Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Mercados
Notícias
Resumo: semana teve Fed subindo juros, PIB ruim nos EUA, inflação recuando no Brasil e anúncio de dividendos

Resumo: semana teve Fed subindo juros, PIB ruim nos EUA, inflação recuando no Brasil e anúncio de dividendos

O resumo da semana de 25 a 29 de julho foi marcado por recuo da inflação no Brasil, pela temporada de balanços, e pelo receio de recessão nos EUA.

Por aqui, destaque para a prévia da inflação oficial, o IPCA-15, que recuou em julho. Também para Petrobras (PETR3, PETR4) e Vale (VALE3), que anunciaram resultado do segundo trimestre e ainda distribuição de dividendos.

Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) promoveu sua quarta alta de juros, aumentando a taxa em 0,75 ponto porcentual, para conter a inflação. Na sequência, um PIB pior do que o previsto, sendo o segundo recuo trimestral, reacendeu a discussão sobre recessão técnica e dá pistas sobre os próximos passos do Fed, que deve ainda subir juros, mas de maneira menos agressiva.

Confira o que mais foi destaque no resumo da semana.   

Resumo da semana no Brasil

IPCA-15: prévia da inflação vem abaixo das expectativas do mercado

IPCA-15, prévia da inflação, apresentou recuo e veio abaixo da expectativa do mercado (alta de 0,13%, ante expectativa de 0,16%).

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o resultado, apesar de melhor que o esperado, não muda muita coisa no cenário de cautela em relação à inflação no curto prazo, com números ainda bastante pesados. “Foi mais um impacto das medidas recentes do governo que afetou o resultado”, explica.

“Energia elétrica e gasolina vieram diferentes do que a gente imaginava, enquanto os outros componentes estavam muito em linha, mostrando uma inflação que ainda está razoavelmente resistente, e não mostra uma mudança qualitativa em relação aos últimos meses”, diz. 

E conclui: “Provavelmente vamos ter mais volatilidade no resultado do fechamento do mês”.

Publicidade
Publicidade
Gráfico IPCA-15: comparação mensal. Fonte: IBGE
IPCA-15: comparação mensal. Fonte: IBGE

Petrobras (PETR3, PETR4) e Vale (VALE3) anunciam dividendos. Confira valores e datas

A Petrobras (ETR3, PETR4) divulgou fato relevante informando que seu Conselho de Administração aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 6,7320 por ação PN e ON em circulação. O pagamento será feito em duas parcelas, sendo a primeira em 31/8, no valor de R$ 3,366/ação, e a segunda, em 20/9, de R$ 3,366/ação. A data ex é 12 de agosto.

A empresa esclarece que a antecipação na distribuição de dividendos, que atende a pedido do governo feito a todas as estatais, já constava em sua Política de Remuneração aos Acionistas.

“A aprovação do dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”, destacou a Petrobras.

Do total recorde de dividendos, R$ 32,1 bilhões da estatal ficarão com a União, que é a maior acionista da Petrobras. Com os R$ 17,7 bilhões distribuídos ao governo no primeiro trimestre, a União receberá R$ 49,8 bilhões em dividendos referentes aos seis primeiros meses de 2022.

No primeiro trimestre, a Petrobras havia repassado R$ 48,5 bilhões em dividendos aos acionistas. Com o volume recorde distribuído no segundo trimestre, o montante distribuído em 2022 chega a R$ 136,3 bilhões. O volume do primeiro semestre supera o total de dividendos distribuídos ao longo de todo o ano passado. Em 2021, a petroleira pagou R$ 101,4 bilhões em dividendos, dos quais a União recebeu R$ 37,3 bilhões.

A empresa divulgou hoje o seu balanço do 2TRI22. O lucro líquido recorrente de R$ 45,039 bilhões no segundo trimestre de 2022, com alta de 10,1% sobre o 2TRI21. O lucro líquido atribuível aos acionistas foi de R$ 54,330 bilhões, com alta de 26,8% sobre o 2TRI21.

O Ebitda ajustado foi de R$ 98,260 bilhões, alta de 58,6%. A receita subiu 54,4%, para R$ 170,960 bilhões. A dívida líquida da empresa é de US$ 34,435 bilhões, com queda de 14,1% em relação ao 1TRI22 e de 35,3% ante o 2TRI22.

Receita de vendas da Petrobras no 2TRI22. Fonte: Petrobras
Receita de vendas da Petrobras no 2TRI22. Fonte: Petrobras

Vale paga R$ 16,243 bilhões em dividendos

Já a Vale (VALE3) divulgou distribuição de R$ 16,243 bilhões em dividendos, ou R$ 3,57 por ação; com data ex em 12 de agosto.

A empresa teve lucro líquido de R$ 20,221 bilhões no 2TRI22, queda de 52,9% ante o mesmo período do ano passado.

A receita da Vale ficou em US$ 11,1 bilhões, o que representa uma queda em relação aos US$ 16,5 milhões registrados em igual período do ano passado. A expectativa era por US$ 11,3 bilhões. O recuo se dá, segundo a empresa, pela queda do preço do minério de ferro.

O Ebitda (lucro antes de juros, depreciações e amortizações) da Vale foi de US$ 5,5 bilhões. No 2TRI21, havia sido de US$ 6,37 bilhões.

