A intenção de invasão da Ucrânia por parte da Rússia coloca o Ocidente em suspenso. Isso porque o presidente Vladimir Putin já posicionou centenas de soldados na fronteira, e tem apoio do presidente chinês Xi Jinping. Entretanto, há oposição por parte dos Estados Unidos (EUA).
Para tratar do assunto, acontece nesta segunda-feira (10) uma reunião em Genebra (Suíça) entre Rússia e Estados Unidos para tentar chegar a algum consenso. Porém, Putin já adiantou que tem o direito de movimentar suas tropas em qualquer direção dentro de suas fronteiras.
A Ucrânia, por sua vez, teve um dos Natais mais tensos de sua história, com treinamento e deslocamento de tropas com a finalidade de defender a capital Kiev. Essa movimentação no segundo maior país da Europa Oriental – atrás apenas da Rússia, ocorre até hoje.
Vale lembrar que ambos os países integraram a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), cuja dissolução ocorreu em dezembro de 1991, ou seja, 30 anos atrás.
Porém, o fantasma do bloco socialista continua impondo medo aos países da Região, e influenciando, inclusive, o mercado de capitais quando as tensões no Continente aumentam.
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Tensão Rússia – EUA: commodities em risco
Da perspectiva do mercado, quando as tensões entre Rússia e Estados Unidos aumentam, há um risco iminente de as commodities serem afetadas. Isso coloca em xeque o desenvolvimento de países, empresas e, consequentemente, as bolsas mundo afora.
Para se ter ideia do cenário, alguns países da Eurásia ameaçam cortar o suprimento de gás à China justamente porque esta apoia a Rússia. A Austrália, lá na longínqua Oceania, também pretende suspender a exportação de carvão ao país de Xi Jinping pela mesma razão, aliado ao custo do produto e possível escassez.
Para piorar a situação, a China também se movimenta militarmente em direção a países do seu entorno. Nesta semana, inclusive, ministros de países exportadores de petróleo da Região do Golfo vão a Pequim para uma visita de emergência em meio às preocupações energéticas.
Acontece que há uma turbulência no Cazaquistão que já deixou 164 mortos em uma semana. Trata-se de uma manifestação popular em decorrência do aumento dos combustíveis, além de outras insatisfações com o governo.
Crimeia no radar
Para se ter ideia do imbróglio na Europa Oriental, em 2014 o governo pró-Rússia de Kiev foi derrubado. Assim, na ocasião, o presidente russo observou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia poderiam absorver a Ucrânia e agiu, promovendo a anexação da Crimeia, um território étnico russo que havia sido cedido à Ucrânia nos tempos soviéticos, em 1954.
Esse movimento inesperado deu início a uma guerra civil de separatistas pró-Kremlin na região do Donbass, leste da Ucrânia, que está no centro da confusão agora. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) não reconhece a Crimeia russa.
Assim, como a Ucrânia exige a Crimeia de volta, busca apoio dos países da ONU e tenta peitar a Rússia, o presidente Putin faz pressão contra o vizinho por meio do exército.
Do lado diplomático, os EUA tentam intervir, buscando uma conscientização por parte dos russos, bem como ameaçando com novas sanções econômicas.