é seguir cegamente as orientações do gerente do banco quando o assunto é investimentos. Isso é um grande mito.
Há vários fatores que corroboram a afirmação anterior e a primeira delas é que o gerente bancário não trabalha para o cliente, como ele pensa. Na verdade, o gerente trabalha para o banco e é normal que ele atenda aos interesses deste.
Sendo assim, há casos em que alguns produtos financeiros são recomendados aos clientes apenas para o gerente “bater” a sua meta. Muitas vezes não é o melhor a ser feito para o dinheiro do cliente, mas ainda assim acontece.
Outro ponto importante para entender esse mito é que o gerente bancário é responsável por fazer a interface entre o cliente e todos os departamentos do banco: financiamentos, empréstimos pessoais, seguros e previdência.
Sendo assim, ele não é um especialista em uma área qualquer, e sim um generalista. Assim, dificilmente conseguirá orientar o cliente da melhor forma possível quando o assunto é investimentos.
Até mesmo porque ele trabalha no sistema de plataforma fechada e isso quer dizer que ele só oferecerá os produtos do banco no qual trabalha.
Ainda que exista uma alternativa melhor em outra instituição, ele não a oferecerá. Já com o acompanhamento de uma assessoria de investimentos isso não acontece, pois o que se busca é o melhor para o cliente e não para a instituição.
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Devo ser um grande especialista em investimentos para poder investir: MITO
Nem de longe essa afirmação poderia ser verdadeira. Investir não é algo complicado, apenas merece alguma dedicação para aprender os conceitos básicos que circundam esse mercado.
Algumas pessoas próximas a você podem dizer o contrário, mas é aconselhável não acreditar nelas. Você mesmo pode tirar a prova e buscar conhecimento na internet, como canais do YouTube. Verá que não é complicado assim.
Aos poucos, é possível conhecer as alternativas disponíveis no mercado de renda fixa e optar por aquela que melhor atende aos seus objetivos como investidor.
Uma boa dica é ter um planejamento financeiro prévio para buscar aplicações que casem com essas metas. O mercado está repleto de boas opções.
Outro ponto interessante é que a melhor forma de aumentar a curva de aprendizado sobre o mercado financeiro é participando dele. Sim, isso mesmo. Não tenha medo e comece aportando pequenos valores.
Essa simples iniciativa tem o poder de despertar áreas do cérebro responsáveis pela fixação do conhecimento. A educação financeira se tornará mais eficiente com a participação efetiva no mercado.
Em pouco tempo é possível dominar os conceitos e formar uma boa carteira de investimentos no mercado de renda fixa, com papéis de diferentes tipos e com variados vencimentos.
O imposto de renda pago sobre os rendimentos é uma porcentagem fixa: MITO
Realmente isso não é verdade. As aplicações em renda fixa não possuem uma determinada alíquota incidente que vale para todos os produtos e nunca varia. O que ocorre de fato é outra coisa.
Em primeiro lugar, vale ressaltar que os tributos devem ser pagos apenas sobre o rendimento e nunca sobre o valor investidor. A única aplicação na qual essa afirmativa não se aplica é em previdências PGBL, nas demais sim.
Além disso, a tributação de todo o mercado de renda fixa obedece a mesma tabela. Isso quer dizer que independentemente do título, se a aplicação for de renda fixa, será tributada pela tabela regressiva da Receita Federal.
Ela diz que as aplicações feitas em tempo inferior a 180 dias devem pagar 22,50% de imposto de renda sobre os ganhos. Se o tempo do investimento ficar entre 181 dias até 360, pagará 20% de IR.
Já para prazos entre 361 dias e 720, o imposto é de 17,50% sobre o lucro. Por fim, para prazos acima de 720 dias o investidor deve pagar a carga mínima de tributos que é de 15% sobre os ganhos.
Quais são as principais verdades sobre a renda fixa?
Assim como há mitos, há também verdades em torno do mercado de renda fixa. Veja agora quais são as principais verdades que precisam ser consideradas em relação a esse tipo de aplicação financeira.
Posso perder dinheiro investindo em renda fixa: VERDADE
Por mais incrível que possa parecer essa afirmação, ela é verdadeira sim. Existem alguns tipos de aplicação em renda fixa que podem ocasionar perda de dinheiro para o investidor.
É preciso destacar que essa perda seria caracterizada por resgatar um valor menor do que aquele investido inicialmente, e não perder todo o valor investido. Este último não existe.
