O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,14% em dezembro, contra uma projeção de queda de 0,25%. No mês anterior, o índice subira 1,19%. No acumulado de janeiro a dezembro, há alta de 17,30%. Há um ano, o índice subira 1,97% no mês e acumulava elevação de 24,16% em 12 meses.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
André Braz, Coordenador dos Índices de Preços, explicou que o índice é a primeira versão do índice geral a fechar o ano calendário, para o qual acumulou alta de 17,30%. Entre os itens que mais desafiaram a inflação ao produtor estão produtos cujas safras foram afetadas pela seca, pelas geadas e pela alta no petróleo.
É o caso da cana-de-açúcar, que teve alta de 57,55%; do café, que subiu 148,05%; e do diesel, que cresceu 82,82%.
“A alta do IGP e do índice ao produtor não foi mais intensa graças as quedas registradas nos preços do minério de ferro (-24,27%), do farelo de soja (-15,49%) e do arroz em casca (-36,85%)”, explicou.
IGP-10: Preços ao Produtor caem 0,51%
Dentro da composição do IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,51% em dezembro. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 1,31%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de 1,29% em novembro para 0,42% em dezembro.
A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 8,48% para 2,69%. O índice relativo a Bens Finais, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,46%. No mês anterior, subira 0,73%.
O grupo Bens Intermediários passou de 3,71% em novembro para 1,98% em dezembro. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 2,67% para 1,19%. O grupo, obtido após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 1,60% em dezembro, ante 2,85% no mês anterior.
Já o grupo Matérias-Primas Brutas passou de -0,98% em novembro para -3,78% em dezembro. As principais contribuições para o recuo partiram de: minério de ferro (1,23% para -19,28%), soja em grão (-1,39% para -3,41%) e aves (-0,03% para -4,95%). Em sentido contrário, os mais relevantes ocorreram nos itens bovinos (-8,46% para 11,28%), mandioca/aipim (-2,02% para 4,39%) e cana-de-açúcar (2,06% para 3,08%).
IPC registra 1,08%
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 1,08% em dezembro. Em novembro, o índice havia apresentado taxa de 0,79%. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo: Educação, Leitura e Recreação (0,05% para 2,61%), Habitação (0,36% para 0,77%) e Transportes (2,17% para 2,49%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: passagem aérea (-0,42% para 17,18%), tarifa de eletricidade residencial (0,06% para 1,86%) e gasolina (5,09% para 5,50%).
Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,81% para 0,59%), Vestuário (0,87% para 0,19%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para 0,12%), Comunicação (0,33% para 0,08%) e Despesas Diversas (0,27% para 0,16%) apresentaram decréscimo.
Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: hortaliças e legumes (11,38% para 1,20%), calçados (1,34% para -0,06%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,76% para -0,06%), tarifa de telefone residencial (3,65% para 0,00%) e alimentos para animais domésticos (2,10% para 0,78%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,54% em dezembro. No mês anterior a taxa foi de 0,95%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações: Materiais e Equipamentos (2,00% para 0,81%), Serviços (0,49% para 0,61%) e Mão de Obra (0,10% para 0,28%).