A Petrobras (PETR4) concluiu, na última sexta-feira (3), a primeira importação de gás natural produzido em Vaca Muerta, na Bacia de Neuquén, na Argentina.
O volume inicial, de 100 mil metros cúbicos de gás natural, foi transportado via gasodutos da Argentina até a Bolívia e, de lá, trazido ao Brasil. A operação, conduzida em parceria com a Pluspetrol, teve caráter de teste comercial e operacional e envolveu as subsidiárias Petrobras Operaciones S.A. (POSA) e Gas Bridge Comercializadora.
De acordo com o contrato firmado entre as companhias, a Petrobras poderá importar até 2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, na modalidade interruptível — ou seja, com flexibilidade para suspender ou retomar a operação conforme as condições de mercado.
“Essa primeira operação é um marco relevante para a Petrobras, possibilitada pela integração das infraestruturas e que permite a conexão da produção própria da Petrobras na Argentina com o mercado nacional”, afirmou Angélica Laureano, diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal.
“Essa solução logística e comercial abre uma nova possibilidade para importação de gás natural pelo Brasil, refletindo o compromisso da Petrobras com o aumento da oferta e com o desenvolvimento sustentável do mercado de gás natural”, complementou.
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Atuação da Petrobras na Argentina e expansão da oferta para o Brasil
A Petrobras mantém presença na Argentina por meio da Petrobras Operaciones S.A., que detém 33,6% de participação não-operada no campo de Rio Neuquén, localizado nas províncias de Rio Neuquén e Rio Negro.
A produção da área é majoritariamente proveniente de reservatórios não convencionais, conhecidos como tight gas, das formações Punta Rosada e Lajas.
A importação experimental faz parte de uma estratégia da Petrobras para aumentar a oferta e reduzir o custo do gás natural no Brasil — uma das principais demandas da indústria nacional. Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o preço do combustível no país chega a ser dez vezes maior que o praticado nos Estados Unidos e o dobro do europeu.
A presidente da estatal, Magda Chambriard, já destacou o compromisso da empresa em escoar mais gás do pré-sal e ampliar a infraestrutura de transporte, visando tornar o insumo mais acessível.
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