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Inflação: IGP-DI de abril tem forte desaceleração e fecha a 0,41%

Inflação: IGP-DI de abril tem forte desaceleração e fecha a 0,41%

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 0,41% em abril, mostrando forte desaceleração da pressão da inflação em relação a março, quando havia ficado em 2,37%. O número é inferior ao consenso de mercado, que estimava taxa de 0,68%.

Com este resultado, o índice acumula alta de 6,44% no ano e 13,53% em 12 meses. Em abril de 2021, o índice havia subido 2,22% e acumulava elevação de 33,46% nos 12 meses anteriores. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).

Inflação: IG-DI tve forte recuo, com pressão da inflação reduzida em combustíveis e matérias primas

O que é o IGP-DI

O IGP é a média aritmética ponderada de três índices de preços: IPA, IPC e INCC. Ele revela as fontes de pressão da inflação e a evolução dos preços de produtos e serviços mais relevantes para produtor, consumidor e construção civil, respectivamente.

Os pesos de cada um dos índices componentes correspondem a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais:

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  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – 60%
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – 30%
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – 10%

Os preços são medidos em sete capitais: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Referem-se a despesas com Alimentação, Habitação, Vestuário, Saúde e Cuidados Pessoais, Educação, Leitura e Recreação, Transportes, Despesas Diversas e Comunicação, sob o ponto de vista do produtor e do consumidor, além de Materiais e equipamentos, serviços e mão-de-obra. O IGP-DI é calculado entre o primeiro e último dia do mês.

IPA fica em 0,19%

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que registra a inflação nos setores agrícola e industrial, variou 0,19% em abril. No mês anterior, o índice havia apresentado alta de 2,80%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 3,64% em março para 2,01% em abril.

O principal responsável por este recuo foram os alimentos processados, cuja taxa passou de 4,03% para 1,84%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 1,59% em abril, contra 2,14% em março.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 3,19% em março para 1,80% em abril. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 12,90% para 3,17%.

O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,53% em abril, após alta de 1,45% no mês anterior.

O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 2,96% em abril, após alta de 1,73% em março. Contribuíram para este movimento os seguintes itens:

  • soja em grão (3,48% para -8,02%)
  • minério de ferro (2,82% para -3,90%)
  • milho em grão (1,49% para -9,82%)

Em sentido oposto, mantiveram a pressão inflacionária:

  • leite in natura (3,60% para 10,20%)
  • café em grão (-10,76% para -5,01%)
  • aves (6,95% para 10,11%)

IPC fica em 1,08%

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que registra a inflação para o consumidor final, ou seja, no comércio, variou 1,08% em abril, contra 1,35% em março. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação:

  • Habitação (1,23% para -0,69%)
  • Alimentação (1,99% para 1,58%)
  • Transportes (2,51% para 2,13%)

Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos seguintes itens:

  • tarifa de eletricidade residencial (1,60% para -6,78%)
  • hortaliças e legumes (14,79% para 9,10%)
  • gasolina (5,08% para 3,19%).

Em contrapartida, outros grupos tiveram acréscimos maiores neste mês:

  • Educação, Leitura e Recreação (0,67% para 2,51%)
  • Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para 1,14%)
  • Despesas Diversas (0,39% para 0,70%)
  • Vestuário (1,04% para 1,26%)
  • Comunicação (-0,11% para -0,02%)

Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens:

  • passagem aérea (3,26% para 14,38%)
  • medicamentos em geral (0,19% para 4,12%)
  • serviços bancários (0,41% para 1,07%)
  • roupas (1,17% para 1,29%)
  • tarifa de telefone residencial (-0,83% para 1,12%)

Núcleo do IPC e Índice de Difusão

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,93% em abril, ante 0,80% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 26 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 17 apresentaram taxas abaixo de 0,33%, linha de corte inferior, e 9 registraram variações acima de 2,24%, linha de corte superior.

O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 77,74%, 1,29 ponto percentual abaixo do registrado em março, quando o índice foi de 79,03%.

INCC fica em 0.95%

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que mede a inflação na construção civil, variou 0,95% em abril, ante 0,86% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de março para abril:

  • Materiais e Equipamentos (0,50% para 1,79%)
  • Serviços (0,70% para 0,84%)
  • Mão de Obra (1,21% para 0,21%)

Análise

André Braz, Coordenador dos Índices de Preços da FGV, explica que a desaceleração dos preços de combustíveis representou forte impacto para menor alta do IPA, que tem maior peso na composição do IGP-DI.

“A desaceleração dos preços do diesel (de 16,86% para 6,87%) e da gasolina (de 12,69% para 5,36%), além da queda registrada nos preços da soja (de 3,48% para -8,02%), do milho (de 1,49% para -9,82%) e do minério de ferro (de 2,82% para -3,90%) foram fundamentais para o forte recuo da taxa do IPA. Já a inflação ao consumidor desacelerou principalmente graças à contribuição da energia elétrica (de 1,60% para -6,78%). A gasolina (de 5,08% para 3,19%), que subiu menos entre março e abril, também contribuiu para o arrefecimento do IPC”, afirma.

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