A inflação de preços no setor industrial desacelerou em fevereiro de 2022: o Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve alta de 0,56% em relação a janeiro, enquanto a passagem de janeiro para dezembro, a variação foi de 1,20%. No acumulado do ano o indicador atingiu 1,77%.
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O índice foi anunciado nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A menor variação, segundo o analista Murilo Lemos Alvim, se deu pela valorização do câmbio, que reduziu a cotação do dólar diante do real.
“Há diversos produtos exportáveis e isso se reflete no preço que será recebido pelo produtor em real; se o dólar cai ele vai receber menos. Há ainda vários setores que dependem de insumos importados, e com o dólar mais baixo o preço desses insumos ficará mais baixo”, explicou o analista.
O que é o IPP
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 15 apresentaram alta.
Como o índice acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, a evolução ao longo do tempo sinaliza as tendências de inflação de curto prazo no país.
A pesquisa investiga, em pouco mais de 2.100 empresas, os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Cerca de 6 mil preços são coletados mensalmente.
Alta, mas ainda não por causa da guerra
O setor com maior variação foi a indústria extrativa, com alta de 8,34%. Nesse setor, tanto óleo bruto de petróleo quanto minério de ferro, commodities com preços cotados no mercado internacional, tiveram altas de preços.
Mas o analista aponta que as consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia ainda não tiveram impacto neste resultado do IPP.
“O início da invasão na Ucrânia aconteceu no fim de fevereiro; e as principais sanções econômicas contra a Rússia, ocorreram a partir de março. O que provocou a alta das duas commodities foi a redução da oferta, junto com uma demanda aquecida”, diz o analista Murilo Lemos Alvim.
Baixa acentuada
Por outro lado, três setores registraram queda acentuada no índice: fumo (-2,92%); madeira (-2,73%); e metalurgia (-2,55%).
O setor de automóveis teve em fevereiro variação de 0,28%, 20º resultado positivo consecutivo neste indicador. Com isso o setor acumula uma variação de 2,55%. E a variação acumulada nos últimos 12 meses apresentou um aumento de 14,79%,
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