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Bolsa Birkin original de Jane Birkin vai a leilão

Bolsa Birkin original de Jane Birkin vai a leilão

A bolsa Birkin original de Jane Birkin, criada pela Hermès (RMS) em 1984, vai a leilão em julho deste ano. É o primeiro modelo da bolsa que se tornaria, ao longo das décadas, um dos acessórios mais desejados e simbólicos do mundo da moda. A peça será vendida pela Sotheby’s durante o evento Paris Fashion Icons, marcado para 10 de julho, no auge da Semana de Alta-Costura.

Com design funcional e elegante, o protótipo foi feito especialmente para Jane Birkin, que inspirou a criação do modelo após um encontro inusitado com o CEO da Hermès em um voo. A história por trás dessa bolsa contribui para seu valor não apenas material, mas também histórico e simbólico.

Como nasceu a Birkin: um voo, uma conversa, uma revolução

A origem da bolsa Birkin é tão lendária quanto simples. Em 1981, Jane Birkin viajava de Paris a Londres em um voo da Air France. Ao sentar-se ao lado de Jean-Louis Dumas, então CEO da Hermès, deixou cair o conteúdo de sua cesta de vime — carteira, fraldas, cigarros, entre outros itens. A cena provocou uma conversa espontânea sobre a dificuldade de encontrar uma bolsa prática, com espaço suficiente e estilo.

Dumas viu ali uma oportunidade. Em 1984, ele presenteou Jane com um modelo criado especialmente para ela: uma bolsa espaçosa, com estrutura firme, inspirada na tradicional Haut à Courroies da Hermès. Essa peça, funcional e sofisticada, se tornaria o protótipo do que hoje conhecemos como bolsa Birkin.

Desde então, o modelo virou referência absoluta de luxo. A produção artesanal, a escassez intencional e a ligação direta com uma figura icônica como Jane Birkin ajudaram a transformar a peça em um objeto de culto entre celebridades e colecionadores.

Um item com identidade única

Mais do que um acessório de moda, a Birkin de Jane é uma peça de identidade. O modelo que irá a leilão ainda carrega marcas da personalidade da atriz — entre elas, um cortador de unhas preso à alça, um toque irreverente e inusitado, típico de Jane. Ela também costumava colar adesivos de causas políticas nas bolsas, o que contrastava com a imagem de sofisticação extrema que a peça viria a representar.

Divulgação

Segundo Morgane Halimi, chefe global de bolsas e moda da Sotheby’s, “Trata-se de um item único, que se destaca de todas as outras Birkin disponíveis no mercado”. Essa originalidade — do uso à história — é o que confere à peça um valor incalculável. Halimi acrescenta: “Estamos quebrando recordes com bolsas Birkin regularmente nos leilões. Prevemos que seja tão única quanto o suéter de Diana ou uma camisa usada da NBA”.

Não há uma estimativa oficial sobre o valor que a peça poderá alcançar. Porém, levando em conta o histórico da marca, espera-se um número expressivo. Em 2021, uma Hermès Kelly Himalaya, feita com couro de crocodilo e adornada com diamantes, foi vendida por US$ 510 mil. Isso mostra o potencial desse tipo de acessório no mercado de luxo.

Exposição antes do leilão e segurança reforçada

Antes de seguir para o leilão em Paris, a bolsa original estará em exibição em locais selecionados. Entre os dias 6 e 12 de junho, a peça ficará na sede da Sotheby’s em Nova York, atraindo colecionadores, fashionistas e curiosos. Na semana anterior ao evento, de 3 a 9 de julho, ela será exibida nas galerias da Sotheby’s em Paris.

Para garantir a integridade do item, a Sotheby’s está mantendo em sigilo todos os detalhes sobre o transporte da peça. Considerando o valor histórico e simbólico da bolsa, o esquema de segurança é compreensivelmente rígido. A casa de leilões está tratando a peça com o mesmo cuidado reservado a obras de arte de alto valor.

Esse tour internacional antes do leilão reforça o caráter icônico da Birkin de Jane Birkin, apresentando-a como uma verdadeira relíquia da moda, à altura dos grandes tesouros da cultura pop e do design.

Por dentro do universo Birkin: exclusividade e desejo

A Hermès nunca tratou a Birkin como apenas um produto. Cada bolsa é feita à mão por um único artesão, em um processo que leva de 18 a 25 horas. O couro é selecionado com rigor, as costuras são feitas com técnica manual e o acabamento é controlado com obsessão por detalhes. Cada unidade recebe um código de identificação único, que acompanha a peça por toda sua vida.

A produção é limitada não só por estratégia, mas por falta de mão de obra especializada. A Hermès forma seus artesãos na École Grégoire-Ferrandi, e mantém uma linha de produção seletiva e altamente qualificada. Isso significa que a demanda é várias vezes maior que a oferta — o que torna praticamente impossível comprar uma Birkin direto na loja, a menos que o cliente tenha anos de relacionamento com a marca.

bolsa birkin
Divulgação

Os preços variam bastante: a versão mais simples, a Birkin 25 em couro de bezerro, custa cerca de US$ 11.400. Modelos em couro de crocodilo podem ultrapassar os US$ 64 mil. Edições especiais, como a de Jane Birkin, ultrapassam qualquer tabela.

Legado de uma mulher, símbolo de uma era

Jane Birkin não era uma mulher qualquer. Ícone do cinema, da música e da liberdade feminina dos anos 1970 e 1980, ela carregava suas bolsas sem o menor interesse em mantê-las impecáveis. Isso só aumentava o charme e a autenticidade com que ela vivia — e com que inspirava o mundo.

A Birkin original que irá a leilão é, acima de tudo, um reflexo disso. Não é apenas uma bolsa de luxo. É um pedaço da história de uma mulher que marcou época, de uma marca que redefiniu exclusividade e de uma indústria que vive de mitos. E este, talvez, seja o mais poderoso deles.

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