Em meio ao aumento do número de casos ao redor do mundo, as ações de empresas que buscam desenvolver uma vacina contra o cornavírus se valorizam nas bolsas.

O número de mortes por coronavírus chegou a 2.263 na China. Autoridades de saúde do asiático confirmaram que 71 mortes adicionais foram relatadas desde o dia 24 de fevereiro.

No mundo, segundo atualização da CNBC, o total de casos confirmados chega a 80,2 mil, com 2.704 mortes.

Moderna

Segundo informações do The Wall Street Journal, a Farmacêutica Moderna enviou o primeiro lote de sua vacina contra o coronavírus, produzido em sua fábrica em Norwood, Massachusetts, para o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Naid), em Bethesda, Maryland, do governo americano.

A expectativa, de acordo com a reportagem, é de que o instituto inicie os testes clínicos em cerca de 20 a 25 pessoas até o final de abril.

Entretanto, o resultado final dos testes em seres humanos deverá estar disponível entre julho e agosto, de acordo com Anthony Fauci, diretor do Naid.

Como consequência da informação, as ações da farmacêutica valorizaram-se subiram 17% nos EUA.

Para ser usado, contudo, o experimento ainda terá que passar ainda por uma série de ajustes regulatórios até poder estar disponível para a população mundial.

De acordo com especialistas consultados pelo The Wall Street Journal, isso não deve acontecer até pelo menos o ano que vem, levando em conta o fato de que a tecnologia baseada nos genes até hoje não deu como resultado um medicamento que possa ser amplamente utilizado em humanos.

Gilead Sciences

Outra companhia que observou suas ações se valorizarem foi a americana de biotecnologia Gilead Sciences, com alta de quase 5% na segunda-feira (25).

Segundo a CNN Business, um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o remdesivir da Gilead está mostrando sinais de que pode ajudar a tratar o coronavírus mortal .

A Gilead Sciences foi a segunda ação com melhor desempenho no S&P 500 e foi apenas uma das duas ações da Nasdaq-100 que estava sendo negociada em alta nesta segunda-feira, quando o Dow Jones recuou mais de 1 mil pontos.

“No momento, existe apenas um medicamento que acreditamos ter eficácia real e que é remdesivir”, disse Bruce Aylward, diretor geral assistente da OMS, em entrevista coletiva em Pequim, informou a CNN.

Segundo a reportagem, os funcionários da OMS acrescentaram que agora estão sendo realizados ensaios clínicos para o remdesivir em seres humanos e os resultados podem estar disponíveis em algumas semanas.

Por e-mail, a Gilead Sciences confirmou a informação à CNN e destacou que que está trabalhando com as autoridades de saúde da China em dois ensaios para pacientes que foram infectados com o Covid-19, o nome oficial do coronavírus.

O porta-voz da Gilead Sciences acrescentou que os estudos são realizados em dois pacientes, um em estado grave e outro com estado moderado da doença. “Prevemos resultados em abril”, disse.

Gigantes

Os gigantes farmacêuticos Johnson & Johnson e GlaxoSmithKline também estão trabalhando em vacinas, informou a CNN.

A empresa de biotecnologia AbbVie disse que obteve resultados promissores no tratamento com uma mistura de dois de seus medicamentos para o HIV e o Tamiflu, fabricado pela gigante farmacêutica suíça Roche e pela japonesa Chugai Pharmaceutical.

Japão

A CNBC informou hoje, replicando notícia do Kyodo News, que o Japão está considerando usar o Avigan, um medicamento anti-influenza desenvolvido por uma empresa do grupo Fujifilm Holdings, para tratar pacientes do novo coronavírus, disse o ministro da Saúde Katsunobu Kato.

“Faremos tudo o que pudermos”, disse Kato em um programa de TV, indicando o possível uso do que também é conhecido como Favipiravir, embora ele tenha notado que ainda não há tratamento estabelecido para o COVID-19.

“Ouvimos do exterior que algumas drogas entre as que foram usadas contra a gripe podem ser úteis”, afirmou.

Kato disse aos repórteres que seu ministério verificará a eficácia dos medicamentos contra a gripe no combate à doença e, se necessário, possibilitará que muitas instituições médicas os usem no tratamento de pacientes.

As ações da Fujifilm valorizaram-se 2,83%, após a notícia na bolsa de Tóquio, se destoando das perdas de 3,34% registradas pelo índice Nikkei.

Mais empresas

Adicionalmente, também testam medicamentos as pequenas farmacêuticas Inovio Pharmaceuticals e Novavax, acrescentou a CNN.

(Com Rodrigo Petry)