O BTG Pactual está ingressando no mercado de carteiras administradas voltadas para crédito de fundos de pensão e Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS).
A primeira operação foi realizada neste mês com a Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo (Prevcom), que atende os servidores públicos paulistas. Essa iniciativa ocorreu após dois anos de discussões jurídicas para definir o formato do contrato.
De acordo com Sergio Cutolo, sócio do BTG, as exigências regulatórias atrasaram o processo, mas agora essa operação abre caminho para várias outras, com dez mandatos já em andamento.
BTG atende 185 instituições de fundos de pensão
Cutolo, que já foi ministro da Previdência e presidente da Caixa Econômica Federal, destaca que o banco atende atualmente 185 instituições do setor, sendo 115 RPPS, formando, segundo ele, um “universo razoável” que está recebendo maior atenção da área de crédito e outros departamentos do BTG. “Temos oito pessoas da área técnica dedicadas diretamente a esse produto”, afirmou em entrevista ao Valor.
Os recursos para os empréstimos são fornecidos pelas próprias fundações e RPPS, respeitando os limites estabelecidos pela meta atuarial, sendo até 15% das reservas ou até 10%, conforme o caso, explica Cutolo.
Dada a complexidade das regras, o BTG firmou uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP) para auxiliar na gestão desse passivo. Cutolo ressalta que o BTG desenvolveu uma linha de produtos específica para esse tipo de crédito, mas a adoção dependerá do conforto das instituições em explorar novos horizontes.
Na Prevcom, o cálculo dos empréstimos para os participantes é baseado no saldo da contribuição pessoal, excluindo a parte aportada pelo patrocinador, conforme explica o presidente Sylvio Eugênio de Araujo Medeiros.
A linha de crédito foi aberta no início de agosto para 51 mil participantes, com prazos de até 36 meses e taxas prefixadas. Outras modalidades, como crédito imobiliário, estão sendo avaliadas. Medeiros destaca que o processo jurídico e operacional foi aperfeiçoado ao longo de dois anos, permitindo à fundação vislumbrar novos passos.
Francis Nascimento, diretora de investimentos da Prevcom, informa que todo o processo é digital, com uso de reconhecimento facial e início na plataforma da fundação, que depois redireciona o participante ao ambiente do BTG.
A política de investimentos da Prevcom permite que até 15% das reservas sejam direcionadas a empréstimos. A fundação, que possui um patrimônio de R$ 3,5 bilhões, opera exclusivamente com planos de contribuição definida, o que a mantém sem déficit atuarial. A meta de rentabilidade é de IPCA mais 4% ao ano.
Desde 2017, a Prevcom está autorizada a administrar planos para outros estados e municípios, atualmente operando em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Pará e em 24 cidades, incluindo a capital paulista, com nove planos em vigor.
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