O fundo imobiliário Hedge Office Income (HFOF11) anunciou nesta segunda-feira (20) a venda do edifício Rachid Saliba, localizado na Rua Bela Cintra, próximo à Avenida Paulista, em São Paulo, por R$ 83,28 milhões.
Mesmo com a venda, o fundo continuará com 45% de participação indireta no imóvel por meio de cotas de um novo fundo que será gerido pela Barzel Properties, especializada em retrofit de empreendimentos corporativos.
O valor será pago de duas formas:
- R$ 25,6 milhões em 36 parcelas mensais corrigidas pelo IPCA, com o primeiro pagamento feito no fechamento do contrato;
- R$ 57,68 milhões em cotas do novo fundo, que fará uma oferta pública para levantar os recursos.
O novo fundo, sob gestão da Barzel, será responsável por modernizar o prédio, que foi construído em 1974 e atualmente enfrenta dificuldades operacionais, como sistema de ar-condicionado ultrapassado e fachada desatualizada.
A decisão de venda foi tomada devido à situação financeira do fundo, que não consegue captar recursos por emissão de novas cotas ou via alavancagem. Atualmente, apenas 57% da área do edifício está alugada, sendo que 20% dessa área está inadimplente, o que tem gerado prejuízo operacional ao fundo.
Projeto de revitalização
O retrofit incluirá:
- Nova fachada em vidro;
- Modernização do térreo, lobby e elevadores;
- Instalação de sistema de ar-condicionado mais eficiente (VRF);
- Criação de bicicletário, vestiário e sanitários acessíveis;
- Divisão mais funcional dos andares, com espaços abertos e infraestrutura atualizada.
A expectativa é que, com a modernização, o edifício se torne mais competitivo e valorizado no mercado.
Impacto na cota do HFOF11
Apesar do preço de venda ser 28% abaixo da última avaliação, a participação no novo fundo e o potencial de valorização do imóvel após o retrofit são vistos como positivos.
O impacto imediato é uma redução de 13,82% na cota patrimonial, que passa a ser de R$ 56,48, ainda 113% acima do valor de mercado da cota em 16 de maio (R$ 26,56 na B3).
Por fim, a gestão do fundo afirmou que não há previsão de alteração na distribuição de rendimentos no curto prazo, e que a operação, somada à venda do Edifício Alamedas, deve garantir recursos suficientes para cobrir as obrigações atuais.