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China negocia compra de até 500 jatos da Airbus em meio a guerra comercial com os EUA

China negocia compra de até 500 jatos da Airbus em meio a guerra comercial com os EUA

China negocia compra de até 500 jatos Airbus em meio a tensões com EUA, segundo Bloomberg. Acordo pode ser fechado em julho

A China está em negociações para adquirir entre 200 e 500 aeronaves da fabricante europeia Airbus (AIR). As informações são da agência de notícias Bloomberg. 

O acordo pode ser fechado já no próximo mês, quando líderes europeus visitarão Pequim para celebrar os 50 anos de relações diplomáticas entre a China e a União Europeia.

Conforme reportado pela Bloomberg, as deliberações com companhias aéreas chinesas sobre o tamanho do possível pedido estão em andamento. Uma das fontes indicou que o acordo poderia envolver cerca de 300 aeronaves, incluindo modelos de corredor único e de fuselagem larga, com variação entre 200 a 500 aviões.

Impacto no mercado

A notícia das negociações provocou reação imediata no mercado. As ações da Airbus chegaram a subir 4,1% na bolsa de Paris, só que os ativos perderam o ritmo e fecharam com uma elevação de 2,25%. 

Já a Rolls-Royce Holdings (RR), fabricante de motores para aviões de fuselagem larga da Airbus, operaram em alta durante boa parte do pregão em Londres, mas encerraram as negociações com uma ligeira queda de 0,27%. 

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Caso confirmado com 500 aeronaves, o pedido estaria entre os maiores da história e seria o maior já feito pela China, superando um acordo de aproximadamente 300 aviões de corredor único da Airbus realizado em 2022, avaliado em cerca de US$ 37 bilhões.

Contexto geopolítico

O possível acordo ocorre em meio às crescentes tensões comerciais entre China e Estados Unidos. 

O presidente americano Donald Trump disse recentemente em publicação nas redes sociais que o líder chinês Xi Jinping era “muito difícil de negociar”, levantando dúvidas sobre uma reconciliação dos interesses comerciais entre as duas maiores economias mundiais.

Para a rival americana Boeing (BA; BOEI34), fazer negócios na China tornou-se mais difícil devido à guerra comercial. A fabricante americana não tem um pedido significativo da China desde pelo menos 2017, resultado das tensões comerciais e problemas internos da própria empresa.

Vantagem estratégica da Airbus

A Airbus tem aumentado constantemente sua participação nas vendas para a China, impulsionada por uma linha de montagem final em Tianjin para sua família de aeronaves А320. Um acordo da magnitude discutida ajudaria a consolidar o domínio da fabricante europeia em um dos principais mercados de aviação mundial.

Segundo as fontes ouvidas pela Bloomberg, aeronaves de fuselagem larga representariam uma parte significativa do novo pedido, com o modelo А330neo podendo conquistar algumas vendas. Este segmento tradicionalmente era dominado pela Boeing no mercado chinês.

Dificuldades da Boeing

A Boeing está com diversas dificuldades em competir no mercado chinês. 

Em 2019, a China foi o primeiro país a suspender os voos do 737 Max após dois acidentes fatais. 

No início de 2024, a empresa enfrentou nova crise de qualidade quando um tampão de porta se soltou durante um voo, obrigando-a a reduzir a produção.

Após tarifas impostas por Trump, as autoridades de Pequim instruíram companhias aéreas a interromperem o recebimento de novas entregas de jatos da Boeing, retomando as encomendas apenas após uma trégua comercial temporária.

Próximos passos

As negociações ainda estão em andamento e podem não se concretizar ou levar mais tempo para serem concluídas, segundo as fontes. 

O presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Friedrich Merz estão entre os líderes que podem visitar Pequim em julho. França e Alemanha são os dois maiores acionistas da Airbus.

Qualquer acordo provavelmente será conduzido pelo órgão estatal chinês responsável pela compra de aeronaves, que costuma negociar em nome das companhias aéreas do país. +

De acordo com a Bloomberg, a Airbus se recusou a comentar o assunto, enquanto representantes da Administração de Aviação Civil da China não responderam a pedidos de comentário.

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