Relatório do banco BTG Pactual (BPAC11) sobre o cenário do dólar projeta que a moeda chegue a R$ 5,20. Segundo o banco de investimentos, os próximos dias serão de grande importância para a definição da precificação de risco da economia brasileira. Mas, por enquanto, a estimativa dos economistas do BTG Pactual é por uma taxa de câmbio abaixo do patamar atual. Porém, para o próximo ano, há expectativa de que o dólar tenha uma valorização de 6%.
De acordo com relatório do banco, a cotação do real nas últimas semanas sofreu depreciação, superando no ínterim a barreira do R$ 5,40, quando apresentou reversão de parte deste enfraquecimento e voltou a negociar mais próximo de R$ 5,25.
- Abra sua Conta de Investimentos na EQI!
No campo internacional, a flexibilização da política de Covid-zero na China ganhou força mesmo com a piora no número de casos, enquanto nos EUA a atividade econômica segue forte e contratando cautela dos membros do FOMC – equivalente ao Comitê de Política Econômica do Brasil.
“A política fiscal, no mercado interno, segue no centro das discussões, pesando negativamente na precificação dos ativos, sobretudo sobre a curva de juros doméstica e a taxa de câmbio”, aponta trecho do relatório.
Cenário do dólar: política fiscal está no centro das discussões
Segundo o relatório, a manutenção do Auxílio Brasil – que é chamado pelo novo governo de Bolsa Família – em R$ 600 e as demais promessas de campanha do governo eleito estão concentradas em uma PEC – Proposta de Emenda à Constituição – que comporta expansão fiscal próxima à R$ 200 bilhões.
“O que é incompatível com o equilíbrio estrutural das contas públicas e tem adicionado prêmio de risco na precificação dos ativos domésticos, com destaque para a curva de juros e taxa de câmbio”, aponta trecho do relatório.
- Saiba mais sobre os melhores investimentos em 2023
No modelo alternativo de alta frequência, que incorpora os recentes eventos que impactaram significativamente o câmbio entre o real e o dólar, mostra que o patamar atual (R$ 5,20-R$ 5,25) pode ser perdido nas próximas semanas, explicado por efeitos sazonais e por possível descompressão de juros a partir de redução do risco fiscal.
Sinalizações de Copom e Fed
O relatório do banco de investimentos aponta ainda que o Copom deve sinalizar preocupação elevada com o risco fiscal e ainda deixar em aberto a possibilidade de alta de juros.
“Precificação de mercado, pautada pelo risco fiscal, indica reabertura do ciclo altista de juros no Brasil, mas entendemos que o Copom deve manter cautela e sinalizar que seguirá vigilante para definir os próximos passos, considerando que os efeitos defasados da política monetária já parecem surtir efeito na atividade econômica”, avaliou o banco.
Esse cenário é indicado pelos números de confiança que mostraram de forma agregada um resultado negativo nas últimas leituras.
Sobre o Federal Reserve (Fed), o relatório indicou um ajuste fino da política monetária em um ciclo Câmbio (R$/US$) vs US Treasury 10y (% a.a.) – Variação (bps) mais longo.
“O Fomc deu todas as sinalizações de que irá reduzir o ritmo de alta de juros neste mês de dezembro, aproveitando a proximidade com o que é considerado a taxa terminal (entre 5%-5,25%) para fazer o ajuste fino em um ritmo mais apropriado para o gerenciamento de risco e diagnosticar melhor os efeitos defasados da política monetária”, aponta trecho do relatório.
O grande desafio será entregar uma comunicação que não seja interpretada como dovish e não afrouxe prematuramente as condições financeiras e eventualmente demandando mais ajuste no futuro, conforme avalia o banco.
Quer saber mais sobre o cenário do dólar? Preencha este cadastro que um assessor da EQI Investimentos entrará em contato