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Qual será o impacto do “Trump 2.0” no mundo? Mike Pompeo explica no CEO Conference

Qual será o impacto do “Trump 2.0” no mundo? Mike Pompeo explica no CEO Conference

Na tarde desta terça-feira (25), o CEO Conference do BTG Pactual ($BPAC11) recebeu Mike Pompeo, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, para uma palestra sobre o tema “O Mundo com Trump 2.0”. 

O evento foi mediado por André Esteves, chairman do BTG, que iniciou a conversa abordando a volatilidade política característica do presidente Donald Trump. “O presidente Trump tem algumas incertezas nesse cenário. (…) Ele é o mestre da volatilidade”, destacou Esteves ao introduzir o tema.

Diplomacia americana e relações com a Rússia

A discussão rapidamente se voltou para as recentes movimentações diplomáticas envolvendo os Estados Unidos, Rússia e Europa, destacando uma mudança na postura americana. 

Esteves mencionou a reação dos aliados europeus após uma conversa direta entre Trump e o presidente da Rússia Vladimir Putin, que levou líderes como Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer a visitarem Washington em busca de esclarecimentos.

Pompeo ofereceu uma visão crítica sobre a estratégia americana: “Um voto na Assembleia Geral foi um erro ontem. Os EUA deveriam ter votado com aquela ideia de não ser o agressor.” Ele enfatizou que a abordagem atual é “muito agressiva” e expressou preocupação com a forma como as negociações estão sendo conduzidas.

Europa no centro das decisões

Pompeo também destacou o papel da Europa nas negociações internacionais, apontando que os líderes europeus estão buscando mais protagonismo: “Os europeus têm uma voz muito grande nisso tudo, assumindo um papel relevante… Eles querem estar no centro das decisões.

No entanto, ele rebateu as especulações de que os EUA estariam abandonando a Ucrânia. “Eu não posso imaginar algo parecido, eu não posso imaginar o presidente Trump fazendo algo desse tipo”, destacou. 

Segundo Pompeo, Trump quer preservar áreas populadas do leste ucraniano e encontrar um caminho diplomático que atenda aos interesses europeus e americanos.

Aliança tática Rússia-China e relações econômicas

A discussão evoluiu para a aliança estratégica entre Rússia e China. Pompeo destacou que Trump adotou uma abordagem “menos agressiva do que os mercados ou a comunidade de Washington esperavam”, optando por negociações construtivas com a China. Ele explicou que Trump “não é ingênuo” e que utiliza sua compreensão da economia mundial para criar alavancagem nas negociações comerciais.

Pompeo ressaltou que Trump busca um “arcabouço econômico no qual a América tenha capacidade de investir em minerais na Ucrânia” e que deseja encontrar um equilíbrio econômico que beneficie os EUA sem comprometer alianças estratégicas.

China: mudanças no discurso e influência global

A discussão sobre a China revelou as preocupações de Pompeo com a crescente influência econômica e militar do país. Ele observou que a administração de Xi Jinping está agora “focando no poder” e utilizando sua força econômica para pressionar nações vizinhas e outros países ao redor do mundo.

Pompeo enfatizou que essa mudança não reflete os interesses do povo chinês, mas sim os objetivos políticos do governo de Xi. “Eles saíram daquele modelo anterior, que visava se manter no poder, e agora é um outro tempo. É um tempo para a China demonstrar que tem um par equivalente, que são os EUA”, alertou. 

Tecnologia e inteligência artificial: a ameaça do DeepSeek

Em relação à tecnologia, Pompeo abordou o impacto do lançamento do DeepSeek no mercado de inteligência artificial. Segundo ele, o evento foi “um alerta” para o Ocidente sobre o avanço tecnológico chinês. 

Os chineses estão muito capacitados nisso… Eles têm conhecimento acadêmico e aplicação prática”, comentou Pompeo. 

Ele ainda alertou que, embora o Ocidente tenha liderado tradicionalmente na tecnologia, a China está avançando rapidamente, inclusive em áreas militares sensíveis. Ele defendeu que os EUA precisam “garantir que estamos investindo corretamente” para manter a competitividade global.

O futuro do multilateralismo e as “verdades inconvenientes”

Ao final da palestra, Esteves questionou Pompeo sobre as “verdades inconvenientes” levantadas por Trump, incluindo o papel dos EUA na segurança europeia e o equilíbrio no comércio global. 

Pompeo reconheceu que essas questões “podem coexistir” com o atual cenário multilateral, mas defendeu um reequilíbrio das responsabilidades globais.

Pompeo destacou que a ordem mundial liderada pelos EUA desde a Segunda Guerra Mundial beneficiou imensamente o país, mas alertou para o crescente déficit americano. “Estamos com US$ 36 trilhões em dívidas… Compartilhar esse fardo da segurança global com o restante do mundo é bem razoável”, informou. 

Quem é Mike Pompeo?

Michael Richard Pompeo, mais conhecido como Mike Pompeo, é um nome de destaque na política americana, conhecido por seu papel como Secretário de Estado dos Estados Unidos durante o primeiro governo de Donald Trump (2017-2021). 

Nascido em 30 de dezembro de 1963, na Califórnia, Pompeo construiu uma carreira diversificada, passando por cargos militares, empresariais e políticos antes de assumir posições de alto escalão na administração pública.

Formado em engenharia mecânica pela Academia Militar de West Point, onde se destacou academicamente, Pompeo iniciou sua trajetória como oficial do Exército dos EUA na 4ª Divisão de Cavalaria Blindada. 

Após deixar o serviço militar, ele seguiu para a Universidade de Harvard, onde concluiu o curso de direito. A partir daí, ingressou no setor privado como empresário no Kansas, ganhando notoriedade como líder empresarial antes de entrar para a política.

Em 2010, Pompeo foi eleito para a Câmara dos Representantes pelo 4º distrito congressional do Kansas. Durante seu mandato, destacou-se por suas posições conservadoras em questões de segurança nacional e política externa. Seu desempenho chamou a atenção de Trump, que o nomeou Diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) em 2017. Um ano depois, foi promovido a Secretário de Estado, sucedendo Rex Tillerson.

No comando da diplomacia americana, Pompeo desempenhou um papel central em negociações internacionais complexas, incluindo diálogos com a Coreia do Norte, a retirada dos EUA do acordo nuclear com o Irã e o fortalecimento de alianças estratégicas no Oriente Médio, especialmente com Israel. 

Sua postura firme em relação à China e ao Irã consolidou sua imagem como um defensor de uma política externa assertiva.

Desde que deixou o cargo em janeiro de 2021, Mike Pompeo permaneceu uma figura ativa no cenário político americano. Ele tem se posicionado em questões cruciais de política interna e externa, alimentando especulações sobre uma possível candidatura presidencial nas próximas eleições.

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