A inflação dos EUA medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC ou CPI na sigla em inglês) avançou 0,8% em fevereiro, dentro da expectativa do mercado. Na comparação anual, a alta foi de 7,9%.
O núcleo do CPI subiu 0,5% no mês e 6,4% no ano.
Apesar de vir em linha com a projeção, a leitura é bastante alta e reforça a tese de necessidade de subida de juros pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano.
O comitê de política monetária do Fed se reúne terça e quarta-feira da semana que vem (15 e 16 de março) e a crença do mercado é em avanço de 0,25 ponto porcentual, como já indicou o presidente da instituição, Jerome Powell. Até o final do ano, a expectativa é de mais cinco ou seis altas, com juros subindo em torno de 1,5 ponto porcentual.
A inflação divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Bureau of Labour Statistics, reflete a pressão em energia (3,5%), com destaque para a aceleração em energia vinculada a commodities (6,7%) e combustíveis (7,7%), influenciados pelo avanço dos preços dos materiais básicos no mercado internacional diante da deterioração do ambiente geopolítico global.
De acordo com análise do BTG Pactual (BPAC11), o qualitativo do resultado de fevereiro sugere uma continuidade de pressão inflacionária por mais tempo, sobretudo de itens do núcleo ligados ao mercado de Habitação (0,5%) e Serviços (0,5%).
CPI: petróleo e trigo devem seguir pressionando inflação
A forte elevação dos preços das commodities, principalmente petróleo e trigo, no final de fevereiro e início de março podem impactar a próxima leitura de inflação.
Para o BTG, além disso, há a manutenção de um mercado de trabalho apertado, o que deve seguir pressionando os salários, mantendo o consumo em patamar elevado e, consequentemente, os preços.
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Reprodução/BLS