Alô, câmbio! Tudo bem com você? Não tem como escapar… estes dois temas, guerra e inflação, têm dominado a pauta dos investidores há um bom tempo já.
Com o conflito na Ucrânia chegando perto dos 60 dias (ao final desta semana), as sanções parecem estar longe de causar maiores problemas a Moscou. Mesmo sendo as “piores sanções de todos os tempos”, segundo os próprios envolvidos.
Câmbio: rublo já voltou aos níveis pré-guerra
Depois de chegar às máximas de 132,10 rublos por dólar, no dia 10 de março, a divisa russa só fez valorizar desde então.
Começamos a semana na casa dos 81 rublos e com tendência de melhora no curto prazo.
Os motivos são diversos… Passam por uma estratégia do governo em vender commodities energéticas em moeda local, chegando até mesmo na “característica” das restrições impostas.
Como por exemplo, não suspender a venda de petróleo e gás aos países mais “hostis” ao Kremlin por assim dizer…
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A Europa depende muito do vizinho mais ao leste
E não adianta encobrir este fato. Para a Alemanha, apenas o gás que vêm da Sibéria corresponde a uma Itaipu, comparando com a o caso brasileiro.
França e Itália vêm na sequência dos “dependentes”. E até mesmo países mais agressivos à Rússia, como a Polônia ou mesmo a Estônia, não têm opção senão utilizar esta fonte de energia. Seja para cozinhar ou buscar aquecimento nos dias menos quentes, a opção continua sendo o vizinho “indesejado”.
Putin tem a chave da “bomba”
Da bomba do posto de gasolina… sem trocadilho.
A interdependência ou simbiose entre as economias é enorme. A ponto de compararmos com México e EUA, Brasil e Argentina, França e Alemanha etc.
Um “não sobrevive” sem o outro. E Putin, apesar de todos os (eventuais) equívocos, ao menos neste setor, tem conseguido boas vitórias. Tanto que, tirando Europa, EUA e alguns países do Ocidente, a imensa maioria dos países sequer condena a invasão da Ucrânia na ONU.
A culpa para a inflação é da guerra (assinado, Casa Branca)
A guerra tem ajudado, é verdade. Mas não é… inflação, “by the book”. Ela é gerada por emissão de moeda excesso.
E isso nós tivemos, e muito, desde o estouro da pandemia.
Na minha opinião, não adianta imaginar o contrário. Existe um problema de oferta, em vários itens (commodities principalmente), mas longe de ser a causa principal para níveis tão elevados.
Câmbio: e os bancos centrais…
Também ficam sem muita saída. Precisam exercer o papel de “chato” da festa e tirar o barril de chope do centro do salão. Coisa que já vínhamos falando há muito tempo por aqui.
Traduzindo: é hora de subir os juros, no caso. E, convenhamos, com uma boa dose de atraso do Federal Reserve (Fed). Os dados de alta de preços dos últimos meses estão aí para não nos contradizer.
Câmbio: E o real segue forte
Mesmo com o dólar ganhando valor frente às outras divisas, o real brasileiro segue como a estrela do ano de 2022. É fato que o diferencial de juros tem ajudado e muito, porém a melhora no fiscal e até mesmo a eleição (ainda morna) ajuda no movimento.
Vale ficar atento para saber até quando vai essa calmaria toda…
Até semana que vem! Câmbio desligo!
Por Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior da EQI Investimentos
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