O G-20 realizado no Rio de Janeiro foi palco de momentos de tensão protagonizados pelo presidente da Argentina, Javier Milei, cuja postura crítica e discurso incisivo marcaram sua passagem pelo evento.
Apesar de ter assinado a declaração final do encontro, Milei deixou claro seu desacordo com diversos trechos do documento e expressou insatisfação com o processo de negociação, alegando que os limites da Argentina não foram respeitados.
Frieza no encontro com Lula
A relação já tensa entre Milei e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ficou evidente no breve e frio cumprimento de 15 segundos entre os dois durante a recepção no Museu de Arte Moderna (MAM). Enquanto Lula recebeu outros líderes, como Emmanuel Macron, Narendra Modi e Xi Jinping, de forma calorosa, o encontro com Milei não passou de 15 segundos, reforçando o distanciamento diplomático.
Milei, conhecido por seu estilo reservado e crítico do multilateralismo, manteve sua rotina habitual: permaneceu recluso no hotel e interagiu apenas com sua equipe mais próxima, liderada por sua irmã, Karina Milei.
Discordâncias na declaração final
Mesmo assinando a declaração do G-20, Milei pontuou discordâncias fundamentais em seu discurso. Entre as críticas, destacou:
- Responsabilidade digital: rejeitou termos como “desinformação” e “discursos de ódio”, argumentando que poderiam levar à censura e que apenas juízes independentes devem julgar informações como crimes;
- Agenda 2030 da ONU: afirmou que alguns objetivos da agenda afetam a “vida, liberdade e propriedade” das pessoas, posicionando-se contra sua implementação;
- Tributação de super-ricos: considerou discriminatória a menção à tributação desses contribuintes, alegando impactos negativos na acumulação de capital e no crescimento econômico;
- Questões de gênero: insistiu em uma definição restritiva baseada no Estatuto de Roma, rejeitando interpretações mais amplas e políticas de discriminação positiva.
Contraste com outros líderes
Apesar das críticas ao multilateralismo, Milei não bloqueou o consenso da declaração final, justificando que sua postura buscava fortalecer o G-20 sem criar obstáculos.
O contraste de sua interação com Lula e outros líderes, como Macron, ficou evidente e destacou as divergências ideológicas e diplomáticas que permearam sua participação no evento.
G-20 e a postura de Milei
O comportamento de Milei no G-20 reforçou sua imagem como líder contestador, alinhado a ideais libertários e à busca por austeridade fiscal. Sua participação gerou repercussões que devem influenciar o papel da Argentina em fóruns internacionais e a relação com vizinhos como o Brasil.
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