Desde o início da gestão de Magda Chambriard na Petrobras (PETR4), em maio de 2024, a influência do Partido dos Trabalhadores (PT) e de sindicatos na estatal aumentou, segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira (20).
A reportagem revela que a Petrobras passou por uma grande reestruturação em seu segundo escalão, com a substituição de 17 gerências-executivas, cargos que estão logo abaixo da diretoria e representam o último nível técnico na hierarquia da estatal.
Nesse processo, quatro pessoas de fora da empresa assumiram posições, sendo três delas ligadas à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e uma ao PT. As demais gerências foram ocupadas por profissionais já pertencentes aos quadros da Petrobras.
Em resposta à Folha, a Petrobras afirmou que a renovação dos quadros é um movimento natural após a mudança no comando, com a chegada de Chambriard e mais três novos diretores.
O jornal também destacou que Eduardo Costa Pinto assumiu a gerência-executiva na área de Exploração e Produção, enquanto William Nozaki e Rodrigo Leão assumiram cargos na diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade. Os três são oriundos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Inep), criado pela FUP.
Costa Pinto e Leão já estavam na Petrobras (PETR4) desde o início do governo Lula (PT), o primeiro como assessor da presidência, e o segundo como presidente de uma subsidiária. Nozaki foi assessor do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Outro nome mencionado na reportagem é o de Wellington Cesar Silva, ligado ao PT, que era assessor jurídico da Casa Civil e recentemente assumiu como advogado-geral da Petrobras.
A Folha ainda aponta que Magda trouxe para a assessoria da presidência da Petrobras (PETR4) o ex-chefe de gabinete da ex-presidente Dilma Rousseff, Giles Azevedo, também do PT, que, segundo a empresa, atuará no relacionamento com o poder público.
Em nota, a Petrobras afirmou que “a formação de equipes, com eventuais trocas de gestores, faz parte da dinâmica do processo de gestão de pessoas”.
- Leia também: Troca no comando da Petrobras é oportunidade de compra
- Ações da Petrobras (PETR4) sobem; mercado prevê lucro de R$ 14,7 bi
- Dividendos da Petrobras: Chambriard quer manter política inalterada
Petrobras (PETR4): Magda Chambriard toma posse em maio
No dia 24 de maio, o Conselho de Administração da Petrobras elegeu Magda Chambriard como nova presidente da empresa. Além disso, ela foi nomeada como conselheira de administração.
Antes de sua eleição, o nome de Magda Chambriard passou pelo processo de governança da companhia. O Comitê de Pessoas do Conselho de Administração, atuando como Comitê de Elegibilidade (Celeg), concluiu a análise de sua indicação para os cargos de conselheira e presidente. A indicação foi então submetida ao Conselho de Administração, que a aprovou hoje.
Formação e carreira de Chambriard
Magda Chambriard é mestre em Engenharia Química pela Coppe/UFRJ (1989) e engenheira civil pela UFRJ (1979), com especialização em Engenharia de Reservatórios, Avaliação de Formações e Produção de Petróleo e Gás pela Universidade Petrobras.
A nova presidente possui um extenso currículo na área de petróleo e gás. Além de sua formação, ela realizou diversos cursos, incluindo Desenvolvimento de Gestão em Engenharia de Produção, Negociação de Contratos de Exploração e Produção, Qualificação em Negociação na Indústria do Petróleo, Gerenciamento de Riscos, Contabilidade, Gestão, Liderança, e Desenvolvimento para Conselho de Administração.
Magda iniciou sua carreira na Petrobras em 1980, atuando principalmente na área de produção, onde acumulou conhecimento abrangente sobre todas as etapas do processo no Brasil.
Em 2002, foi cedida à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), onde atuou como assessora da diretoria de Exploração e Produção. Na época, também era consultora de negócios de E&P na área de Novos Negócios de E&P da Petrobras.
Pouco tempo após sua chegada à ANP, Magda assumiu as superintendências de Exploração e de Definição de Blocos, com foco em rodadas de licitação. “Foi responsável pela implantação do Plano Plurianual de Geologia e Geofísica da ANP, que resultou na coleta de dados essenciais para o sucesso das licitações em bacias sedimentares de novas fronteiras”, relatou a Petrobras.
Em 2008, Magda assumiu a diretoria da ANP e, em 2012, tornou-se diretora-geral da agência. “Durante sua gestão, liderou a criação da Superintendência de Segurança e Meio Ambiente, da Superintendência de Tecnologia da Informação, e coordenou os trabalhos relacionados aos estudos e elaboração dos contratos e editais, incluindo a primeira licitação do pré-sal, além das licitações tradicionais sob regime de concessão”, informou o comunicado.
Ela também foi responsável pelas áreas de Auditoria, Corregedoria, Procuradoria, Promoção de Licitações, Abastecimento, Fiscalização da Distribuição e Revenda de Combustíveis, Recursos Humanos, Administração Financeira, e Relações Governamentais, além das áreas relacionadas ao segmento de Exploração e Produção.
Você leu sobre Petrobras (PETR4). Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!