Um fundo negociado em bolsa focado em ações argentinas registrou entradas recordes, refletindo o entusiasmo de Wall Street com as ações implementadas pelo presidente Javier Milei para controlar a inflação e reverter anos de déficits orçamentários persistentes. O ETF Global X MSCI Argentina, identificado pelo ticker ARGT, recebeu US$ 144 milhões em aportes na semana encerrada em 22 de novembro, com US$ 88 milhões somente na sexta-feira, segundo dados da Bloomberg.
O fundo serve como uma alternativa para investidores interessados em ações de um país com acesso limitado aos mercados locais.
“Milei não apenas promete, mas está efetivamente implementando o que fala”, afirmou Malcolm Dorson, gerente sênior de portfólio da Global X Management, responsável pelo ARGT. “Ele apresentou balanças comerciais positivas, alcançou um superávit fiscal, reduziu a inflação e impulsionou a recuperação da atividade econômica.”
Dados positivos e receio com sustentabilidade
Os aportes no fundo acontecem em um momento de sinais positivos na segunda maior economia da América do Sul. A inflação mensal caiu para 2,7% em outubro, houve aumento nos salários reais, e o país recebeu cerca de US$ 20 bilhões graças a um programa de anistia fiscal.
Ainda assim, paira a dúvida sobre se o atual momento de recuperação será sustentável ou mais um dos muitos “falsos amanheceres” da Argentina. Episódios anteriores de otimismo, como durante o governo de Mauricio Macri, terminaram em decepção quando o país voltou a políticas estatistas.
Além disso, parte do sucesso recente do fundo não está vinculada apenas à Argentina. A MercadoLibre Inc., maior componente do ARGT, representa 17% de suas participações e obtém a maior parte de sua receita fora do país. Por outro lado, a desvalorização do peso promovida por Milei impactou as vendas locais da empresa no primeiro semestre.
O Morgan Stanley reforçou sua recomendação “overweight” para o mercado acionário argentino, citando o avanço em ajustes fiscais e medidas de desregulamentação.
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