Descubra as 10 Maiores Pagadoras de Dividendos da Bolsa
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Mercados
Notícias
IA, geopolítica e inflação devem marcar 2026, diz relatório do JP Morgan

IA, geopolítica e inflação devem marcar 2026, diz relatório do JP Morgan

Relatório destaca os vetores que devem moldar decisões de investimento no próximo ano

O JP Morgan Private Bank (JPM; JPMC34) divulgou, nesta quarta-feira (19), suas “Perspectivas Globais de Investimento para 2026”, indicando que três forças devem orientar o comportamento dos mercados no próximo ano: o avanço acelerado da inteligência artificial (IA), a intensificação da fragmentação geopolítica e um cenário de inflação estruturalmente mais volátil. 

Segundo a instituição, esses vetores vão moldar produtividade, cadeias de suprimentos, políticas fiscais e escolhas de alocação, exigindo dos investidores maior flexibilidade e resiliência.

“Em 2025, a incerteza dominou o mercado. Agora, três grandes temas definem a agenda, refletindo uma mudança fundamental na dinâmica das economias e exigindo uma abordagem de investimento mais flexível e disciplinada”, afirma Grace Peters, codiretora de Estratégia Global de Investimentos do JP Morgan Private Bank.

Para Stephen Parker, codiretor de Estratégia Global de Investimentos, o desafio em 2026 será equilibrar forças aparentemente contraditórias. 

“Os investidores enfrentam o desafio de equilibrar a produtividade impulsionada pela IA com a inflação persistente em um ambiente global fragmentado. Nosso objetivo é ajudar os clientes a identificar novas oportunidades e construir carteiras resilientes, alinhadas com seus objetivos de longo prazo”, destacou. 

Publicidade
Publicidade

IA deve seguir como motor de produtividade em 2026

Para o banco, a IA continuará no centro das transformações econômicas e corporativas em 2026, impulsionando ganhos de eficiência, remodelando o mercado de trabalho e acelerando o investimento em infraestrutura tecnológica.

“As grandes empresas de tecnologia dos EUA triplicaram seus investimentos anuais de capital, de US$ 150 bilhões em 2023 para uma projeção de US$ 500 bilhões ou mais em 2026, com investimentos em IA contribuindo mais para o crescimento do PIB americano do que o consumo neste ano”, destaca Jacob Manoukian, diretor de Estratégia de Investimentos dos EUA. 

Segundo ele, apesar desse salto, “o investimento em IA ainda representa menos de 1% do PIB”.

Manoukian lembra ainda que apenas uma empresa planeja construir data centers com mais de 25 gigawatts de capacidade, o que representa mais de US$ 1 trilhão em despesas de capital nos próximos anos, reforçando o caráter estrutural da tese.

A instituição aponta que a “segunda fase” da IA — com sistemas autônomos, aplicações industriais e softwares corporativos habilitados por IA — deve ganhar tração principalmente em mercados privados no próximo ano.

“A próxima onda de criação de valor em IA, incluindo sistemas autônomos, aplicações industriais e softwares habilitados por IA, ainda está em desenvolvimento, principalmente nos mercados privados”, afirma Sitara Sundar, diretora global de Estratégia de Investimentos Alternativos. 

“Para capturar esse potencial e gerenciar riscos, os investidores devem navegar com cautela, priorizando a seleção de gestores e o acesso em um setor cada vez mais competitivo”, completa.

Fragmentação geopolítica tende a redefinir fluxos regionais

Outro eixo central para 2026, segundo o relatório, é a reorganização das cadeias de suprimentos e a formação de blocos econômicos mais autônomos, em um cenário de competição estratégica entre grandes potências. A América do Norte, a Europa, a Ásia e a América Latina caminham para papéis mais definidos em um mundo guiado por interesses regionais.

Na Europa, políticas fiscais mais agressivas e aumento dos gastos em defesa tendem a impulsionar o crescimento nos próximos anos. 

“A resposta da Europa a esta nova era é decisiva, marcada pelo ambicioso estímulo fiscal alemão e pelo aumento dos gastos na defesa europeia, o que deverá impulsionar as perspectivas de crescimento na região”, avalia Erik Wytenus, diretor de Estratégia de Investimentos para Europa, Oriente Médio e África. 

Ele lembra ainda que “97% das empresas europeias com receita acima de € 100 milhões são privadas”, o que, segundo o banco, abre um conjunto de oportunidades muitas vezes negligenciadas.

Na América Latina, o papel estratégico da região em metais críticos e na transição energética ganha relevância para cadeias industriais e para a própria indústria de IA. 

“A América Latina é uma força indispensável nas cadeias de suprimentos globais e na transição energética, alimentando o futuro da indústria e da IA”, afirma Nur Cristiani, diretor de Estratégia de Investimentos para América Latina. 

“Com os bancos centrais se aproximando do final dos seus ciclos de flexibilização, as perspectivas para as moedas e o crescimento são encorajadoras, tanto a curto como a longo prazo”, acrescenta.

Na Ásia, a combinação entre superávit comercial da China, fortalecimento da integração com o Sudeste Asiático e avanço tecnológico em IA, veículos elétricos e plataformas digitais deve seguir ampliando a influência regional. 

“Vemos oportunidades de destaque em toda a Ásia – principalmente na Índia e nos setores de tecnologia e exportação de Taiwan, impulsionadas pelo seu crescimento independente”, afirma Grace Peters. 

“Na China, a inovação tecnológica em IA, plataformas de consumo e veículos elétricos está alimentando retornos impressionantes e moldando uma economia digital dinâmica”, diz.

Para o banco, esse ambiente reforça a necessidade de diversificação geográfica e atenção a setores beneficiados por resiliência produtiva, segurança energética e eficiência logística.

Leia também:

Inflação deve permanecer imprevisível e pede diversificação mais ampla

O JP Morgan projeta que a inflação continuará mais volátil em 2026, resultado de déficits fiscais elevados, gargalos logísticos e reorganização das cadeias de abastecimento. Esse cenário exige atenção especial aos vetores que influenciam custos, capacidade produtiva e pressão sobre preços no horizonte de médio e longo prazos.

“Os títulos continuam essenciais na construção de carteiras, mas é preciso ir além da renda fixa tradicional para enfrentar a inflação persistente e a volatilidade das taxas”, afirma Stephen Parker. 

“Complementar títulos com commodities, ativos reais e fundos de hedge não correlacionados proporciona diversificação e proteção em um contexto de inflação elevada”, acrescenta.