A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos impacta os mercados do mundo inteiro e, curiosamente, impulsionou o ânimo dos investidores argentinos.
Apesar das dificuldades econômicas que o país enfrenta há anos, o otimismo com o potencial alinhamento entre o governo argentino de Javier Milei e Trump motivou uma forte reação nos ativos argentinos nesta quarta-feira (6).
Logo na abertura do mercado, os títulos argentinos em dólar registraram alta, enquanto o índice de risco-país da Argentina caiu acentuadamente, atingindo o menor nível em cinco anos — cerca de 880 pontos-base.
Na semana passada, o risco-país da Argentina já havia caído para o menor nível desde 2019, com o índice de risco do J.P. Morgan registrando queda de 48 pontos, fechando em 919. Além disso, os títulos soberanos do país subiram cerca de 1,2%. Esse ambiente positivo é reflexo das políticas de Milei, que promove uma agenda de austeridade e abertura de mercado, seguindo princípios semelhantes aos de Trump.
Além disso, o índice S&P Merval (MERV), que reflete o desempenho das principais empresas argentinas listadas na Bolsa de Valores de Buenos Aires, subia mais de 4% às 15h (horário de Brasília).
Os investidores estrangeiros ficaram animados com a perspectiva de um relacionamento próximo entre Milei e Trump, considerando que ambos compartilham políticas de mercado similares e têm visões pró-austeridade.
Esses laços podem ser bons para a Argentina, especialmente na gestão do programa de empréstimo de US$ 44 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Como os Estados Unidos detêm o maior poder de voto na instituição, um relacionamento mais alinhado com Trump é visto como uma oportunidade para negociações favoráveis no próximo ano.
Contudo, analistas alertam para os potenciais riscos de um segundo mandato de Trump.
O Goldman Sachs observou que, enquanto o entusiasmo de curto prazo é visível, há preocupações quanto à âncora cambial do país, que Milei vem tentando estabilizar.
Segundo o relatório da instituição, uma reeleição de Trump pode significar novas tarifas dos EUA sobre a China e outros países, o que, indiretamente, pode exercer pressão sobre o peso argentino.
“Os argentinos ainda não perceberam, mas uma vitória de Trump exercerá uma enorme pressão depreciativa sobre o peso“, destacou o banco em análise.
Você leu sobre os mercados argentinos. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!