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Guerra na Ucrânia causa maior defasagem de preços da Petrobras (PETR4) desde 2016

Guerra na Ucrânia causa maior defasagem de preços da Petrobras (PETR4) desde 2016

A Guerra na Ucrânia provocou um fenômeno no aumento dos preços do barril de petróleo, que já ultrapassou a casa dos US$ 110 ontem (02). Mesmo com um mercado receoso quanto a isso, a Petrobras (PETR3; PETR4) ainda não repassou este custo aos consumidores brasileiros. Com isso, a defasagem da estatal para a paridade internacional se acentuou e, de acordo com estimativas de mercado, já atinge o R$ 1 no diesel.

Este é o maior patamar de defasagem nos preços dos combustíveis desde que a empresa começou, em 2016, a vender os produtos com os preços alinhados com a paridade de importação. 

Somente ontem, o barril do tipo Brent, referência para negociação da commodity, teve uma valorização de 7,58%, cotado a US$ 112,93, o maior preço desde 2014. Além da Guerra na Ucrânia, outros fatores contribuem para alta do combustível como as  dificuldades de tradings de comprar óleo russo, a queda dos estoques dos EUA e a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de manter o aumento da produção em 400 mil barris/dia para abril.

Cotação do Brent na manhã da última quarta-feira (02)

Apesar deste cenário, a Petrobras não realiza um reajuste há quase dois meses. A expectativa é que a estatal promova um aumento nos próximos dias, mesmo pressionada pela ação política que quer “segurar” os preços. 

O conflito deve gerar maiores reajustes no barril do petróleo. Haja vista que a previsões que o barril chegue a US$ 200 por causa da guerra. 

O avanço cada vez mais nos preços vai pressionar ainda mais a Petrobras para repassar isso para os consumidores. 

Defasagem da Petrobras pode estar acima de R$ 1,00

A consultoria Stonex divulgou, para uma reportagem do Valor Econômico, uma estimativa de que a Petrobras vende o litro do diesel S-10 com uma defasagem 30%, ou R$ 1,10, em relação à paridade de importação (PPI), enquanto na gasolina a diferença é de 25%, ou R$ 0,80 por litro. 

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) reforça este argumento ao reclamar que a estatal está segurando reajustes sistematicamente e que as janelas de oportunidade para as tradings privadas estão fechadas no Brasil.

A entidade calcula que a defasagem da petroleira em relação aos preços internacionais chegou, ontem, aos 25% – o equivalente a R$ 1,22 no diesel e de R$ 1,10 na gasolina. 

Com isso, ambas associações dizem que esta é a maior defasagem de preços da Petrobras desde 2016. 

Preço no exterior sobe e no Brasil cai

No Brasil, o preço médio da gasolina apresenta cinco semanas consecutivas de queda, nas bombas, segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP). O derivado foi negociado, em média, a R$ 6,56 o litro nos postos na semana passada, patamar 1,5% abaixo da semana entre 16 e 22 de janeiro, quando o preço médio nas bombas subiu pela última vez. Já o diesel tem se mantido estável no período

O diretor de comercialização e logística da Petrobras, Claudio Mastella, disse que a valorização do real em relação ao dólar contribuiu para compensar parte do aumento do barril do petróleo. Assim, os preços ficaram inalterados desde janeiro. Além disso, ele reforçou que a companhia evita repassar as volatilidades conjunturais para o consumidor.

Com a invasão russa na Ucrânia, a petrolífera sinalizou que ficará de olho no comportamento do mercado antes de decidir sobre um possível reajuste nos preços dos combustíveis. 

Política segura reajuste nos preços da Petrobras

Por causa da alta do petróleo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indica que a Casa Legislativa deve retomar, na próxima semana, as discussões sobre dois projetos de leis que tratam de possíveis soluções para frear os preços dos combustíveis. 

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) segue pressionando a Petrobras para não aumentar os preços. Na semana passada, o chefe do Executivo afirmou que o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, tem um salário acima de  R$ 200 mil mensais e, por isso, ele deve “trabalhar para apresentar soluções para este problema”.