Gráfico com Ebitda Vale
Ebitda Vale. Fonte: Vale

FMI revisa PIB brasileiro para cima

Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil a 1,7%, de 0,8% em 2022.

Para 2023, a instituição revisou para baixo o crescimento do país, a 1,1%, de 1,4% de antes.

Ainda assim, apesar de 2022 ter sido a maior revisão para cima anunciada pelo FMI, o país vai crescer menos do que a média mundial e pares emergentes. 

Em relação ao PIB global, o Fundo cortou a projeção de alta de 3,6% para 3,2%. Para 2023, passou a 2,9%, de 3,6%.


EQI Asset vê Selic a 14,25% até maio de 2023

A EQI Asset revisou a expectativa para inflação de 2022 para 6,3% (de 6,1%) e 2023 para 5,5% (5%).

O aumento na expectativa se deve a melhores dados do mercado de trabalho na margem, uma dinâmica mais saudável da atividade econômica no curto prazo, e aos novos estímulos fiscais e monetários do governo. O impacto dos benefícios deve ser maior na inflação de serviços, explica Stephan Kautz, economista-chefe da gestora. 

A trajetória da Selic também foi revisada: de 13,75% para 14,25% ao ano em 2022; e de 9,5% para 10,75% em 2023.

“Com uma expectativa de inflação mais pressionada no horizonte e dados de atividade que vêm se mostrando melhores do que o esperado, acreditamos que o Banco Central não terá espaço para encerrar o ciclo de alta na reunião de agosto, sendo necessária pelo menos mais uma alta de 50 bps na reunião seguinte, levando a taxa Selic para 14,25%”, diz Kautz. 

“Após atingir esse patamar acreditamos que a autoridade monetária deverá manter a taxa inalterada até maio de 2023, quando iniciará um novo ciclo de cortes, reduzindo a taxa Selic para 10,75% ao final do ano”, complementa.

Confira áudio, clicando aqui.

  • Quer saber como a Selic, taxa básica de juros, impacta a sua vida e os seus investimentos? Então, clique aqui.
Projeções EQI Asset
Projeções EQI Asset

Veja também:

MacroDay: participe!

Estagflaçãorecessãoinflação, lockdowns, guerra, eleição… O cenário macroeconômico não está nada previsível. Mas, para ajudar o investidor a atravessar com mais tranquilidade esse período conturbado, o BTG Pactual (BPAC11) promove, dia 18 de agosto, o MacroDay, evento com grandes personalidades da economia e da política que vão debater as tendências macroeconômicas. 

O MacroDay é totalmente gratuito e 100% online e vai te ajudar a tomar as melhores decisões sobre seus investimentos. 

Para participar, clique aqui e faça sua inscrição! Não fique de fora!

Resumo da semana no exterior

Fed confirma expectativas e eleva juros dos EUA em 0,75 ponto

O Federal Reserve (Fed) decidiu na quarta-feira (27) elevar a taxa de juros da economia dos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, confirmando as expectativas do mercado. Com isso, os juros subiram para um intervalo entre 2,25% e 2,50% ao ano. A decisão foi tomada de forma unânime pelo colegiado.

Esta é a quarta vez no ano que o banco central dos EUA eleva os juros.

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avaliou que a decisão veio sem surpresa, uma vez que o mercado já previa um aumento de 0,75 ponto. 

Mas, salientou que, levando em conta as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista coletiva pós-Fomc, faz sentido pensar em uma elevação menos intensa na próxima reunião do Fomc, podendo ser de 0,5 ponto.

“Após Powell dizer que a taxa de 2,5% já é considerada neutra e depois de uma quantidade relevante de altas, é natural que o ritmo já comece a desacelerar”, explica.

Durante a coletiva, Powell negou que os EUA estejam em recessão e justificou que “há muitas áreas da economia que estão tendo um desempenho muito bom”. 

De acordo com Kautz, o Fed pode optar por uma elevação de 0,5 na próxima reunião e depois mais três de 0,25 ponto. Porém, tudo dependerá do comportamento da inflação.

Projeção juros EUA. Fonte: BTG
Projeção juros EUA. Fonte: BTG

PIB dos EUA encolhe a um ritmo anualizado de 0,9% no 2TRI

A prévia do PIB do 2TRI22 dos EUA apresentou recuo de 0,9% ao ano, ante projeção de alta de 0,5% – e depois de contração de 1,6% no 1TRI22. O que reforça a tese de recessão no país.

Segundo Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, paira no ar uma discussão econômica acerca de recessão técnica. Ele acredita que o PIB deve continuar fraco nos EUA.

“Apesar da queda de 0,9% ser menor do que a do primeiro trimestre, a composição foi pior, basicamente porque a gente teve os investimentos também caindo no período, e uma desaceleração adicional do consumo. Ou seja, a demanda interna mais fraca no segundo trimestre do que no primeiro trimestre”, destacou.

“Para a política monetária, o banco central americano ainda deve continuar olhando o desemprego e o payroll, que continua bastante forte, para, assim, defender a postura deles, se continua ou não subindo os juros nas próximas reuniões”, frisou.

Gráfico mostra evolução do PIB dos EUA.
PIB EUA: trimestral. Fonte: BEA


Baixe nossos e-books gratuitos:

Gostou do resumo da semana? Quer saber mais sobre investimentos? Preencha o formulário que um assessor da EQI irá entrar em contato.