Além disso, algumas condições deveriam ser cumpridas pelo investidor para que esse cenário se concretizasse. E a principal delas é que ocorra o resgate antecipado da aplicação.
Ou seja, para que o investidor tenha de volta um valor menor do que aquele que ele investiu, é preciso que haja pedido de resgate antes do prazo final de vencimento.
Além disso, a modalidade de aplicação precisa ser do tipo pré-fixada, que é aquela na qual já se sabe qual será o rendimento no momento do investimento inicial.
Tomemos por exemplo um título público federal com rentabilidade de 10% ao ano, pelo prazo de 5 anos. Nessas condições, o valor do montante final já é conhecido, basta apenas aguardar o tempo passar.
No entanto, se a curva de juros apresentar alta nesse meio tempo e o investidor precisar sacar o seu dinheiro, ele ficará sujeito ao mecanismo de marcação a mercado.
Nesse caso, ele receberá de volta o valor que o mercado estiver precificando naquele momento. Como no exemplo dado a curva de juros está em ascensão, e o valor final está fixado (pré-fixado), ocorre um fato interessante.
O valor inicialmente aplicado precisa se ajustar para atender às condições descritas anteriormente. Como o valor final é fixo e os juros subiram, só resta ao capital aplicado ter seu valor reduzido para que a conta feche.
Nesse caso, o investidor saca menos dinheiro do que aplicou, tendo rendimento negativo em sua aplicação (mesmo sendo em renda fixa).
Terei meu dinheiro de volta se o banco quebrar: VERDADE
Sim, isso é verdade mas é preciso considerar algumas ressalvas importantes. A primeira delas é em relação ao valor máximo aplicado que o investidor pode recuperar.
Quem faz esse ressarcimento é o FGC, o Fundo Garantidor de Crédito. Ele tem algumas regras próprias para efetuar a devolução do valor investido e uma delas é o montante do recurso.
É possível ter um pagamento máximo de R$ 250 mil por CPF e por instituição, até o somatório total de R$ 1 milhão.
Assim, a proteção ao capital não é ilimitada. Ela vale para os valores informados acima.
Outro ponto que o investidor precisa ter muita atenção é com relação às aplicações cobertas pelo FGC. Ele não cobre todo e qualquer investimento e, em se tratando de instituições bancárias, há alguns papéis que são cobertos.
Assim, a lista de títulos protegidos pelo FGC incluem CDBs e Letras de Créditos, tanto imobiliárias (LCI) quanto de agronegócios (LCA).
Para que o investidor tenha seu dinheiro de volta em caso de falência da instituição bancária, seu recurso precisa estar aplicado em algum papel coberto pelo FGC, considerando os limites estipulados.
Existem diferentes títulos no Tesouro Direto: VERDADE
Não é raro encontrar pessoas que fazem menção ao Tesouro Direto como sendo um título único e a verdade é que se trata de uma plataforma com diversos papéis para o investidor aportar seu dinheiro.
A plataforma digital foi lançada no ano de 2002 e permite que o investidor faça aportes nos papéis de forma direta. Dessa forma, ele pode escolher em qual título deseja investir.
Atualmente existem pelo menos três modalidades diferentes de títulos para aplicar na plataforma do Tesouro Direto: o Tesouro Prefixado, o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+.
Vale ressaltar que o primeiro e o último papel citado podem existir com pagamento no formato de pagamento de juros semestrais, quando os rendimentos são pagos diretamente ao investidor a cada 6 meses.
Cada um desses títulos possui características próprias, como prazo de vencimento e indexador de referência. Isso quer dizer que cada papel pode acompanhar um determinado indicador diferente.
Por fim, convém destacar que as remunerações podem se dar no formato prefixado, pós-fixado ou no modelo híbrido, quando o papel tem os dois modelos de rendimento simultaneamente.
Posso resgatar meu dinheiro a qualquer momento: VERDADE
Essa afirmação é verdade mas tem algumas ressalvas. A primeira delas é que a grande maioria das aplicações permitem que isso seja feito. Apenas algumas exceções “travam” o dinheiro do investidor.
O segundo ponto a observar é que vários investimentos preveem penalidades para o resgate antecipado. Isso precisa ser visto no momento da aplicação.
Por fim, se o investimento for prefixado ou tiver alguma composição deste, será marcado a mercado e pode haver perda do valor investido.
Já os investimentos pós-fixados, em sua maioria, podem ser resgatados a qualquer momento devolvendo toda a rentabilidade acumulada até então ao seu investidor, como é o caso dos fundos de investimento e do Tesouro Selic.
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