Em entrevista à Rede TV, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente o posicionamento da Vale (VALE3) no mercado. Segundo o chefe do Executivo brasileiro, a Vale, assim como qualquer empresa do Brasil, deve seguir a diretriz do governo para o desenvolvimento do país.
“A Vale não pode pensar que é dona do Brasil. Ela não pode acreditar que tem mais poder do que o país. Portanto, o que queremos é simples: as empresas brasileiras precisam estar alinhadas com a visão de desenvolvimento do governo brasileiro. É tudo o que buscamos”, declarou.
O comentário foi feito no contexto do plano de sucessão para a presidência da Vale. O Governo Federal pressionou pela indicação de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda durante o governo de Dilma Rousseff, para ser o CEO da mineradora.
Apesar de a Vale ter sido privatizada em 1997, o governo federal ainda exerce influência sobre o corpo diretivo da empresa. A Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) detém duas vagas no conselho administrativo e 8,7% das ações da Vale. O fundo de pensão do Banco do Brasil (BBAS3) também possui participação acionária na mineradora.
O governo pressionou a sucessão na Vale por meio dessas duas instituições, especialmente a primeira. Inclusive, elas representam um grande obstáculo para a recondução do atual CEO, Eduardo Bartolomeo.
No entanto, o Governo Federal desistiu da indicação de Mantega para a presidência da Vale após a reação negativa do mercado.
Bartolomeo expressou, na sexta-feira (23), sua confiança no Conselho de Administração da empresa para decidir sobre sua possível recondução ao cargo.
O mandato atual termina em maio. O Conselho de Administração está dividido quanto à recondução. Na quinta-feira (22), o conselho se reuniu para discutir o balanço contábil da mineradora, e a escolha do novo CEO estava entre os possíveis tópicos da reunião.
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Lula também critica a atuação da Vale no mercado
Lula também criticou a mineradora, alegando que ela não utiliza as minas que possui e vem perdendo a concorrência para empresas australianas.
“O que queremos é que a Vale assuma mais responsabilidade, incluindo a gestão das minas que estão sob seu controle e que não são exploradas há mais de 30 anos. A empresa tem agido como se fosse proprietária e vendedora desses ativos. Ultimamente, a Vale tem vendido mais ativos do que produzindo minério de ferro, perdendo espaço para algumas empresas australianas. Portanto, buscamos estabelecer uma nova política mineral”, reclamou.
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