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IPO de empresa nuclear pode transformar a Westinghouse em gigante

IPO de empresa nuclear pode transformar a Westinghouse em gigante

O plano do governo Donald Trump de investir até US$ 80 bilhões na expansão da energia nuclear nos Estados Unidos pode culminar em um dos maiores movimentos corporativos do setor nas próximas décadas: o IPO de empresa nuclear, no caso a Westinghouse. O projeto prevê a transformação da companhia em uma empresa de capital aberto, com o próprio governo americano como acionista relevante.

Segundo acordo assinado pelo Departamento de Comércio dos EUA com a Cameco — uma das maiores mineradoras de urânio do mundo — e a gestora Brookfield Asset Management, os investimentos serão direcionados à construção de novas usinas nucleares equipadas com o reator AP1000, tecnologia desenvolvida pela Westinghouse. O contrato ainda garante ao governo americano uma participação acionária na empresa, que pode chegar a 8%, caso seja realizada uma oferta pública inicial até janeiro de 2029.

O diretor de operações da Cameco, Grant Isaac, afirmou que a decisão de abrir o capital da Westinghouse dependerá das condições de mercado e do valor de mercado da empresa, que precisará atingir ao menos US$ 30 bilhões.

“Definitivamente existe um interesse específico em investir apenas na Westinghouse”, declarou Isaac durante a divulgação dos resultados do terceiro trimestre.

IPO de empresa nuclear: apoio financeiro e estratégia energética

O investimento bilionário faz parte da estratégia de Washington para ampliar a matriz energética dos EUA, especialmente diante do aumento da demanda elétrica causada pela expansão de data centers e fábricas. O governo poderá usar instrumentos como empréstimos do Departamento de Energia ou financiamentos internacionais para viabilizar o aporte.

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“Temos a garantia de que há forte interesse em investir esse mínimo de US$ 80 bilhões para dar início ao processo”, afirmou Isaac. O compromisso inclui a construção de dez novos reatores nucleares até 2030, conforme ordem executiva assinada por Trump em maio.

A Westinghouse tem um histórico de altos e baixos no setor nuclear. Criadora do reator AP1000 — capaz de gerar 1 gigawatt (GW) de eletricidade, suficiente para abastecer mais de 750 mil residências —, a empresa enfrentou sérias dificuldades financeiras na década passada. Em 2017, esteve em risco de falência após estouros de orçamento em projetos nos estados da Geórgia e Carolina do Sul.

A reestruturação veio em 2023, quando a Brookfield e a Cameco adquiriram a companhia, com participações de 51% e 49%, respectivamente. Desde então, os dois primeiros reatores AP1000 foram concluídos na usina de Vogtle, na Geórgia, em 2023 e 2024.

Nova fase para o setor nuclear americano

O eventual IPO de empresa nuclear da Westinghouse simboliza mais do que uma operação financeira: representa um movimento estratégico do governo dos EUA para revitalizar a indústria nuclear doméstica e garantir segurança energética em meio ao crescimento do consumo elétrico.

“O que o governo dos EUA fez foi se comprometer a intervir e servir de estímulo; seu compromisso é facilitar o financiamento”, concluiu Grant Isaac.

Se concretizado, o projeto poderá marcar o retorno da Westinghouse ao protagonismo global — desta vez, como uma companhia independente e listada em bolsa, sustentada por uma das maiores injeções de capital público e privado do setor energético mundial.

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