Os Futuros de Nova York operam em baixa nesta segunda-feira (11) com inflação no radar do investidor e feriado de Sexta-Feira Santa (15) nos Estados Unidos, fechando as bolsas de Wall Street, Europa e Brasil.
Por conta do cenário de inflação nos EUA, os depósitos bancários podem cair pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Isso porque os analistas vêm reduzindo as expectativas nas últimas semanas, à medida que as perspectivas para as taxas de juros dispararam.
De igual modo, o risco de recessão vem aumentando, dizem economistas. Eles aumentaram a probabilidade de contração econômica nos próximos 12 meses para 28%, à medida que o Federal Reserve (Fed, espécie de banco central dos EUA) aperta para conter a inflação.
Na capital Washington as autoridades debatem regras de criptomoedas, com foco em stablecoins. Os legisladores estão pressionando por mais clareza regulatória em um setor em rápido crescimento, mas os formuladores de políticas continuam em desacordo sobre como fazer isso.
A Europa, por sua vez, debate como cortar as compras de petróleo russo. As autoridades da União Europeia estão tentando fazer do petróleo o foco do próximo conjunto de medidas econômicas do bloco contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia.
No Oriente Médio, o Citigroup abre caminho de volta à Arábia Saudita. Segundo o Wall Street Journal, depois de cair em desgraça com sua saída pós 11 de setembro, o terceiro maior banco dos EUA novamente encontra favor no reino como um dos credores estrangeiros que ajudam o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman a modernizar sua economia pesada em petróleo.
Do lado corporativo, Elon Musk não fará parte do conselho do Twitter. O anúncio reverte uma decisão na semana passada, quando o Twitter disse que Musk se tornaria membro do conselho depois de acumular uma participação de 9,2% na empresa.
Na Ásia, a inflação na China sobe à medida que bloqueios e guerra na Ucrânia aumentam os preços. A elevação dos preços por lá aumentou em março, impulsionada pela escalada dos preços globais das commodities e bloqueios nas principais cidades, mas o quadro inflacionário geral continua muito mais benigno do que em outras grandes economias.
Às 6h55 o Dow Jones caía 0,19%, o S&P 500 caía 0,47%, e a Nasdaq caía 0,94%.
Na Europa, o DAX, da Alemanha, caía 0,63%, o FTSE 100, de Londres, caía 0,30%, e o CAC 40, da França, subia 0,56%. Já o FTSE MIB, da Itália, caía 0,42%, e o Stoxx600 caía 0,49%.
Na Ásia, o Nikkei, do Japão, caía 0,61%, o Shanghai, de Xangai, caía 2,61%, e o HSI, de Hong Kong, caía 3,03%. Já o ASX 200, da Austrália, subia 0,10%, e o Kospi, da Coréia do Sul, caía 0,27%.
Do lado das commodities, o petróleo tipo Brent caía 2,23%, cotado a US$ 100,49, e o tipo WTI caía 2,55%, cotado a US$ 95,75. Já o ouro subia 0,87%, cotado a US$ 1.962,60, e o minério caía 4,56%, cotado a US$ 136,35.
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O que tá rolando?
Os rendimentos do Tesouro dos EUA continuaram sua caminhada ascendente após um salto na sexta-feira que viu o rendimento de referência de 10 anos atingir uma alta de 3 anos.
No início da manhã de hoje, o rendimento da nota do Tesouro de 10 anos ficou em 2,7553%. Os rendimentos movem-se inversamente aos preços.
Já Wall Street está saindo de uma semana negativa, com o setor de tecnologia sendo uma fonte de preocupação. O Nasdaq Composite, pesado em tecnologia, caiu 3,9% na semana passada, enquanto o S&P 500 e o Dow caíram 1,3% e 0,3%, respectivamente.
O setor de saúde, por sua vez, foi um ponto positivo, ganhando mais de 3%. A luta contra a inflação provavelmente será um impulsionador do mercado nesta semana. Os investidores vão dar uma olhada em novos dados, com o índice de preços ao consumidor para março na terça-feira e o índice de preços ao produtor na quarta-feira.
A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Meester, diz acreditar que a autoridade monetária pode controlar a inflação sem causar grandes danos à economia. Ela concedeu entrevista ao programa “Face the Nation” da CBS ontem.
Os investidores globais, por sua vez, observarão a leitura do índice de preços ao consumidor dos EUA para março na terça-feira (12) e o índice de preços ao produtor na quarta-feira (13) para obter indicações de quão drasticamente o Fed terá que agir para conter a inflação.
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Europa
na Europa, o presidente francês Emmanuel Macron e a desafiante de extrema-direita Marine Le Pen avançaram no primeiro turno da eleição presidencial francesa e entrarão em um segundo turno em 24 de abril.
Uma vitória de Le Pen seria um choque para a França e a Europa como um todo, provavelmente oferecendo aos mercados mais motivos de preocupação, informa a CNBC.
Os investidores também estarão atentos aos desenvolvimentos na Ucrânia. A invasão do país pela Rússia causou volatilidade nos mercados de petróleo e outras commodities, o que, por sua vez, perturbou os estoques.
