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Vitória de Boris Johnson no Reino Unido é recebida com alívio na União Europeia

Vitória de Boris Johnson no Reino Unido é recebida com alívio na União Europeia

Os Conservadores conquistaram uma vitória esmagadora no Parlamento britânico na eleição desta quinta-feira (12). O feito possibilita que o primeiro-ministro Boris Johnson continue no posto e acelere o processo do Brexit.

O partido de Johnson obteve 364 assentos dos 650 da Câmara dos Comuns. É o suficiente para garantir uma maioria absoluta confortável. Já o Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, elegeu apenas 203 parlamentares, o pior resultado desde 1935, quando conquistou 154 cadeiras. A vitória dos Conservadores é a maior desde Margaret Thatcher em 1987.

Segundo o Portal Terra, líderes da União Europeia saudaram a vitória eleitoral do primeiro-ministro como uma chance de deixar para trás três anos de frustração com a saída britânica do bloco, mas o premiê tcheco, Andrej Babiš, falou por muitos da UE ao dizer que o Brexit é “uma notícia ruim para a Europa”.

“Obviamente é um sucesso gigantesco para Boris Johnson. Ele é um líder carismático”, opinou o premiê tcheco, que ainda lamentou:
“ele venceu e agora eles partirão, infelizmente”.

Solução rápida

A partir dessa ampla vitória, os líderes europeus esperam uma separação rápida. E começar conversas sobre um acordo de livre comércio do Reino Unido com a UE, mesmo que provavelmente venham a ser difíceis. “Estou aliviado pelo meu país”, disse o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, em uma cúpula da UE.

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Um chamado “Brexit ordeiro”, com um período de transição, é crucial para investidores e empresários, que temem que uma desfiliação sem acordo prejudique o comércio e os mercados financeiros. O mundo também seria inevitavelmente impactado.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse esperar “uma votação sobre o acordo de retirada o mais cedo possível”, referindo-se ao acordo que Johnson e a UE firmaram estabelecendo os termos da saída britânica em 31 de janeiro de 2020.

Da Itália à Holanda, diversos líderes ecoaram esse sentimento, e o premiê de Luxemburgo, Xavier Bettel, disse: “Boris venceu a eleição dizendo a todos que quer fazer acontecer, então agora é hora de fazer acontecer”.

Ainda segunda reportagem do Portal Terra, os líderes do bloco, assim como os eleitores britânicos, se cansaram do vai-e-vem das negociações do Brexit e dos três adiamentos da data de saída que a UE concedeu, embora todos tenham lamentado profundamente a decisão da ruptura.

Brexit em janeiro

Durante a campanha, Boris Johnson reiterou diversas vezes sua promessa de executar o Brexit até 31 de janeiro de 2020. A partir de agora, o primeiro-ministro poderá cumprir sua promessa.

O Brexit acontecerá, se de fato Johnson for bem-sucedido, dez meses depois do planejado inicialmente. Isso graças a um impasse no Parlamento, que votou três vezes contra um acordo negociado pela ex-premiê Theresa May e recusou aprovar em três dias o acordo negociado por Johnson, inviabilizando assim a saída no final de outubro.

Resultado das eleições

Além das cadeiras conquistadas por Conservadores e Trabalhistas, a Câmara dos Comuns ficou com essa configuração: Partido Nacional Escocês (SNP) tem 48 do total de 59 cadeiras escocesas; os Liberais Democratas ficaram com as outras 11; o Partido Unionista Democrático (DUP), 8; o partido irlandês Sinn Féin (SF), 7; o Plaid Cymru (nacionalistas galeses), 4; e os Verdes, 3.

As eleições foram convocadas mais uma vez, a quarta em quatro anos, para tentar desbloquear o impasse criado no Parlamento pelo processo de saída do país da União Europeia.

Mas não será o único desafio. Após o Brexit, o Reino Unido deverá negociar um acordo comercial com a União Europeia. Os Conservadores prometeram concluir esse processo em apenas um ano.

Ninguém acredita nessa possibilidade. A título de comparação, levou sete anos para o bloco europeu concluir um acordo comercial com o Canadá, considerado um modelo para o Reino Unido por muitos britânicos pró-Brexit. E qualquer tratado precisaria ser assentido pelos 27 Estados-membros restantes da UE antes de entrar em vigor.