Vivendo de Renda com Ações
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
IPCA foi de 0,54% em janeiro, maior variação para um mês desde 2016

IPCA foi de 0,54% em janeiro, maior variação para um mês desde 2016

O IPCA foi de 0,54% em janeiro, sendo a maior variação para um mês desde 2016, quando marcou 1,27%.

O levantamento é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O IPCA de janeiro veio abaixo da taxa de 0,73% de dezembro. Em relação à variação, nos últimos 12 meses, acumula alta de 10,38%, acima dos 10,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2021, a variação mensal foi de 0,25%.

IPCA: grupos de produtos e serviços

Ainda de acordo com o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em janeiro. A maior variação veio de Artigos de residência (1,82%), que acelerou em relação a dezembro (1,37%). Na sequência, vieram Alimentação e bebidas (1,11%), maior impacto no índice do mês (0,23 p.p.), Vestuário (1,07%) e Comunicação (1,05%). Já a variação de Habitação (0,16%) foi inferior à do mês anterior (0,74%). O único grupo em queda foi Transportes (-0,11%), que havia subido 0,58% em dezembro. Os demais grupos ficaram entre o 0,25% de Educação e o 0,78% de Despesas pessoais.

Publicidade
Publicidade

Já o resultado de Artigos de residência (1,82%) foi influenciado, principalmente, pela aceleração dos eletrodomésticos e equipamentos (2,86%), mobiliário (2,41%) e TV, som e informática (1,38%), cujas variações em dezembro haviam sido de 1,77%, 2,07% e 0,70%, respectivamente. Esses itens contribuíram conjuntamente com 0,06 p.p no IPCA de janeiro.

Em Alimentação e bebidas (1,11%), a alimentação no domicílio passou de alta de 0,79% em dezembro para 1,44% em janeiro. Os principais destaques foram as frutas (3,40%) e as carnes (1,32%), embora tenham registrado altas menos intensas em relação ao mês anterior (8,60% e 1,38%, respectivamente). Além disso, os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros destaques foram a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%). No lado das quedas, houve recuos nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%).

A alimentação fora do domicílio (0,25%), por outro lado, desacelerou em relação ao mês anterior (0,98%). A refeição passou de 1,08% em dezembro para 0,44% em janeiro, enquanto o lanche passou de 1,08% em dezembro para -0,41% em janeiro.

Vestuário e Habitação

No grupo Vestuário (1,07%), destacam-se as altas das roupas masculinas (1,64%), calçados e acessórios (0,97%) e roupas femininas (0,78%), que exerceram conjuntamente um impacto de 0,04 p.p. no IPCA de janeiro. Os demais itens do grupo também tiveram alta, com destaque para roupas infantis (0,87%) e joias e bijuterias (1,18%).

Já Habitação (0,16%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,74%), principalmente por conta da energia elétrica (-1,07% e -0,05 p.p.), cuja variação em dezembro havia sido de 0,50%. Desde setembro, permanece em vigor a bandeira vigor a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

As variações das áreas foram desde -6,81% em Porto Alegre, onde houve redução de PIS/COFINS e de ICMS, até 3,34% em Rio Branco, onde houve reajuste de 10,66% com vigência a partir de 13 de dezembro. Além disso, houve reajustes de tarifa de iluminação pública, a partir de 1º de janeiro, em Brasília (2,13%), São Paulo (0,50%) e Curitiba (-1,40%).

Ainda em Habitação, destaca-se a queda de 0,73% do gás de botijão, após 19 meses de alta. A alta do gás encanado (3,13%) deve-se ao reajuste de 17,64% em São Paulo (5,46%), vigente desde 10 de dezembro. A taxa de água e esgoto (0,15%) também subiu em janeiro, devido ao reajuste de 6,70% em Campo Grande (6,06%), a partir de 1º de janeiro.

Transportes

A queda no grupo dos Transportes (-0,11%) é consequência principalmente do recuo nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%). Além da gasolina (-1,14%), também houve queda nos preços do etanol (-2,84%) e do gás veicular (-0,86%). O óleo diesel (2,38%) foi o único a subir em janeiro. Entre os demais subitens do grupo, os destaques foram os transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%).

Também em Transportes, os preços das motocicletas (2,45%), dos automóveis novos (2,19%) e dos automóveis usados (1,53%) seguem em alta. A variação positiva do táxi (1,23%) decorre do reajuste de 9,75% nas tarifas no Rio de Janeiro (5,66%), válido desde 11 de janeiro. Em ônibus urbano (0,22%), houve reajustes em Fortaleza (3,99%) com alta média de 8,55% a partir de 15 de janeiro; Vitória (3,05%) com reajuste de 4,84% a partir de 9 de janeiro; e Campo Grande (1,91%) com reajuste de 4,75% a partir de 17 de janeiro.

À exceção de Porto Alegre (-0,53%), todas as áreas pesquisadas tiveram alta em janeiro. A maior variação ocorreu no município de Aracaju (0,90%), por conta do tomate (34,90%) e das frutas (6,41%). Na região metropolitana de Porto Alegre (-0,53%), houve queda nos preços da energia elétrica (-6,81%) e da gasolina (-6,20%).

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 29 de dezembro de 2021 e 28 de janeiro de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 30 de novembro e 28 de dezembro de 2021 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

INPC foi de 0,67% em janeiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,67% em janeiro, abaixo do resultado do mês anterior (0,73%). Foi a maior variação para um mês de janeiro desde 2016 (1,51%). O INPC acumula alta de 10,60% nos últimos 12 meses, acima dos 10,16% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2021, a taxa foi de 0,27%.

Os produtos alimentícios aceleraram de 0,76% em dezembro para 1,08% em janeiro. Já os não alimentícios desaceleraram, indo de 0,72% em dezembro para 0,54% em janeiro.

Com exceção de Porto Alegre (-0,52%), todas as áreas pesquisadas tiveram variação positiva em janeiro. A maior variação foi no município de Aracaju (0,96%), influenciada pelas altas nos preços do tomate (34,90%) e das frutas (7,22%). A variação negativa observada na região metropolitana de Porto Alegre (-0,52%) foi consequência principalmente das quedas da energia elétrica (-6,62%) e da gasolina (-6,20%).

Tá, e daí?

O IPCA é um indicativo de inflação, ou seja, elevação de preços. Conforme o levantamento, esse 0,54% parece inofensivo, mas o cidadão que está mais atento ao seu dia a dia percebe essa alta já no cafezinho. Alguém que paga R$ 5 por um pingado na padaria pode ter que desembolsar um pouco mais de dinheiro. O mesmo vale para compras mais robustas, como feira e supermercado. Não à toa, os preços têm se mostrados mais altos em todos os segmentos.

Do lado dos empresários, a elevação também é sentida e, se o custo do insumo encarece, o custo da produção também vai encarecer. Ou seja, essa alta será repassada ao consumidor final. Porém, no setor corporativo há um agravante: o custo do funcionário também tende a encarecer, afinal ele pega ônibus, trem, ou metrô. Esses desembolsos geralmente saem do caixa da empresa, pois são benefícios que os empregados recebem.

Por isso todo o mercado observa como a inflação se movimenta, e dados como estes do IBGE são muito importantes até para o provisionamento financeiro das organizações.

Selic

Vale acrescentar que o IPCA impacta nas decisões futuras para a Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Inclusive, na primeira semana de fevereiro o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual (p.p.). Com isso, a taxa básica de juros agora é de 10,75% ao ano.

Já no dia 8 de fevereiro o Copom deu a entender que deve reduzir o ritmo de ajuste da taxa básica de juros, a Selic. Ao menos é isso o que mostra a ata da instituição.

De acordo com o documento, essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante.

Análise do BTG

Para o BTG Pactual (BPAC11), O IPCA veio em linha com o consenso de mercado, mas a composição segue ruim.

“A primeira leitura de IPCA de 2022 apresentou desaceleração em relação ao número do mês anterior, o que era esperado pelo mercado. Este resultado foi influenciado pelo recuo nos preços dos Combustíveis e de Energia Elétrica, limitando o impacto dos avanços em Alimentos e Bebidas e Despesas Pessoais”, disse.

E acrescentou: “dessa forma, apesar da leitura final mostrar perda de ímpeto, a composição segue bastante desfavorável, com manutenção da média dos núcleos em patamar elevado, em 0,87%.”

Com isso, a inflação acumulada em 12 meses acumula alta de 10,38%, vindo de 10,06% em dezembro/21.

Os próximos meses podem ser acompanhados de deterioração das expectativas em relação aos indicadores de preços devido ao quadro de quebra/redução de estimativas em safras importantes, como o milho verão e a soja, por exemplo, às dificuldades nas cadeias de produção global, ao fortalecimento da cotação de petróleo, etc.