O setor de gestão de patrimônio no Brasil continua em um ritmo de expansão, atingindo um volume administrado de R$ 498,5 bilhões em 2024, um crescimento de 8,9% em relação ao ano anterior, quando o montante era de R$ 457,8 bilhões.
O levantamento foi divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
Além do aumento no volume financeiro, o número de instrumentos de investimento – como fundos de investimento e carteiras administradas – também registrou alta expressiva, passando de 29,94 mil para 34,52 mil, um avanço de 15,3%.
Fundos lideram, mas carteiras administradas avançam mais
Os fundos de investimento seguem dominando o setor, com um volume de R$ 316,7 bilhões em 2024, uma leve alta de 1,1% ante os R$ 313,3 bilhões registrados no ano anterior.
O crescimento mais acelerado ficou por conta das carteiras administradas, que avançaram 25,8%, passando de R$ 144,5 bilhões para R$ 181,8 bilhões.
Apesar do crescimento financeiro, o número de fundos diminuiu 6,3%, caindo de 4,19 mil para 3,93 mil. Em contrapartida, as carteiras administradas registraram um aumento de 18,8%, de 25,75 mil para 30,59 mil. O número de gestores também cresceu, passando de 148 para 153.
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Crescimento regional e descentralização
A expansão da gestão de patrimônio no Brasil não se limitou apenas ao eixo Sudeste, tradicionalmente dominante no setor. O volume financeiro no Nordeste, por exemplo, teve um crescimento de 25%, alcançando R$ 45,5 bilhões, enquanto o número de clientes subiu 43%, totalizando 2,34 mil.
Ainda assim, o Sudeste segue como a principal região do país no setor, com um volume de R$ 389,5 bilhões (+7,6%) e 22,21 mil clientes (+19,8%).
No Sul, o volume financeiro chegou a R$ 54,6 bilhões (+3,3%), enquanto o número de clientes subiu 13,3%, atingindo 4,66 mil.
O Centro-Oeste registrou um avanço de 25,9% no volume financeiro, totalizando R$ 6,3 bilhões, e um aumento de 13,5% na base de clientes, que chegou a 2,49 mil.
Já o Norte teve o maior crescimento percentual, com um salto de 59,5% no volume financeiro, para R$ 2,5 bilhões, e um aumento de 67,4% no número de clientes, totalizando 405.
Em entrevista ao Broadcast Investimentos, Richard Zillioto, coordenador da Comissão de Gestão de Patrimônio da Anbima, destacou que o crescimento regional mostra uma descentralização do mercado, ampliando as participações das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul.