Maior aplicativo de mobilidade do mundo registra prejuízo e anuncia demissões
Enquanto me deslocava ao trabalho momentos antes de escrever este texto, comentei com meu motorista do Uber que precisava escrever um artigo sobre o prejuízo anunciado pela plataforma. Ele me olhou assustado: “O Uber dá prejuízo? E as taxas que eles cobram de nós?!”.
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O aplicativo criado em 2009 por Travis Kalanick e Garrett Camp vem amargando prejuízos ao decorrer dos anos. Lançado no Brasil junto com a Copa do Mundo de 2014, o aplicativo de mobilidade vem expandindo sua plataforma para o setor de entrega de comidas e anunciou recentemente que também buscará o setor de transporte de cargas. Além disso, a empresa também investiu em empresas de bicicletas elétricas e patinetes, como a Jump e a Lime.
Os números anunciados
5,23 bilhões de dólares. Esse foi o prejuízo divulgado pela empresa em relação ao último trimestre. Comparando com o mesmo período do ano passado o número é de aproximadamente 6 vezes maior. O valor foi maior pelo fato de que foram incluídos neste balanço os custos de compensação financeira com a abertura de capital na bolsa de valores, ocorrida em maio deste ano.
As operações na América Latina foram o patinho feio em relação aos outros continentes. Na América do Norte, o faturamento subiu 19%. Enquanto na Ásia os números foram na casa dos 13% positivos, na Europa, Oriente Médio e África o número alcançou 22%. Já por aqui, o faturamento diminuiu 24% tendo em vista a forte concorrência de outras plataformas.
A justificativa da Uber
Em torno de 75% do número negativo anunciado pela empresa (em torno de 3,9bi) se deu pela remuneração em ações paga aos seus funcionários após o IPO de maio. Além deste número, o prejuízo chegou a US$1,3 bilhão, aproximadamente o dobro em relação ao mesmo período do ano passado.
Em uma faca de dois gumes, a receita aumentou para 3,1 bilhões de dólares, porém abaixo dos esperados pelos analistas e o menor ritmo de crescimento já anunciado pela companhia. Positivamente, a empresa anunciou que pela primeira vez atingiu a marca de 100 milhões de passageiros ativos ao redor do globo.
As medidas tomadas
Ao mesmo tempo em que o lucro cai a empresa visa diminuir os custos. Para isso 435 funcionários foram desligados da empresa nesta semana, juntando-se aos 400 colaboradores do setor de marketing que foram demitidos no fim do mês de julho.
No mesmo sentido, as contratações foram congeladas desde o início de agosto. Entretanto, para expansão das operações e o início da Uber Freight (transporte de cargas), duas mil pessoas serão contratadas. Já na Califórnia, legisladores aprovaram lei que fará com que os aplicativos de mobilidade considerem os motoristas como funcionários, e não apenas terceirizados.
A oferta pública sem sucesso da Uber
Considerado o maior prejuízo no primeiro dia de pregão de uma ação, a Uber desvalorizou 7,6% no dia 13 de maio deste ano. Nas ruas de Nova York, enquanto as primeiras ações eram negociadas, motoristas protestavam com cartazes o fato de que enquanto o CEO da empresa ganhava 43 milhões de dólares por ano, eles ganhavam 9 dólares por hora.
Apenas três dias depois do IPO o valor da ação bateu US$37,13. Sua máxima ocorreu em janeiro de 2019, quando alcançou US$46,38. Entretanto, no momento em que este texto é escrito as ações registram o valor de US$34,17.
Ao passo que representa ser uma empresa de tecnologia inovadora, a Uber precisa se inspirar em algumas atitudes de empresas mais conservadoras. Mesmo que terceirizados, os motoristas apelam por mais consideração da empresa. Em tempo, diminuir custos, enxugar a estrutura e primar pelos lucros, independente da companhia, é necessário!
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