Os formuladores de políticas do Banco Central Europeu se reunirão em Frankfurt dia 14 para discutir seu próximo movimento de política monetária, diante da difícil tarefa de pesar a alta dos preços ao consumidor contra a pressão baixista sobre o crescimento econômico da guerra na Ucrânia.
Ásia
Na Ásia, a inflação ao produtor da China para março foi maior do que o esperado. O índice de preços ao produtor subiu 8,3% em comparação com um ano atrás, mostraram dados oficiais na segunda-feira, acima das expectativas de um aumento de 7,9% em uma pesquisa da Reuters.
Já a inflação ao consumidor chinês também subiu mais do que o esperado em março, com o índice de preços ao consumidor subindo 1,5% em relação ao ano anterior. Isso ficou acima das expectativas em uma pesquisa da Reuters para um aumento de 1,2%.
Gerente de portfólio da Vontobel Asset Management, Ramiz Chelat diz considerar que o fato mais notável é a grande diferença entre CPI e PPI, e isso indica que o poder de precificação entre a maioria das empresas na China é fraco e elas estão sofrendo um impacto nas margens.
Outra grande cidade chinesa reforçou as restrições à Covid, enquanto o país luta para conter um surto nacional que se estende de Xangai, no Sudeste, às províncias do norte.
A cidade de Guangzhou, no Sul, fechou as aulas presenciais nas escolas de ensino fundamental e médio nesta segunda, mudando os cursos online. As medidas durarão pelo menos uma semana, de acordo com um anúncio da cidade no fim de semana.
As autoridades municipais disseram que os moradores não devem deixar a cidade, a menos que seja necessário, e precisariam de um teste de vírus negativo nas últimas 48 horas para fazê-lo.
Brasil
No Brasil, o mercado financeiro está no escuro com o “apagão de dados” do Banco Central, que deixou de publicar indicadores e projeções por causa da greve dos servidores, informa o Estadão.
Conforme o periódico, a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no começo de maio, também pode ter sua preparação afetada pelo movimento dos funcionários do órgão, que pedem um reajuste salarial de 26,6%. Em média, um analista do BC ganha R$ 26,3 mil mensais.
Já as decisões do Copom são embasadas em um conjunto de apresentações técnicas do corpo funcional do BC, que tratam da evolução e de perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados.
A Folha de S.Paulo, por sua vez, destaca que após um conturbado processo de escolha de nomes pelo governo federal, os acionistas da Petrobras se reúnem dia 3 para avaliar a terceira troca do presidente e a maior renovação do conselho de administração em pouco mais de três anos de governo.
No encontro, elenca, eles avaliarão as demonstrações financeiras da empresa em 2021e a proposta de remuneração da administração, que separa R$ 13,1 milhões para pagar bônus a diretores da empresa por lucros nos últimos anos.
O jornalão carioca O Globo informa que com o alcance sem precedentes das sanções econômicas impostas pelo Ocidente à Rússia — um destino importante de investimentos entre países emergentes até invadir a nação vizinha — muitos bilhões fizeram um desvio.
Boa parte desses recursos veio aportar no Brasil, que, a essa altura dos acontecimentos, despontava como a alternativa menos problemática. Os efeitos logo se fizeram sentir nos preços do mercado financeiro brasileiro. Ações e o real se valorizaram com maior entrada de dólares, mas especialistas alertam que essa janela pode se fechar logo.
Ibovespa
O Ibovespa fechou a sessão do dia 8 em queda de 0,45%, aos 118.322 pontos, e acumulou na semana uma desvalorização de 2,7%, informa a equipe de Research do BTG Pactual.
De cordo com o banco de investimentos, o principal assunto que influenciou o Ibovespa foi o IPCA de março, acima do esperado, e que resultou em uma disparada dos juros futuros, em meio às discussões sobre se o Banco Central encerrará ou não o ciclo de aperto monetário na próxima reunião do Copom em maio.
Entre as maiores baixas, destaque exatamente para os papéis mais penalizados pela abertura da curva de juros e inflação, como as varejistas Via ON (VIIA3 -7,9%), Americanas ON (AMER3 -7,7%) e Magazine Luiza ON (MGLU3 -6,55%).
Na ponta positiva, Eletrobras ON (ELET3 +5,3%) e Eletrobras PNB (ELET6 +4%), com expectativa em torno do processo de privatização.
Mercados de Nova York
- Dow Jones: -0,19%
- S&P: -0,47%
- Nasdaq: -0,94%
Mercados Europa
- DAX, Alemanha: -0,63%
- FTSE, Reino Unido: 0,30%
- CAC, França: +0,56%
- FTSE MIB, Itália: -0,42%
- Stoxx 600: -0,49%
Mercados Ásia
- Nikkei, Japão: -0,61%
- Xangai, China: -2,61%
- HSI, Hong Kong: -0,03%
- ASX 200, Austrália: +0,10%
- Kospi, Coreia: -0,27%
Petróleo
- Brent (dezembro 2021): US$ 100,49 (-2,23%)
- WTI (novembro 2021): US$ 95,75 (-2,55%)
Ouro
- Ouro futuro (dezembro 2021): US$ 1.962,60 (+0,87%)
Minério de ferro
- Bolsa de Dalian: US$ 136,35 (-4,56%)
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